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Caio Graco Bruzaca

o que é deficiência intelectual

Deficiência intelectual o que é?

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A deficiência intelectual é caracterizada por limitações tanto no funcionamento intelectual quanto no comportamento adaptativo. O indivíduo apresenta dificuldades nas habilidades sociais e atividades de vida diária. Para transtorno do espectro autista ou autismo, ver link.

O primeiro sinal da deficiência intelectual é o atraso do desenvolvimento neuropsicomotor. Demorar para andar, demorar para falar, a demora nas aquisições básicas de qualquer indivíduo. A partir de seis anos de idade, o indivíduo inicia-se a alfabetização e aprender contas simples como somar e dividir, muitos casos apresentam-se como dificuldade escolar.

Na deficiência intelectual há diminuição no funcionamento intelectual, ou seja, alteração na capacidade mental do indivíduo. Há déficit de aprendizado, raciocínio, resolução de problemas.

Existe uma medida, o coeficiente de inteligência (QI) que objetifica e quantifica a inteligência. É importante ser realizado o teste psicométrico, ou WISC em todos os pacientes com suspeita de deficiência intelectual.

Outro prejuízo frequente na deficiência intelectual é alteração no comportamento adaptativo. Entende-se como comportamento adaptativo as habilidades conceituais, sociais e práticas que são aprendidas e desempenhada por pessoas na vida diária.

Sempre quando atendo um indivíduo com deficiência intelectual, falo para os pais, de forma simples, que essas habilidades são. Por exemplo, pagar o bilhete da condução e receber o troco, ou ir comprar pão na padaria, em que o indivíduo apresenta noção do caminho até a padaria, do dinheiro a ser gasto, a quantidade de pães e até o troco, bem como voltar para casa.

Estas atividades de vida diária que o comportamento adaptativo demonstra, simplesmente são feitas por indivíduos de inteligência normal. Para as pessoas com deficiência intelectual, há esse prejuízo.

O que difere um indivíduo com deficiência intelectual do outro é o quanto esta pessoa é estimulada. Ou seja, o quanto de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicopedagogia especializada, sala de recurso. Um indivíduo pode se superar, ou até mesmo ter uma “vida”.

Chamo de “vida” poder ter uma função, o ser útil. Tenho um paciente que aos 26 anos, apresentava deficiência intelectual, mal sabia ler e escrever e trabalhava em uma fabrica de baldes. Possuia carteira assinada, um salário, uma ocupação, neste trabalho carregava os baldes de um lado ao outro, utilizando força braçal.

Assim como há casos que se superaram, há diversos casos de deficiência intelectual que o indivíduo fica dependente dos familiares. Não há progressão. Infelizmente deficiência intelectual não há cura, não há remédio ou tratamento específico.

O ideal é buscar um médico geneticista para melhor elucidar o diagnóstico e solicitar os exames complementares corretos. Assim como realizar o aconselhamento genético.

Trissomia cariótipo banda g alterado down edwards patau síndrome

Trissomia: o que é esta alteração do cariótipo do bebê?

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O corpo humano é formado por células, em que dentro delas há uma estrutura chamada núcleo. O material genético é como uma fita, e como fita é guardado enrolado, numa estrutura chamada cromossomo. O cariótipo é como os cromossomos são organizados, sobre o exame cariótipo com banda G e outros exames de citogenética (ver link).

Os seres humanos possuem 23 pares de cromossomos, sendo dois cromossomos sexuais (X e Y) que decidem o sexo; e 44 cromossomos autossomos que ditam outros fatores, como crescimento e função.

Uma alteração cromossômica é causada a partir de alguma alteração no número ou na estrutura de algum dos cromossomos. Para outras alterações, como aumento da heterocromatina, ou inversão pericêntrica, ver link.

Quando há um acréscimo de um cromossomo inteiro, denomina-se trissomia. Isto significa que uma pessoa afetada possui 47 cromossomos em vez de 46. A síndrome de Down (ver link), a síndrome de Edward e a síndrome de Patau são as formas mais comuns de trissomia, respectivamente dos cromossomos 21; 18 e 13. Estas alterações estão associadas a idade materna (ver link).

