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Caio Graco Bruzaca

Síndrome de Angelman Síndrome da marionete feliz alteração no gene UBE3A

Síndrome de Angelman: conheça a síndrome da marionete feliz

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A síndrome de Angelman ou síndrome da marionete feliz é uma condição genética complexa, que afeta o sistema nervoso central. Apresenta-se com atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, deficiência intelectual, comprometimento grave da linguagem, alteração de movimento e equilíbrio (ataxia).

As crianças afetadas com síndrome de Angelman podem apresentar convulsões (epilepsia), microcefalia (tamanho diminuído da cabeça). As alterações de desenvolvimento são percebidas quando a criança demora para sentar, andar e principalmente andar.

As crianças com síndrome de Angelman apresentam-se com comportamento feliz e excitável. Apresentam-se com risos imotivados e batidas de mãos. Por isto somado a alteração do andar, a síndrome de Angelman também é conhecida como síndrome da marionete feliz.

Também é frequente hiperatividade e fascínio pela água. As crianças afetadas apresentam distúrbio do sono. A alteração do sono pode se apresentar com dificuldade para dormir ou até mesmo sono reduzido.

Com o passar dos anos, as pessoas com síndrome de Angelman apresentam-se com diminuição da excitabilidade e melhora dos quadros de alteração de sono. Na idade adulta, a deficiência intelectual é o maior comprometimento das atividades de vida diária, além dos quadros convulsivos. A escoliose pode ser vista a partir da adolescência.

A síndrome de Angelman é causada por alteração no gene UBE3A. Pessoas com síndrome de Angelman apresentam-se com alteração nesse gene, por mecanismos de alteração na leitura do gene, deleção ou até mesmo o que se chama de dissomia uniparental. A região do gene UBE3A é no cromossomo 15q11-13, mesma região também responsável pela síndrome de Prader-Willi.

O ideal é sempre buscar um médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como a indicação correta dos exames complementares, para assim poder chegar ao diagnóstico, bem como elucidação das dúvidas, possíveis tratamentos e o risco de recorrência no futuro filho do casal.

Créditos da imagem: Janson George; The Angelman Syndrome foundation Walk, San Diego, California, EUA (19/05/2019). Shutterstock.com

Baixa reserva ovariana é quando ocorre a diminuição de óvulos medidos por exames complementares, serve como preditor de tecnologia de reprodução assistida cio número de óvulos

Baixa reserva ovariana: quando cai o número de óvulos de uma mulher

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Quando se fala em reserva ovariana, ou melhor, o quanto de óvulos uma mulher tem, devemos ter em mente alguns conceitos. Inicialmente, diferentemente do que ocorre no homem, em que é produzido espermatozoides todos os dias. Os óvulos de uma mulher são os mesmos do dia que nasceu.

Normalmente uma mulher nasce com um número finito de óvulos, que a partir da primeira menstruação (menarca), todos os meses sai dos ovários um óvulo para este ser fecundado durante período fértil. O ciclo menstrual é composto de 28-30 dias, em média, e inicia-se no primeiro dia da última menstruação (DUM).

Para avaliação da reserva ovariana, sempre é solicitado três exames. O primeiro deles são os hormônios que normalmente se é solicitado por qualquer ginecologista. O ideal é ser coletado no terceiro ou quarto dia do ciclo, fase que é chamada fase folicular precoce, este melhor prediz como está ocorrendo o funcionamento dos ovários.

Além desse exame é importante solicitar o hormônio anti-mülleriano, um exame que entrou na rotina por meados de 2012, que de forma muito fidedigna consegue predizer a reserva ovariana. Não há data ideal para colher, é um exame simples de sangue, e que traz muitas respostas. Nas mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP), este valor pode estar muito aumentado.

Ainda durante a avaliação da reserva ovariana, é solicitado uma ultrassonografia transvaginal, a ser realizado por volta do 14-21 dia do ciclo, em que é realizada a contagem dos folículos antrais (CFA). Esta medida é mais um marcador para predizer a reserva ovariana. Infelizmente esta ultrassonografia transvaginal é realizada apenas em centros de reprodução assistida.

