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agosto 2019

Angioedema hereditário inchaço pelo corpo sem coceira edema generalizado muitos familiares com inchaço familiar inchaço generalizado mutação SERPING1 F12

Inchaço no corpo, pode ser angioedema hereditário

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O angioedema hereditário é uma condição genética caracterizada por inchaço no corpo. O inchaço (angioedema) ocorre diversas vezes no indivíduo, com episódios recorrentes, intermitente a ausência de inchaço.

Os episódios de inchaço (angioedema) podem ocorrer em qualquer parte do corpo. No corpo, apresentam-se mais frequentemente nos membros, face, trato intestinal e vias aéreas.

Existem vários desencadeadores para que o inchaço inicie. Trauma ou estresse menor pode desencadear um ataque, mas na maioria dos casos ocorre sem um gatilho conhecido, ou seja, idiopático. 

Quando os episódios de inchaço no corpo envolve o trato gastrointestinal, causam dor abdominal, náusea e vômito. Caso ocorra inchaço e edema nas vias aéreas pode atrapalhar a respiração e até mesmo levar a um risco de vida.

Há pessoas que além do inchaço, podem apresentar vermelhidão sem coceira, também chamada erupção cutânea não pruriginosa ao redor do inchaço.

Em muitos casos, os primeiros sintomas do angioedema hereditário inicia-se na infância e podem piorar na adolescência. A maioria dos episódios dura entre três a quatro dias, e tem um intervalo de uma a duas semanas. Mesmo dentro de uma mesma família, a frequência, duração e gravidade do inchaço podem variar.

Existem três tipos de angioedema hereditário, chamados tipos I, II e III. Possuem como diferença suas causas e níveis da proteína denominada inibidor C1 no sangue. Mutações nos genes SERPING1 e F12 são observados em famílias com angioedema hereditário.

O ideal, sempre frente a um caso com angioedema hereditário, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.

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O que é farmacogenômica?

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Durante o cuidado de saúde, muitas vezes é necessário uso de remédios e fármacos. Sempre se tenta individualizar o tratamento, para que ele seja específico do indivíduo. Com este intuito, utilizando-se de ferramentas de análise do material genético do indivíduo, iniciou-se o estudo da farmacogenômica.

A farmacogenômica utiliza os conceitos de como os genes poderiam afetar a resposta do indivíduo a algum medicamento. Engloba o estudo da farmacologia e a medicina genômica. Tem como objetivo desenvolver medicamentos e doses cada vez mais eficazes e seguras, a partir da composição genética do indivíduo.

A maioria dos medicamentos e remédios hoje são distribuídos em farmácias a partir de um padrão único, por exemplo: a dipirona 500mg ou 1g. Apesar disso, o fármaco não age da mesma forma em todos os indivíduos. A maioria dos tratamentos de hoje são de acerto e erro; ou seja, não é possível prever quem se beneficiará, não responderá ou apresentar efeitos colaterais.

A partir dos conhecimentos das novas tecnologias de análise do DNA, está sendo possível compreender como a diferença entre o material genético dos indivíduos afetam a resposta do corpo aos medicamentos. A diferença entre o DNA dos indivíduos poderão ser utilizadas para prever se um medicamento será eficaz ou prevenir efeitos colaterais em um indivíduo.

Já existem alguns genes bem estabelecidos que estão relacionados a ação de medicamentos, como a resistência ao clopidogrel, a sensibilidade ou resistência a varfarina e a predisposição a hipertermia maligna.

Apesar dos avanços da medicina de precisão, já existe teste farmacogenético comercialmente disponíveis, inclusive muitos diretamente ao consumidor. Ainda é muito incipiente o uso deste tipo de teste genético na prática clínica. A aplicabilidade e seu uso ainda é muito limitado e restrito. Hoje, este tipo de teste apresentam muitos riscos e limitações.