As crianças afetadas pela trissomia geralmente apresentam malformação congênita, incluindo atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e deficiência intelectual.

Muitas vezes, a trissomia de algum cromossomo pode ser evidenciado ainda durante a gravidez, visto que há sinais que sugerem durante o pré-natal, vide a translucencia nucal (ver link) e o. Alguns destes sinais podem incluir:

  • Translucência nucal aumentada;
  • Osso nasal hipoplásico;
  • Presença de muito líquido amniótico ao redor do bebê (polidrâmnio);
  • Artéria do cordão umbilical única;
  • Diminuição do tamanho da placenta;
  • Restrição de crescimento intrauterino (RCIU), ou melhor, o bebê é pequeno para a sua data gestacional;
  • Diminuição da movimentação fetal ou o bebê está menos ativo do que o esperado;
  • Malformação congênita (ver link), incluindo cardiopatia (ver link), fenda lábiopalatina, hidrocefalia.

O diagnóstico e a suspeição da trissomia é feita a partir de exames pré-natais auxilam a detectar estas cromossomopatias:

  • Ultrassonografias obstétricas incluindo a translucência nucal e a morfológica de segundo trimestre.
  • Rastreio do soro materno – um exame de sangue também conhecido como teste triplo (em desuso);
  • Ecocardiograma fetal – ultrassonografia específica para avaliação do coração.
  • Amniocentese – uma amostra do líquido amniótico é colhida diretamente da barriga da mãe e é realizado um cariótipo com banda G ou outro exame de citogenética
  • Biopsia vilosidades coriônicas – exame invasivo mais precoce que utiliza uma amostra de células do córion, o tecido que se tornará a placenta, é realizado o cariótipo com banda G ou outro exame de citogenética.
  • Teste pré-natal não invasivo (NIPT, ver link)

O ideal é buscar um médico geneticista durante o período pré-natal para avaliar os exames a serem realizados, além de realizar o aconselhamento genético. Este auxiliará o médico obstetra e o médico fetal nas melhores decisões a serem tomadas durante a gestação.

Endometriose dor dispaurenia dismenorreia infertilidade dificuldade para engravidar

Dificuldade para engravidar e dor: pode ser endometriose

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A endometriose é uma das três principais causas de infertilidade feminina. O termo endometriose deriva seu nome da palavra endométrio. O endométrio é o revestimento do útero que corpo da mulher produz a cada mês esperando um embrião. Em outros posts há informações sobre infertilidade masculina (ver link), exames genéticos solicitados durante a investigação (ver link).

Se não houver a fecundação e a gravidez não ocorrer, irá ser eliminado o endométrio, o sangramento que ocorrerá no período menstrual.

Existem mulheres em que o tecido do endométrio percorre o final da tuba uterina e por fim entra no abdômen. Em algumas mulheres, o tecido do endométrio se ligará a outros órgãos, formando a endometriose.

Os hormônios produzidos durante o ciclo menstrual estimulam o tecido do endométrio, e as partes que estão fora do útero começa crescer e mais tarde a se desprender, assim como funciona o tecido de dentro do útero.

Entretanto, como o sangramento e a queda de tecido do endométrio não consegue sair do corpo, provocando inflamação e irritação do tecido local. Via de regra esta inflamação provoca a dor que os pacientes experimentam com a endometriose.

A endometriose possui diversos sintomas. Os sintomas mais comuns incluem dor antes e durante a menstruação (dismenorreia), relação sexual dolorosa (dispaurenia),  dificuldade para engravidar (infertilidade), dor ou outras alteração na micção ou evacuações e fadiga. Existem mulheres, em que a endometriose apresenta-se sem nenhum sintoma, em torno de 15 a 20% das mulheres com endometriose.

A endometriose também está associada a outros distúrbios imunológicos, incluindo asma, eczema e fibromialgia. A gravidade da endometriose não está associada a quantidade de dor ou o número de sintomas. A exemplo, têm mulheres com endometriose leve e sintomas graves, enquanto outras têm endometriose grave e assintomática.

A inflamação e irritação causadas pela endometriose podem gerar dificuldade para engravidar e até infertilidade. A inflamação crônica dificulta a retirada e o transporte do óvulo para a tuba uterina.

