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Caio Graco Bruzaca

Doença de Fabry: depósito lisossômico e insuficiência renal

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A doença de Fabry é uma condição geneticamente determinada, pertencente aos erros inatos do metabolismo. Possui como principal mecanismo: o deposito lisossômico da globotriaosilceramida. Este se acumula nos lisossomos devido a problemas na produção da enzima α-galactosidase A.

O acumulo desta substancia tóxica nas células faz com que a doença se manifeste. Com o acúmulo do deposito lisossômico, faz com que, a partir da infância, iniciem-se os sintomas e sinais da doença de Fabry.

Os principais sintomas da doença de Fabry é o episódio de dor que vem e vai, principalmente nos pés e nas mãos, também conhecido como acroparestesias. Além disso, meninos com doença de Fabry podem apresentar manchas vermelhas escuras na pele, também conhecido como angioqueratomas.

Já foi descrito alterações no sistema gastrointestinal, além de zumbido e perda auditiva. Alguns homens com doença de Fabry podem apresentar hipohidrose, ou seja, diminuição na capacidade de suar, e consequentemente, necessitam de cuidados com o calor.

A principal preocupação com a doença de Fabry é o dano aos rins progressivo. Existem pessoas com doença de Fabry que evoluem para insuficiência renal e necessitam de transplante renal. Já foi descrito risco aumentado para infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico.

Mulheres portadoras da doença de Fabry podem manifestar desde sintomas muito leves, a apenas a córnea verticilata, ou seja, um tipo específico de opacidade na córnea. Vale ressaltar que a doença de Fabry apresenta padrão de herança ligada ao X recessivo, e em geral, apenas meninos apresentam o quadro clínico.

A doença de Fabry é uma das poucas doenças raras com tratamento específico: terapia de reposição enzimática.

O ideal, sempre frente a um caso com suspeita de doença de Fabry, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.

A síndrome de Rett: alteração do desenvolvimento em meninas

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A síndrome de Rett é uma condição geneticamente determinada que afeta o cérebro, que ocorre quase que exclusivamente em meninas. Possui uma variabilidade genética ampla, mas normalmente está associada ao gene MECP2.

Dentro do espectro da síndrome de Rett, a forma mais comum e mais conhecida da condição é a síndrome de Rett clássica. A evolução é muito típica, após o nascimento, as meninas com síndrome de Rett clássica apresentam desenvolvimento normal nos dois primeiros anos de vida, antes do aparecimento dos sintomas.

Após este período inicial, referido como “normal”, as meninas com síndrome de Rett apresentam-se com problemas graves de linguagem e comunicação. Assim como, apresentam-se com problemas de aprendizado, coordenação e outras funções cerebrais.

Na primeira infância, as meninas com síndrome de Rett apresentam a perda intencional de suas mãos e iniciam com movimentos involuntários e repetitivos. Estes movimentos das mãos manifestam-se como torcer, lavar e bater palmas, normalmente seguindo a linha mediana do corpo.

Quanto ao crescimento, as meninas com síndrome de Rett apresentam-se com baixa velocidade de crescimento, além de mais da metade apresentam-se com microcefalia. Também é descrito sialorreia (cuspir ou babar em excesso), irritabilidade, convulsão, escoliose. Está descrito alteração em movimentação ocular, com olhar intenso ou piscar excessivo.

Existem formas da síndrome de Rett atípicas, incluindo-se as formas leves ou mais graves que a forma clássica. No espectro da síndrome de Rett, há outros genes que causariam o que se chama síndrome Rett-like (semelhante à Rett), inclusive podendo acometer meninos.

O ideal, sempre frente a um caso com suspeita de síndrome de Rett, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.

Doença de Niemann-Pick tipo A: mancha vermelho-cereja e regressão neurológica

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A doença de Niemann-Pick é um grupo de condições genéticas que afetam múltiplos órgãos de um indivíduo. Considera-se como um erro inato do metabolismo. Neste grupo, dependendo dos sinais e sintomas, além da base genética, divide-se em doença de Niemann-Pick tipo A, tipo B e tipo C. A doença de Niemann-Pick tipo B e C será abordada em um segundo texto.