A reserva ovariana serve para melhor guiar na escolha dos medicamentos a serem utilizados na reprodução assistida. Quando ocorre a baixa reserva ovariana, deve-se realizar a investigação, incluindo a realização do exame do cariótipo. A idade da mulher é o principal fator para reserva ovariana. A reserva ovariana também auxilia durante o congelamento dos óvulos.

O ideal é sempre buscar um médico geneticista para realizar a investigação correta da baixa reserva ovariana, bem como verificar quais as melhores possibilidades para realizar o sonho de ser mãe.

Síndrome do miado do gato ou síndrome do Cri-du-Chat apresenta choro agudo, atraso do desenvolvimento e deficiência intelectual e deleção no cromossomo 5p

A síndrome do miado do gato: o que é a síndrome do Cri-du-Chat

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A síndrome do Cri-du-chat ou síndrome do miado do gato é uma condição geneticamente determinada que leva ao atraso do desenvolvimento e algumas características específicas. Do ponto de vista genético, é decorrente de uma alteração do cariótipo, em que há falta de um pedaço do cromossomo 5.

A síndrome do Cri-du-chat é identificada logo nos primeiros meses de vida. As crianças com síndrome do Cri-du-Chat apresentam um choro muito agudo, que soa como a de um gato. Por isso o outro nome para síndrome do miado do gato.

Outra característica frequente na síndrome do Cri-du-Chat é o atraso do desenvolvimento neuropsicomotor. Demorar para firmar o pescoço, sentar, andar e até mesmo falar é muito comum nesta condição. O atraso do desenvolvimento neuropsicomotor pode evoluir para deficiência intelectual, e alterações no cariótipo é causa de deficiência intelectual.

Além disso há descritos alterações típicos da síndrome do miado do gato. O tamanho reduzido da cabeça (microcefalia), baixo peso ao nascer e hipotonia (tônus muscular fraco) ainda nos primeiros meses de vida são identificados.

Quanto ao rosto, a síndrome do miado do gato leva a características faciais distintas, incluindo afastamento dos olhos (hipertelorismo ocular), orelhas de implantação baixa, micrognatia (mandíbula pequena) e rosto mais arredondado. Já foi descrito cardiopatia congênita, mas estas são de nascença e não aparecem com o tempo.

A síndrome do miado do gato é uma condição rara. Acontece em 1/20000 crianças. Normalmente não é herdada, sendo uma alteração cromossômica de novo, ou seja, que aconteceu durante a formação da criança.

Do ponto de vista genético, decorre da perda do braço curto do cromossomo 5, também conhecida como deleção 5p, ou 5p menos. Assim como numa receita, se solicita que coloque dois copos de leite, se colocar um copo e meio, não muda a receita; na síndrome do miado do gato ocorre a mesma coisa.

O ideal é buscar um médico geneticista para realização do aconselhamento genético. Neste irá ser solicitado os exames corretos para enfim ocorrer o diagnóstico e oferecer a melhor forma de manejo do caso.

Genetica médica para não especialista e-book gratis e-book gratuito genética para não geneticistas

Genética médica para não especialistas: e-book gratuito

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Caros leitores, hoje recebi da Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM), em parceria ao conselho federal de medicina (CFM), o livro digitalizado, ou e-book, Genética médica para não especialistas.

Este livro “Genética Médica para não especialistas” foi feito por uma equipe de médicos geneticistas, docentes de diversas universidades conceituadas no Brasil, com intuito de divulgar a especialidade genética médica para outras especialidades e médicos generalistas. Duranto o ano passsado, o CFM realizou uma serie de webnarios, ou seminários online, para educação médica continuada em genética médica.

Sabemos que existe uma deficiência no ensino da genética médica nas graduações em medicina no Brasil, e este e-book Genética médica para não especialistas é um marco, visto que durante anos, muitos médicos não conheciam a genética médica como especialidade médica.