Para o uso racional de testes genéticos, é sempre necessária avaliação com médico geneticista. A avaliação genética pode auxiliar, entretanto, testes genéticos indiscriminados, bem como aqueles com pouca evidencia científica não são boas ferramentas para predizer qual o melhor tratamento para o indivíduo.

Termo de consentimento livre e esclarecido TCLE é um documento oficial em que o indivíduo concorda a realização de teste genético, pesquisa ou procedimento

Termo de consentimento livre e esclarecido: por que devo me preocupar?

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Durante a consulta com médico geneticista, após as explicações antes do teste genético a ser realizado, o paciente concorda na realização do teste genético. Muitos testes genéticos necessitam que o individuo realmente entenda o procedimento, bem como: benefícios, conseqüências e limitações.

Durante o aconselhamento genético pré-teste, o paciente dá o seu consentimento para a realização do exame. Este consentimento pode ser feito a partir da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). É muito semelhante aos TCLE de pesquisas clínicas.

As palavras “consentimento livre” remete ao fato que o indivíduo é de livre e espontânea vontade, voluntário, para decidir sua escolha em fazer ou não o procedimento, bem como se retirar a qualquer momento da realização deste. O termo esclarecido significa que o indivíduo possui informações suficientes para tomada de decisão sobre o teste.

Os documentos de TCLE, segundo a lei brasileira, só podem ser assinadas por maiores de 18 anos (adultos) e que são capazes de tomar decisões médicas por si mesmos. Para crianças e pessoas incapazes de gerir sua própria saúde (como na deficiência intelectual e idosos), o consentimento deve ser feito pelos pais ou responsáveis legais.

Normalmente, a assinatura do TCLE para testes genéticos é realizado nos laboratórios comerciais, antes da coleta do exame. Existem laboratórios que exigem a assinatura do médico geneticista que prescreveu o exame, como o laboratório do Centro de Pesquisa de Genoma Humano e Células Tronco da USP.

Sempre que for realizar qualquer teste genético, leia minuciosamente o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) antes da realização do teste. Apesar das letras muito pequenas e rodapés, é importante ler antes de assinar, para poder assegurar todos os seus direitos na realização do teste genético.

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A fenilcetonúria e o teste do pezinho

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A fenilcetonúria (PKU) é um doença genética rara que aumenta os níveis de uma substância chamada fenilalanina no sangue. Fenilalanina é um aminoácido essencial e é obtido a partir do que comemos. A fenilalalina é encontrada em todos os derivados animais, em especial leite e derivados; e adoçantes.

A pessoa com diagnóstico de fenilcetonúria não consegue digerir bem a fenilalanina, e apresenta níveis elevados no sangue desta substancia. A presença da fenilalanina em níveis aumentados no organismo são tóxicos para a pessoa, especialmente ao cérebro.

Pessoas com fenilcetonúria (PKU) não tratada, ou seja, com níveis elevados de fenilalanina podem apresentar atraso do desenvolvimento neuropsicomotor e até mesmo deficiência intelectual. O nome fenilcetonúria (PKU) é derivado da urina característica destas pessoas.

Pessoas com fenilcetonúria (PKU) apresentam, quando não tratados, convulsões, alterações de comportamento (com agitação psicomotora) e transtornos psiquiátricos. Apresentam ainda tendendcia a ter pele e cabelos mais claros que os familiares.

A fenilcetonúria (PKU) é um dos erros inatos do metabolismo tratáveis. Foi a primeira a ser triada no teste do pezinho, inclusive hoje é muito improvável encontrar uma criança com os sintomas da fenilcetonúria (PKU).

O tratamento é iniciado assim que o indivíduo é diagnosticado com fenilcetonúria (PKU). Consiste em uma dieta restrita a alimentos com baixo teor de fenilcetonúria (PKU), ou seja, com mínimo de derivados animais e adoçantes. Entretanto, por apresentar dietas ricas em carboidratos, muitas crianças com fenilcetonúria (PKU) apresentam obesidade, mas apresentam vida muito próxima do normal.