A doença de Niemann-Pick tipo A apresentam-se com uma gama de sinais e sintomas,  diminuem a qualidade de vida do indivíduo. Manifestam-se normalmente logo no primeiro ano de vida.

As crianças aos três meses de idade com doença de Niemann-Pick tipo A, não consegue ganhar peso e estatura. Apresentam-se, ainda,com aumento no tamanho do fígado e do baço, também conhecida como hepatoesplenomegalia. Neste ponto, muitos médicos podem confundir com doenças infecciosas, como a esquistossomose.

Quanto ao desenvolvimento, crianças com a doença de Niemann-Pick tipo A, apresentam-se com desenvolvimento normal, até cerca de 1 ano de idade. A partir daí, inicia-se um quadro de involução neuropsicomotora, ou seja, perda progressiva das habilidades deixa de andar, deixa de falar, perde o sustento do corpo ao sentar.

Alterações pulmonares são comuns na doença de Niemann-Pick tipo A. As crianças podem apresentar alteração pulmonar generalizada, com doença pulmonar intersticial. Estas alterações podem se manifestar, desde infecções pulmonares recorrentes e até mesmo insuficiência respiratória.

Uma característica presente nas crianças com doença de Niemann-Pick tipo A é a presença de mancha vermelho-cereja no fundo de olho. Quando é feita a avaliação oftalmológica, observa-se o achado da mancha vermelho-cereja, este sinal não é patognomônico, visto que outros erros inatos do metabolismo apresentam este sinal.

Pela gravidade da doença de Niemann-Pick tipo A, e pela demora no diagnóstico, muitas vezes, as crianças com quadro clínico sugestivo não sobrevive até a primeira infância.

O ideal, sempre frente a um caso com suspeita de doença de Niemann-Pick tipo A, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.

Esclerose lateral amiotrófica e suas bases genéticas

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A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurológica progressiva que afeta o neurônio motor. Este tipo de célula está relacionada ao movimento do corpo, em especial ao músculo e são encontradas no cérebro e na medula espinhal.

Pessoas com a ELA apresentam-se com a morte prematura dos neurônios motores. Leva ao longo do tempo a fraqueza muscular, perda de massa muscular e perda do controle do movimento do corpo.

Existem muitos tipos diferentes de ELA. A maioria dos casos é uma doença esporádica, ou seja, não tem uma base genética definida. A ELA esporádica apresenta-se com características típicas, com a doença iniciando-se entre cinquenta e sessenta anos de idade. Apresenta-se com velocidade das comorbidades é rápida.

A ELA familiar ou genética é a forma mais rara da ELA. Menos de 10% de todos os pacientes com ELA apresenta-se com esta forma. Possui como característica a presença de histórico familiar com muitas pessoas com ELA.

A ELA familiar, os sintomas apresentam-se com dez anos antes da ELA esporádica, mas pode apresentar-se na infância ou na adolescência, a ELA juvenil.  Possui uma evolução mais lenta, e pode perdurar anos para a perda da movimentação dos membros.

Muitos dos pacientes com ELA apresentam os primeiros sinais e sintomas, mas por serem muito sutis, são passados desapercebidos. Apresentam-se com espasmos musculares, caibras, rigidez muscular ou fraqueza. Algumas pessoas podem apresentar disartria (dificuldade de articulação da fala) e até mesmo dificuldade de mastigar ou engolir (disfagia).

A perda do neurônio motores apresentam-se com o passar da progressão da ELA, e os braços e as pernas começam a parecer mais finos à medida que o tecido muscular se atrofia. Perdendo-se assim a força muscular e capacidade de caminhar.