Com o objetivo de educação médica continuada, e poder propagar a genética médica como especialidade médica. Este E-Book melhor explicar os quatro temas principais em genética: deficiência intelectual, malformações congênitas, doenças genéticas de acometimento tardio e erros inatos do metabolismo.

É uma livro “Genética Médica para não especialistas” de leitura fácil, agradável, e que certamente auxiliará muitos médicos não especialistas a entenderem melhor a genética médica.

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Câncer gástrico difuso hereditário: muitos familiares com câncer de estômago familiares

Câncer gástrico difuso hereditário: muitos familiares com câncer de estômago

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O câncer gástrico difuso hereditário é uma síndrome de predisposição ao câncer que aumenta muito a chance de desenvolver uma forma de estômago. O câncer gástrico difuso hereditário não é um tumor sólido.

O câncer gástrico difuso hereditário as células cancerígenas (malignas) se multiplicam sob o revestimento do estômago. Dessa forma o estômago apresenta-se com revestimento espesso e rígido.

O câncer gástrico difuso hereditário é altamente invasivo. Fazendo com que este câncer se torne altamente provável que essas células cancerígenas se espalhem. Ocorre assim a metástase a outros tecidos, como o fígado ou ossos próximos.

Infelizmente, os sintomas do câncer gástrico difuso hereditário demoram para aparecer. Incluem: dor de estômago, náusea, vômito, dificuldade para engolir (disfagia), diminuição do apetite e perda de peso.

Se ocorrer de o câncer se espalhar para outros tecidos (metástase), pode levar a um aumento do fígado, amarelão dos olhos e da pele (icterícia), um acúmulo de líquido na cavidade abdominal (ascite), nódulos firmes sob a pele ou ossos quebradiços.

O câncer gástrico difuso hereditário normalmente ocorre em pessoas na terceira e quarta década de vida. Podendo se desenvolver a qualquer momento durante a vida adulta. Se o câncer gástrico difuso é detectado precocemente, a taxa de sobrevida é alta.

Entretanto, como esse tipo de câncer é oculto sob o revestimento do estômago, geralmente não é diagnosticado até que o câncer se torne amplamente invasivo. Nesse estágio da doença, a taxa de sobrevivência é mais baixa.

As pessoas diagnosticadas com Câncer gástrico difuso hereditário, há risco aumentado de desenvolver outros tipos de câncer, como uma forma de câncer de mama ( câncer de mama lobular, diferentemente do câncer de mama e ovário hereditário); câncer de próstata; e câncer colorretal.

A maioria das pessoas com câncer gástrico difuso hereditário tem histórico familiar para outros tipos de câncer antes dos 50 anos de idade. Em algumas famílias, todos os membros afetados têm apenas câncer gástrico difuso. Em outras famílias, alguns membros afetados têm câncer gástrico difuso e outros têm outra forma associada de câncer, como o câncer de mama lobular.

O ideal é sempre buscar um médico geneticista em caso de suspeita de muitas pessoas em uma mesma família com qualquer forma de câncer, para que possa ser realizado o aconselhamento genético, bem como solicitação de exames específicos.

NIPT pré-natal não invasivo unimed convênio SUS

O teste pré-natal não invasivo, NIPT.

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O NIPT ou, teste pré-natal não invasivo (NIPT), é um exame de triagem para determinar o risco de o feto nascer com certas anormalidades genéticas.

Este teste analisa fragmentos de DNA livre fetal que circulam no sangue de uma gestante. Após o beta positivo, a partir da nona semana de gestação já é possível realizar exames no feto.

Diferentemente do DNA materno, que é encontrado dentro do núcleo das células, esses fragmentos são flutuantes no plasma sanguíneo, e assim são chamados de DNA livre fetal. A partir do DNA livre fetal é possível realizar o NIPT.

Durante a gravidez, dentro da corrente sanguínea da mãe, existe uma mistura de DNA livre fetal, que vem de células da placenta. A placenta é o que liga o feto e o útero materno, e serve para o suprimento do bebê. Essas células são derramadas na corrente sanguínea da mãe durante a gravidez. O DNA livre fetal é idêntico ao DNA do feto.