O ideal, sempre frente a um caso com fenilcetonúria ou alguma outra alteração no teste do pezinho, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.

deficiência de biotinidase, erro inato do metabolismo, biotina, teste do pezinho, triagem neonatal, atraso do desenvolvimento, convulsão.

Deficiência de biotinidase: um erro inato do metabolismo tratável.

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A deficiência de biotinidase é um erro inato do metabolismo. Entende-se como erro inato do metabolismo uma doença genética em que há alteração em uma via metabólica conhecida. É uma das doenças do teste do pezinho.

A deficiência de biotinidase é uma doença genética em que o corpo não consegue reciclar a vitamina biotina. Ou seja, há uma baixa quantidade de biotina no indivíduo.

Se não identificada precocemente e não tratada, os sinais e sintomas da deficiência de biotinidase aparecem nos primeiros meses de vida, mas podem se manifestar mais tardiamente na infância.

O indivíduo com deficiência de biotinidase pode apresentar quadro com hipotonia (tônus muscular fraco), problemas respiratórios, perda da audição e visão, ataxia (dificuldade de andar) e até mesmo convulsão.

A biotina é importante para composição de cabelos e pele. Na deficiência de biotinidase pode apresentar com erupção cutâneas, alopecia (perda de cabelo) e até mesmo candidíase de repetição (infecção por fungos).

Quando não iniciado o tratamento precocemente, é possível que a criança com deficiência de biotinidase apresente atraso do desenvolvimento neuropsicomotor e até mesmo deficiência intelectual.

A deficiência de biotinidase é tratada com suplementação de biotina, a vitamina em falta no organismo. De todos os erros inatos do metabolismo tratáveis, esta condição é a mais fácil de tratamento, visto que no teste do pezinho básico, inclusive o do SUS, já se identifica esta condição.

O ideal, sempre frente a um caso com deficiência de biotinidase ou alguma outra alteração no teste do pezinho, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.

Ataxia de Friedreich: ataxia recessiva, dificuldade para andar, diabetes, perda da coordenação e força das pernas perda; rigidez muscular; espasticidade.

Ataxia de Friedreich: ataxia recessiva

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A ataxia de Friedreich faz parte do complexo das doenças neurogenéticas. Dentro das doenças neurogenéticas, existem as relacionadas a alteração do movimento, em especial as ataxia hereditárias.

A Ataxia de Friedreich é uma condição genética determinda que afeta o sistema nervoso e causa problemas de movimento. As pessoas diagnosticadas com a ataxia de Friedereich apresentam dificuldade para andar, perda da coordenação das pernas, também conhecida como ataxia. Em geral, esta doença é progressiva, ou seja, piora com o tempo.

Além desta alteração neurológia, a ataxia de Friedreich pode manifestar-se em conjunto com outros sintomas. Inclui-se:  perda gradual de força e sensação a dores nos membros; rigidez muscular (espasticidade); e fala, audição e visão prejudicadas.

Além disso, indivíduos com ataxia de Friedreich podem apresentar acometimento em outros órgãos, em especial problemas cardíacos, como a cardiomiopatia hipertrófica, que aumenta o tamanho e enfraquece o músculo cardíaco, e com o passar do tempo, pode ser fatal. A diabetes também é outra comorbidade muito frequente, e menos comum a presença de escoliose.

Diferentemente das ataxias dominantes, como a doença de Machado-Joseph, a grande maioria dos casos de ataxia de Friedreich inicia-se com sinais e sintomas por volta dos 5 a 15 anos de vida. As primeiras características perceptíveis são a falta de coordenação e equilíbrio. Infelizmente, muitos casos apresentam-se em cadeira de rodas em torno de uma década após início dos sintomas.

A presença de mutações no gene FXN é causam ataxia de Friedreich. Este gene alterado faz com que a frataxina não funcione plenamente, sendo esta proteína importante para a mitocôndria.

Neste gene, há uma sequencia de tripletos GAA, e a partir da a expansão de tripletos pode manifestar a ataxia de Friedreich. Nesta doença, ocorre também o fenômeno da antecipação, semelhante a doença de Huntington e a síndrome do X-frágil.