Infelizmente, muitas pessoas com ELA tornam-se dependentes de cadeira de rodas e cada vez mais precisam de ajuda com cuidados pessoais e outras atividades da vida diária. Respirar torna-se difícil porque os músculos do sistema respiratório enfraquecem. Mas em ocasião nenhuma pode ser administrado oxigênio puro para estes pacientes.

Nos Estados Unidos e na Europa, o gene C9ORF72 representa 30-40% dos casos. O gene SOD1 apresentam 15-20% da ELA familiar, e os genes TARDBP e FUS a minoria dos casos. No Brasil, o principal gene relacionados a ELA familiar é o VAPB, em que causa uma forma tipicamente brasileira de ELA.

O ideal, sempre frente a um caso de ELA, em especial com histórico familiar, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.

PGT-SR: conheça o teste genético pré-implantacional para alterações cromossômicas estruturais

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Antes de tudo, existem diversas alterações estruturais do cariótipo, a mais comum na avaliação de casais são as translocações equilibradas. Entende-se como translocação, a troca de um pedaço do cromossomo com outro, que para a pessoas portadora não ocorre absolutamente nada.

Entretanto, casais em que um ou os dois parceiros apresentam-se com uma translocação mas pode ocorrer nos filhos de ter um filho desbalanceado ou perda gestacional precoce.  Durante muito tempo, quando o geneticista avaliava estes casais apresentavam os riscos, mas não havia muito o que ser feito.

Para estes casais, está indicado a realização de exames invasivos (amniocentese e cordocentese) durante a gravidez, em caso de gestação natural. Em caso de perda gestacional, a realização do cariótipo dos restos ovulares. Por muito tempo estas foram as únicas possibilidades. Hoje, já é possível a realização de tecnologias de reprodução assistida para auxiliar estes casais.

Com a evolução dos testes genéticos e da reprodução humana assistida, é possível analisar todos os embriões do casal obtidos a partir de fertilização in vitro. A análise embrionária é resultado de um teste genético pré-implatacional para aneuploidias (PGT-SR), como se fosse o “cariótipo” do embrião. Embriões com cariótipo normal seriam transferidos para a futura mamãe.

Concomitantemente, pode-se garantir para este casal que não irá ocorrer a alteração desbalanceada bem como aneuploidias, de gestações provenientes de embriões cromossomicamente normais.

De qualquer forma, converse com o seu médico antes de fazer quaisquer testes genéticos no embrião, bem como quais os benefícios da técnica utilizada, para que a escolha do teste correto seja feita baseada em evidências científicas.

Limites éticos da análise embrionária e do teste genético em embriões

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Antes de tudo, este artigo é baseado em documentos oficiais das sociedades científicas internacionais relativas a reprodução assistida. Não irei levar em consideração diferentes religiões, histórias de vida e questões morais inerentes a sociedade brasileira.

A análise embrionária com os testes genéticos pré-implantacionais fazem parte do cotidiano de reprodução humana e genética médica. De certa forma, quando se fala em questões bioéticas, considera-se alguns fatores, e principalmente os quatro princípios da bioética.

A sociedade americana de medicina reprodutiva (ASRM) preconiza que deve ser oferecido o teste genético pré-implantacional para aneuploidias (PGT-A) a todos os casais em que a idade materna é superior a 35 anos. A partir do teste, nunca deve-se implantar o embrião alterado.

Para as doenças monogênicas, esta mesma sociedade preconiza que doenças monogênicas, como a anemia falciforme e a fibrose cística, pode ser oferecido ao casal o teste genético pré-implantacional para doenças monogênicas (PGT-M). Doenças com penetrância incompleta, como a síndrome de câncer de mama e ovário hereditário e angioedema hereditário, pode ser oferecido esta mesma tecnologia.

Em casais que um dos parceiros apresenta uma translocação equilibrada, também pode ser oferecido o teste genético pré-implantacional para alterações cromossômicas estruturais (PGT-SR). Semelhante ao PGT-A, observa-se as aneuploidias e além disso as alterações no embrião proveniente da translocação.