A análise do DNA livre fetal utilizando o NIPT proporciona uma oportunidade para a detecção precoce de certas anormalidades genéticas, sem prejudicar o feto.

O NIPT é frequentemente utilizado para avaliar aneuploidias. O rastreio de alterações cromossômicas que são causados ​​pela presença de uma cópia extra ou a falta de um cromossomo, vide o cariótipo e os exames de citogenética

NIPT principalmente procura por trissomiassíndrome de Down (trissomia 21), síndrome de Edwards (trissomia 18), síndrome de Patau (trissomia 13), e os cromossomos sexuais (X e Y). A precisão do teste varia de acordo com a condição avaliada. Vale ressaltar que estas condições estão relacionadas a idade materna.

O NIPT é considerado não invasivo pois com uma simples coleta de sangue, é possível a realização do NIPT e não representa nenhum risco para o feto.

O NIPT é um exame de rastreio, avalia apenas o risco de alguma alteração de cromossomo e não dará uma resposta definitiva sobre se um feto tem ou não uma condição genética.

O NIPT estima o risco de ter determinadas condições é aumentado ou diminuído. Como o NIPT é um exame de rastreio, tal exame não possui cobertura pela saúde suplementar, entretanto há diversas técnicas comercialmente e seu custo ainda é elevado. Recomendo o PRENAT realizado pelo laboratório Chromosome Medicina Genômica.

O ideal antes de se realizar um NIPT é a realização do devido aconselhamento genético, para avaliação sobre riscos e benefícios, além de avaliação das limitações da técnica.

síndrome de Li-Fraumeni gene TP53 predisposição ao câncer risco de desenvolver câncer em crianças e adultos

A síndrome de Li-Fraumeni: muitos cânceres na família

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A síndrome de Li-Fraumeni é uma síndrome de predisposição ao câncer que aumenta muito o risco de desenvolver vários tipos de câncer, particularmente em crianças e adultos jovens.

Os cânceres mais frequentemente associados à síndrome de Li-Fraumeni incluem câncer de mama, uma forma de câncer ósseo chamado osteossarcoma e cânceres de partes moles (como músculos) chamados sarcomas de partes moles

Também pode estar associado a outros tipos de câncer comumente observados nesta síndrome incluem tumores cerebrais, cânceres de sangue (leucemias), um câncer de glândulas supra- renais (carcinoma adrenocortical). Vários outros tipos de câncer também ocorrem com mais frequência em pessoas com síndrome de Li-Fraumeni.

Não se sabe exatamente o quão frequente é a síndrome de Li-Fraumeni. Nos Estados Unidos estudos sugerem que há cerca de 400 pessoas de 64 famílias apresentando a síndrome de Li-Fraumeni. No Brasil é muito mais comum que se imagina, inclusive existem estudos que sugerem associação desta condição com a colonização do país.

A maioria de todas as famílias descritas com a síndrome de Li-Fraumeni têm mutações herdadas no gene TP53. O gene TP53 é um gene supressor de tumor. Auxilia o controle do crescimento e a divisão das células.

Mutações nesse gene, fazem com que este não funcione normalmente, assim permite que as células se dividam de maneira descontrolada e formem tumores. Outros fatores genéticos e ambientais também podem afetar o risco de câncer em pessoas com mutações no gene TP53 .

No Brasil, existe uma mutação específica que é muito comum no sul e sudeste do país. A mutação R337H no gene TP53. Esta mutação é do próprio indivíduo e não do tumor, ou seja, A pessoa nasce com a alteração, ou seja, com a síndrome de Li-Fraumeni.

A síndrome de Li-Fraumeni possui padrão autossômico dominante, ou seja, pode ser passado de pai para filho, de filho para neto, e assim sucessivamente, podendo ser passada de geração em geração. Na maioria dos casos, uma pessoa afetada tem outros familiares com cânceres característicos da doença.