Em casos mais graves, a endometriose começa a causar aderência (fator tuboperitoneal de infertilidade), e os órgãos pélvicos ficam presos um ao outro, resultando em diminuição da função. A endometriose também pode bloquear a função as tubas uterinas.

O diagnóstico é realizado a partir de exames de imagem, como a ressonância nuclear magnética de pelve, a ultrassonografia transvaginal que pode mostrar o endometrioma e o uso de videolaparoscopia. Durante este procedimento, pode ser feito o diagnóstico e tratar a endometriose.

Sempre relato que a melhor forma de tratar a endometriose é a gestação. Visto que a gravidez realmente melhora a endometriose. Entretanto, quando a endometriose é tão grave, a tal ponto de impedir a concepção e gerar infertilidade, é necessária a realização de videolaparoscopia e até mesmo o uso de tecnologia de reprodução assistida (ver link).

Uma vez o nascimento da criança, a amamentação diminui o crescimento da endometriose, assim como a utilização de pílulas anticoncepcionais.

O ideal é buscar uma equipe multidisciplinar, com médico ginecologista e médico geneticista para que em conjunto realizem o diagnóstico correto e posteriormente indique o melhor tratamento a ser realizado.

Anencefalia defeito de fechamento do tubo neural

Defeito de fechamento do tubo neural: o que é a anencefalia?

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O defeito de fechamento de tubo neural compreende um grupo de malformação congênita que inclui a espinha bífida e a anencefalia. A anencefalia é uma malformação congênita que que impede o desenvolvimento normal do cérebro e dos ossos do crânio. Esta alteração pode ser vista no pré-natal, inclusive na ultrassonografia de primeiro trimestre.

A anencefalia decorre de uma estrutura chamada de tubo neural. Quando ocorre uma falha durante o fechamento do tubo neural ocorre no polo superior, temos a anencefalia. O fechamento do tubo neural ocorre durante as primeiras semanas do desenvolvimento embrionário.

O tubo neural é um agrupamento de células que ao se desenvolverem, formam o cérebro e a medula espinhal. Devido a anencefalia ser causada por anormalidades do tubo neural, é faz parte do grupo denominado defeito de fechamento do tubo neural.

Com a falha no fechamento do tubo neural, o cérebro ainda em desenvolvimento e a medula espinhal são expostos ao líquido amniótico que envolve o feto no útero. A exposição do tecido faz com que o tecido do sistema nervoso se degenere.

Como resultado do defeito de fechamento do tubo neural, as pessoas com anencefalia perdem grandes partes do cérebro e do cerebelo, além da ausência da calota craniana. Essas regiões do cérebro são necessárias para pensar, ouvir, visionar, emocionar e coordenar movimentos.

Estas alterações do sistema nervoso são tão graves, quase todos os bebês com anencefalia morrem antes do nascimento ou em poucas horas ou dias após o nascimento. No Brasil esta é uma das três condições em que a interrupção da gravidez é permitida.

A anencefalia e o defeito de fechamento do tubo neural são decorrentes de uma herança multifatorial. Difere das alterações de cromossomos, como a síndrome de Down (); e das doenças gênicas como a neurofibromatose e a doença da urina do xarope do bordo. Nas doenças multifatoriais, há a interação entre o meio ambiente e alguma predisposição genética.

A única forma de prevenção da anencefalia e do defeito de fechamento do tubo neural é o uso do ácido fólico. O ácido fólico é a vitamina B9, e está presente em muitas frutas e verduras. As farinhas de trigo, mandioca são fortificadas com ácido fólico no Brasil. Infelizmente, por conta da industrialização dos alimentos, a dieta está cada vez mais pobre em ácido fólico.

O ideal é sempre se consultar ainda durante o período pré-natal (idealmente) ou após o nascimento da criança com anencefalia um médico geneticista. Irá ser realizado o aconselhamento genético assim como será explanada todas as informações relativas ao defeito de fechamento do tubo neural.

Teste genético de ancestralidade genealogia

O que é o teste genético de ancestralidade?