Obedecendo ao princípio da autonomia do sujeito e o fundamento principal do aconselhamento genético, observa-se que o casal tem o direito de poder escolher se irá ou não realizar o teste genético. A beneficência está bem claro, pois a partir daquela geração, não mais ocorrerá a doença genética previamente descrita na família bem como reduziria o risco de ocorrência de doenças genéticas no futuro bebê.

A equidade e a justiça estão intimamente ligados, visto que as técnicas de análise embrionária não são para todos os casais que desejam ter filhos. Há indicações formais para se fazer ou não. A não maleficência, por si só, avaliando-se o casal, a técnica não traz prejuízos para o casal, bem como ao embrião.

De qualquer forma, converse com o seu médico e realize o aconselhamento genético antes de fazer quaisquer teste genético no embrião, bem como quais os benefícios da técnica, para que a escolha do teste correto seja feita baseada em evidências científicas.

A aneuploidia e cariótipo alterado podem ser herdadas?

By | Medicina Fetal | No Comments

Uma das perguntas mais frequentes do geneticista é se a alteração cromossômica observada veio de um dos pais. Existem alterações cromossômicas que podem ser herdadas, mas as principais aneuploidias, em especial as trissomias em geral, são alterações novas, ou seja, não veio dos genitores.

As alterações cromossômicas relativas a alteração no número de cromossomos, como as trissomias 21, 13 e 18 (síndrome de Down, síndrome de Patau e síndrome de Edwards, respectivamente) não são herdadas. Ocorrem eventos aleatórios durante a formação das células reprodutivas (óvulos e espermatozoides).

As aneuploidias são, em geral, derivadas do fenômeno chamado de não-disjunção meiótica. A meiose está relacionada a produção de gametas (células reprodutivas). Na não-disjunção meiótica, faz com que há óvulos e espermatozoides com número diferente de cromossomos.

Caso haja a fecundação com um óvulo com contagem diferente de cromossomos, por exemplo, o embrião poderá ter uma aneuploidia. Se uma dessas células reprodutivas atípicas contribuir para a composição genética de um feto, este terá um cromossomo extra ou ausente em cada uma das células do corpo.

As alterações cromossômicas estruturais, incluindo-se as translocações equilibradas e as robertsonianas podem levar ao cariótipo alterado. Este pode levar a quadros sindrômicos ou até mesmo a perda gestacional precoce.

O ideal, sempre frente ao cariótipo alterado, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.

A genética da tipagem sanguínea

By | Genética Médica e Genômica | No Comments

A tipagem sanguínea é classificada em diferentes grupos, dependendo da presença ou ausência de um antígeno. O antígeno é uma substância que está presente na superfície de alguma célula, no caso do sangue, identifica os glóbulos vermelhos (hemácias) de uma pessoa.

A presença de um determinado antígeno determina o tipo sanguíneo do indivíduo. É uma característica do indivíduo que é geneticamente determinada.

A função do antígeno de grupos sanguíneos serve para detectar células estranhas na corrente sanguínea. Existem os antígenos do sistema ABO e o Rh, são os mais conhecidos, mas existem mais de 29 grupos sanguíneos reconhecidos.

A presença de polimorfismos (variações da normalidade) nos genes de determinação sanguínea faz com que o indivíduo apresenta um determinado tipo sanguíneo. O gene ABO está relacionado aos tipos sanguíneos A, B e O (apesar de ser lido como “ó”, o correto seria “zero”). A presença destes polimorfismos não são causadores de doenças. Quanto ao Rh positivo e negativo é bem semelhante, com relação do gene RHD.

A importância da tipagem sanguíneo está intimamente ligada a transfusões sanguíneas. Se, por exemplo, uma pessoa com tipo sanguíneo B recebe uma transfusão de sangue do tipo A; as células de defesa dessa pessoa reconhecem este sangue como corpo estranho e ocorre uma resposta imune, com a produção de anticorpos anti-A.