O ideal é buscar sempre um médico geneticista, que em conjunto com o neurologista irá manejar o caso, bem como avaliar os melhores testes genéticos a serem realizados e realizar o aconselhamento genético.

Fenômeno da antecipação expansão de tripletos doença de Huntington Ataxia Hereditária Síndrome do X-frágil

Fenômeno da antecipação, o que é?

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Existem condições genéticas em que quando passados de pai para filho, os sinais e sintomas podem aparecer mais cedo. Esse fenômeno é chamado de antecipação. Existem condições que o fenômeno da antecipação ocorre mais, em especial as condições relacionadas a expansão de tripletos, como a doença de Huntington, a Ataxia de Machado-Joseph e a síndrome do X-frágil.

O fenômeno da antecipação ocorre na presença da expansão de tripletos. Entende-se expansão de tripletos o aumento do número de repetições de três nucleotídeos do DNA. A presença da expansão de tripletos é, em sua maioria, instáveis ​​e propensos a erros durante a divisão celular. 

Quando é passado de pai para filho, a quantidade de repetições dos tripletos pode mudar. Em muitos casos, a repetição de trinucleotídeos pode se expandir até que o gene pare de funcionar normalmente.

Este é o caso da expansão de tripletos CGG da região promotora do gene FMR1, a causadora da síndrome do X-frágil quando é superior a 200 (mutação completa) ou quando está entre 55-200 repetições (pré-mutação), na falência ovariana precoce; por exemplo.

Nas doenças neurogenéticas, em especial a doença de Huntington, a expansão dos tripletos de uma geração para outra, faz com que a condição se torne mais grave e apareça cada vez mais cedo.

Apesar da mesma condição ser causada pelo mesmo gene, a maioria das condições genéticas tem sinais e sintomas que diferem entre os indivíduos afetados, mesmo numa mesma família. Nem todas essas diferenças podem ser explicadas pela antecipação, como é o caso da variabilidade fenotípica da neurofibromatose tipo I. 

Apesar de estas condições serem geneticamente determinadas, fatores ambientais e de estilo de vida auxiliam a variabilidade fenotípica, embora muitos desses fatores não ainda tenham sido identificados. 

Cada indivíduo é único, na sua essência, e por isso devem ser avaliados um a um. Mesmo grupamentos familiares, em que é necessária avaliação em conjunto da família, sempre utilizo desse preceito para a definição dos melhores testes genéticos para cada indivíduo.

Participação no II Workshop Encodexa sobre teste genético pré-natal não invasivo NIPT. NIPT - Conceitos, Indicações e Aplicações Clínicas

II Workshop NIPT Encodexa

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No dia 02 de agosto de 2019, participei do II Workshop ECDX (Triagem Pré-Natal para Aneuploidias – NIPT), a convite do Dr. Pedro Castro, médico geneticista responsável pela Encodexa/Genoa. Na ocasião, mais de 100 médicos especialistas em ginecologia, medicina fetal e genética marcaram presença no evento, realizado pela Encodexa no Hotel Renaissance, em São Paulo (SP).

O público conferiu palestras de conceituados especialistas em genética e ginecologia. A minha palestra foi intitulada “NIPT – Conceitos, Indicações e Aplicações Clínicas” e foi ministrada pontualmente às 09:25 da manhã, com duração de 50 min. Esta palestra é sobre o NIPT, dos exames relacionados a medicina fetal, a fim de rastrear alterações cromomossômicas, como as trissomias e a síndrome de Down.

Ouve também, participação internacional com o Dr. Jose Pablo Marchili, médico ginecologista-obstetra de Buenos Aires (Arg), fundador da Veragen, em que palestrou sobre a sua experiencia no teste genético em seu país.

Foi uma grande oportunidade para discutir os avanços do exame pré-natal não invasivo e a evolução crescente da demanda no Brasil e no mundo.

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