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A busca por suas origens é o primeiro grande passo de qualquer indivíduo. Todos um dia já passaram pela situação de realizar uma arvore genealógica. Buscar por seus antepassados e as origens de sua família faz parte do desenvolvimento de qualquer indivíduo, e a genética pode auxiliar nesta árdua missão, com o teste de ancestralidade.

O teste genético de ancestralidade, ou simplesmente teste de ancestralidade, é um teste genético em que as pessoas interessadas em história familiar (genealogia) obtêm informação além do que podem aprender com parentes ou da documentação em cartórios.

O teste genético de ancestralidade avalia a variações do DNA pode fornecer pistas sobre a origem dos ancestrais de uma pessoa e sobre as relações entre as famílias. Certos padrões de variação no DNA são partilhados entre pessoas de determinados grupos populacionais.

Quanto maior o grau de parentesco entre dois indivíduos, duas famílias ou duas populações, mais padrões de variação de DNA eles poderiam compartilhar.

O teste genético de ancestralidade possui muitas limitações e pouca aplicabilidade clínica. Os serviços que oferecem o teste genético de ancestralidade comparam os resultados do teste genético de um indivíduo a diferentes bancos de dados de testes anteriores. De acordo com o banco de dados, as estimativas de grupo populacional podem não ser consistentes de um serviço para outro.

Não é necessário saber muito sobre história para saber que a maioria das populações humanas migrou muitas vezes ao longo de sua história e se misturou a grupos próximos. As estimativas de grupo populacional baseadas em testes genéticos podem diferir das expectativas de um indivíduo.

Em grupo populacional mais restrito, possui menor variabilidade genética, devido ao tamanho do grupo e à história, a maioria dos membros possui muitas variações do DNA em comum. Por exemplo, devido à baixa variabilidade genética, pode ser difícil distinguir pessoas que têm um ancestral comum relativamente recente, como primos em quinto grau, do grupo como um todo.

O teste genético de ancestralidade é oferecido por várias empresas, especialmente no exterior, no modelo teste genético direto ao consumidor (ver link). Entretanto estes testes genéticos não são utilizados na prática clínica, possuem finalidade mais “recreativa” do que um teste genético em que vai mudar a saúde de um indivíduo; vide os testes genéticos que são utilizados para provar ser judeu (ver link).

Descubra suas origens agora

Como todo teste genético, reforço a necessidade do aconselhamento genético e avaliação de um médico geneticista para ser realizado.

Microdeleção do Cromossomo Y AZF AZFa AZFb AZFc Infertilidade Masculina

Microdeleção do cromossomo Y como causa de infertilidade masculina.

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A microdeleção do cromossomo Y  é  uma condição geneticamente determinada, rara, que afeta a produção dos espermatozóides e é uma das causas de infertilidade masculina (ver link). Possuir uma microdeleção do cromossomo Y significa que é difícil ou impossível para os homens afetados terem filhos.

O testiculo de um homem afetado pode não produzir nenhum espermatozóides maduros (azoospermia) ou menos do que o número usual de espermatozóides (oligospermia) ou espermatozóides com formato anormal ou que não se movem adequadamente.

Homens com microdeleção do cromossomo Y não apresentam outros sinais ou sintomas relacionados à condição, apenas infertilidade.  Alguns homens com microdeleção do cromossomo Y podem ter oligospermia grave, ou seja, menos de 5 milhões de espermatozóide por mililitro de esperma, e podem eventualmente gerar um filho naturalmente.

As tecnologias de reprodução assistida (ver link) podem ajudar outros homens afetados; a maioria dos homens com microdeleção do cromossomo Y pode haver alguns espermatozóides, dependenda região deletada.

São três as regiões de azoospermia (AZF, do inglês, azoospermia factor):

AZFa: também conhecida como síndrome de células de Sertoli, em que há aplasia de células germinativas. Para os homens com microdeleção da AZFa, é virtualmente zero a chance de encontrar espermatozóide, mesmo na microdissecção testicular (TESE).

AZFb; parada de maturação espermática, em que há formas prematuras de espermatozóide, entretanto nenhum espermatozóide maduro. Assim como na AZFa, a AZFb não é possível utilizar espermatozóides do homem com microdeleção do AZFb.