É um exame muito simples, rápido e barato, todos os indivíduos deveriam saber sobre sua tipagem sanguínea, durante o pré-natal é um exame imprescindível. Inclusive nos documentos oficiais já é possível deixar esta informação anotada.

A translocação robertsoniana e as aneuploidias: o que devo fazer?

By | Perdas gestacionais | No Comments

Antes de tudo, quando se fala em translocação, fala-se em um tipo de alteração do cariótipo em que ambos os parceiros do casal são normais, e um deles apresenta uma troca de um cromossomo com outro.

A translocação equilibrada ocorre, normalmente de forma herdada, ou seja, passada de geração em geração. Normalmente, descobre-se este tipo de alteração no cariótipo, a partir da investigação de perdas gestacionais de repetição, infertilidade conjugal ou filho anterior com malformação.

Dentre das translocações equilibradas, há um tipo específica, em que apresenta-se envolvendo cromossomos acrocêntricos. Estes cromossomos acrocêntricos são os do grupo D (13, 14 e 15) e os do grupo G (21 e 22). A translocação robertsoniana mais comum está envolvida entre os cromossomos 14 e 21.

Nas translocações robertsonianas, de uma forma bem leviana de dizer, a “cabeça” dos cromossomos colam e forma um único cromossomo. Como assim? O exemplo mais comum, o cromossomo 21 está colado com o cromossomo 14, formando um cromossomo único, com material genético dos dois cromossomos.

Da mesma forma, pessoas com translocação robertsoniana, não apresentam absolutamente nenhuma doença. Apenas podem passar para os seus filhos alteração cromossômica desbalanceada, caracterizada por perda gestacional precoce ou filho com malformações.

Estes casais estão indicados a realização do aconselhamento genético antes de tentar ter filhos, assim como, de tecnologias de reprodução assistida para garantir que não haverá possibilidade de ter filhos com problemas e perda gestacional precoce.

Terapia de reposição enzimática: tratamento das doenças lisossômicas

By | Tratamento de Doenças Raras | No Comments

Quando se fala em tratamento de doenças raras, sempre se fala em medicamentos órfãos. Estes medicamentos são drogas única para uma doença específica. Existe para as doenças lisossômicas, como a mucopolissacaridose, a terapia de reposição enzimática.

A terapia de reposição enzimática é utilizada para doenças genéticas em que há produção insuficiente ou nula de uma enzima. Esta enzima normalmente está nos lisossomos, organela da célula que é responsável pela digestão.

A quantidade insuficiente de enzima faz com que o corpo acumule substancias nocivas ao indivíduo, por isto as doenças lisossômicas também são chamadas de doenças de deposito lisossômico.

A terapia d reposição enzimática, como o próprio nome diz, realiza a reposição da enzima que o organismo normalmente não produz. A enzima é produzida em laboratório, a partir de células geneticamente modificadas. Esta enzima é purificada, colocada em frascos e por fim, administrada em pessoas que se beneficiariam com a reposição da enzima.

Em muitas doenças genéticas raras, como a doença de Fabry, o único tratamento eficaz seria a reposição enzimática. Como é uma doença de deposito, e este se acumula com o tempo, o ideal é o início do tratamento o mais cedo possível.

Algumas doenças lisossômicas podem ser observadas logo aos primeiros meses de vida. Assim, com o diagnostico precoce é possível a realização do inicio mais cedo possível do tratamento e minimizar os efeitos do acumulo da substancia nociva ao indivíduo.

Como todo tipo de medicação, a terapia de reposição enzimática podem apresentar efeitos colaterais. Bem como existem medicações que já foram retiradas do mercado por conta de falta de eficácia.

O acompanhamento com médico geneticista durante a terapia de reposição enzimática é imprescindível. Este, além de indicar a medicação correta, irá avaliar a eficácia, bem como se há ou não observação de efeitos colaterais do medicamento.

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