AZFc: hipoespermatogêneses, neste caso há produção pouca de espermatozóides, com contagem inferiores a 5 milhões de espermatozóides por mililitro de sêmen. Pode ser feito fertilização in vitro do tipo ICSI, com espermatozóide do ejaculado, ou até mesmo realizar a microdissecção testicular (TESE)

O ideal é buscar um médico geneticista que irá realizar o diagnóstico correto e assim poder, em conjunto com médico especializado em reprodução humana, qual o tratamento é melhor indicado para cada caso.

Teste genético direto ao consumidor ancestralidade 23andMe

O que é o teste genético direto ao consumidor?

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O teste genético direto ao consumidor são comercializados diretamente aos clientes via televisão, anúncios impressos ou pela Internet, e os testes podem ser comprados on-line ou em lojas, incluindo farmácias e supermercados.

Na prática médica, exames complementares são solicitados por profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, nutricionistas, aconselhadores genéticos. A equipe multiprofissional determina quais exames são necessários. Solicitam o teste genético de um laboratório, coletam e enviam a amostra, interpretam os resultados do teste e compartilham os resultados com o paciente.

O teste genético direto ao consumidor, os clientes enviam à empresa uma amostra de sangue ou saliva, e recebem seus resultados diretamente de um site seguro ou em um relatório por escrito. Não há intermediários e não há aconselhamento genético.

O teste genético direto ao consumidor fornece às pessoas acesso a suas informações genéticas sem necessariamente envolver um profissional de saúde. No exterior, atualmente, há dezenas de empresas oferecem testes genéticos diretos ao consumidor para diversas finalidades.

O teste genético direto ao consumidor mais popular utilizam as variantes genéticas para fazer previsões sobre a saúde, fornecer informações sobre traços comuns e oferecer pistas sobre a ancestralidade de uma pessoa.

O número de empresas que fornecem testes genéticos diretos ao consumidor está crescendo, juntamente com a variedade de condições de saúde e características cobertas por esses testes.

Sempre defendo a tese de que antes de a realização de qualquer teste genético, deve ser realizado aconselhamento genético pré e pós-teste genético, alem de uma indicação formal de um médico geneticista.

Infelizmente, mesmo no exterior, há pouca regulamentação dos laboratórios que vendem teste genético direto ao consumidor. É importante avaliar a qualidade dos serviços disponíveis antes de realizar qualquer teste. No Brasil não há regulamentação quanto a estes testes e não são facilmente encontrados para compra.

TN aumentada translucência nucal

Translucência nucal aumentada, o que está de errado no meu bebê?

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A translucência nucal ou TN, é uma medida realizada durante o pré-natal. Faz parte do primeiro ultrassom especial que é realizado entre 11 e 14 semanas de gravidez.

A medida da translucência nucal é um exame imprescindível durante o pré-natal, que aliado a exames de sangue, tem como objetivo o rastreamento do bebê, na busca de problemas genéticos como síndrome de Down ou trissomia 18. Existe o teste pré-natal não invasivo (NIPT), irei falar em outro post (ver link)

Existem condições genéticas em que podem ter o bebê pode ter pescoço ligeiramente mais espesso do que outros bebês, o ultrassom examina essa área para determinar o risco de um bebê.

A medida da translucência nucal pode não lhe dar um diagnóstico definitivo, mas pode ajudar o casal a decidir se deseja a realização de outros exames complementares.

Se o teste descobre que a nuca é mais espessa do que a média e aliado aos exames de sangue, incluindo o pré-natal não invasivo (NIPT), o casal é geralmente encaminhado para aconselhamento genético.

Durante o aconselhamento genético, é sugerido a realização de exames invasivos, entre eles a biópsia de vilosidades coriônicas (CVS) ou amniocentese para confirmar o diagnóstico a partir de um cariótipo convencional ou microarray (ver link).

Às vezes, o ultrassom pode mostrar que o pescoço do bebê é mais espesso do que a média, mas os resultados dos exames complementares podem excluir as aneuploidias, em especial a síndrome de Down.

Se este for o caso, seu bebê pode ter um problema cardíaco (ver link) ou outros problemas, médico geneticista em conjunto com o médico fetal, provavelmente, poderá solicitar mais exames para tentar elucidar o diagnóstico.

A maior vantagem da medida da translucência nucal durante a ultrassonografia de primeiro trimestre é ser completamente não-invasiva.

Alguns casais já optam por obtê-la automaticamente, visto que os resultados poderão tranquilizá-los de que seus bebês estão se desenvolvendo normalmente; ou ganhar tempo e ter ferramentas para assim poder considerar suas opções se algum problema for detectado.

Vale ressaltar que este exame de ultrassonografia de primeiro trimestre é recomendado para todas as mulheres, não só aquelas com idade materna avançada (ver link), sempre sugiro durante a emissão do relatório a realização deste exame de triagem.

Sempre procure uma equipe multidisciplinar com obstetra, um médico fetal e um geneticista para realização correta do diagnóstico e posterior conduta do caso.

Piebaldismo

O que é piebaldismo?

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O piebaldismo é uma condição geneticamente determinada caracterizada por mechas brancas no cabelo e manchas brancas na pele. O piebaldismo é caracterizado pela ausência de células chamadas melanócitos em certas áreas da pele e cabelo. Estas células denominadas de melanócitos. Produzem o pigmento melanina, que contribui para a coloração do cabelo, dos olhos e da cor da pele.

A falta de pigmentação leva a manchas de pele e cabelos mais claros que o normal. O sinal mais comum do piebaldismo presente é uma mecha branca de cabelo. Os cílios, as sobrancelhas e a pele sob o topete também podem estar despigmentados.

Os indivíduos afetados com piebaldismo, possuem outras manchas não pigmentadas da pele, geralmente aparecendo simetricamente em ambos os lados do corpo. Na maioria dos casos, as áreas não pigmentadas estão presentes desde o nascimento e não aumentam em tamanho ou número. Pode afetar qualquer área do corpo.

Na região das manchas brancas, há um risco maior de queimaduras solares e câncer de pele relacionado à exposição excessiva ao sol. Algumas pessoas com piebaldismo são autoconscientes sobre a aparência das manchas não pigmentadas, que podem ser mais perceptíveis em pessoas de pele mais escura. Além desses possíveis problemas, essa condição não afeta a saúde do indivíduo afetado.

O piebaldismo é uma doença geneticamente determinada, em que há alteração nos genes KIT ou o SNAI2. O padrão de herança é autossômico dominante, ou seja, um indivíduo afetado possui 50% ou ½ de chance de ocorrer na prole.

O ideal é buscar um médico geneticista para elucidação deste diagnóstico, visto que há outras condições que podem se confundir om o piebaldismo.

Insônia familiar fatal

Insônia familiar fatal: o que causa?

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A insônia familiar fatal não é caracterizada apenas com insônia. Ela é considerada uma doença genética rara priônica, e é causada por uma mutação no gene PRNP.

A insônia familiar fatal causada pela mutação no gene PRNP já foi descritas apenas em duas famílias no Brasil. O gene PRNP, gene causador de duas doenças priônicas hereditárias. São duas as doenças priônicas hereditárias: a insônia familiar fatal e a doença Gerstmann-Straussler-Scheinker. Ambas são raríssimas, com ocorrência estimada e um para 100 milhões de habitantes.

A insônia familiar fatal é uma doença hereditária. Se o indivíduo não tem histórico familiar é improvável que tenha esta condição. Existem causas muito mais comuns de insônia: transtornos psiquiátricos, em especial a depressão e a ansiedade.

A insônia familiar fatal é uma doença autossômica dominante, com mutação no gene PRNP. O risco  de ocorrência na prole de um individuo com mutação no gene PRNP é de 50% ou 1/2.

Vale ressaltar que apesar do nome, o indivíduo não morre única e exclusivamente da insônia. Ha outros sintomas que estão associados que podem afetar a vida do individuo.

O suspeitar da insônia familiar fatal inicia-se com a avaliação do neurologista e do psiquiatra para afastar as causas comuns de insônia.

O diagnóstico etiológico é realizado a partir da avaliação genético-clínica e solicitação de exames complementares por um médico geneticista.

Assim como a maioria das doenças genéticas, não há um tratamento específico e o manejo se dá a partir de sintomáticos para melhorar a qualidade de vida do indivíduo.

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