O ideal é sempre buscar um médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como a realização de exames complementares corretos. Sempre que identificado uma pessoa com uma síndrome de predisposição ao câncer, outros familiares podem estar em risco.

Teste genético pré-concepção: uma realidade ou ficção

By | Reprodução Humana | No Comments

Em busca  de garantias, cada vez mais casais vão em busca de aconselhamento genético por conta do medo de ter um filho com algum tipo de malformação congênita ou alguma síndrome. Durante o aconselhamento genético é realizado a avaliação da arvore genealógica do casal, a fim de avaliar o histórico de doenças na família, além de ocorrência de deficiência intelectual, autismo ou até mesmo câncer.

Realizando-se o aconselhamento genético pré-concepcional e avaliando-se a história de cada casal. É verificado se há ou não algum grau de parentesco, mesmo que remoto, para pessoas provenientes de uma mesma região. E a partir daí é sugerido uma série de exames, são o chamado teste genético pré-concepcional. Vale ressaltar que os testes genéticos estão cada vez mais avançados, e mais detalhados e específicos para cada caso, este teste é diferente do teste genético direto ao consumidor e ao teste de ancestralidade.

O teste genético pré-concepcional é solicitado apenas após a realização do aconselhamento genético pré-concepcional. O teste genético pré-concepcional pode ser compreendido de exames comuns, que não são nem genéticos, propriamente dito.

Na avaliação pré-concepcional ou até mesmo na avaliação pré-nupcial pode ser solicitado as sorologias, que avaliam desde doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), como HIV, hepatites B e C, sífilis, além de outras sorologias importantes como o citomegalovirus (CMV), toxoplasmose e rubéola. Estes exames são importantes visando tanto o casal como um todo, quanto a ocorrencia destas doenças no futuro bebê.

Visando doenças geneticamente determinadas, há a eletroforese de hemoglobina, que avalia o grupo de doenças denominadas hemoglobinopatias ou doenças de hemoglobina. Está presente a anemia falciforme e a talassemia. Este exame é simples, barato e até mesmo no sistema único de saúde (SUS) é realizado. Uma vez sabendo que os futuros pais são portadores da doença, é realizado o aconselhamento genético e sugerido até mesmo a realização de fertilização in vitro com análise genética de embriões.

Outro exame que considero imprensidível é a realização do cariótipo do casal. Este exame avalia os cromossomos dos futuros pais a fim de prevenir a ocorrência de alterações cromossômicas desbalanceadas, vide quando um dos pais possuem o cariótipo alterado.

Já os testes genéticos pré-concepcionais, ditos como “painel de compatibilidade de casal” são de uso restrito, não possuem cobertura na saúde suplementar e não beneficia todos os casais, apenas alguns casos específicos. É o caso de casamento entre parentes, ou em grupos étnicos específicos, como os judeus. Vale ressaltar que este exame normal não significa que um casal não tem risco de ter um filho malformado.

Comercialmente há diversos laboratórios com estes exames. A maioria segue listas de doenças genéticas comuns nos Estados Unidos e na Europa, e não refletem a realidade brasileira. Vale ressaltar sempre a importância do aconselhamento genético, realizado por um médico geneticista, antes da realização de quaisquer exame genético. Discutir os riscos e benefícios assim como as limitações de cada teste é imprescindível.

Displasia ectodérmica hipoidrótica Síndrome de Christ Siemens Touraine

Displasia ectodérmica hipoidrótica: conheça esta doença afeta a pele

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Displasia ectodérmica é um grupo de doença genética rara relativas as genodermatoses. As genodermatoses são condições geneticamente determinadas que afeta a pele. Outro exemplo de genodermatose é a neurofibromatose tipo 1.

O quadro clínico observa-se nos primeiros dias de vida, com desenvolvimento anormal dos chamados derivados ectodérmicos. Enquanto feto, os nossos tecidos são divididos em endoderme (dentro), mesoderme (entre) e ectoderme (fora).

Os derivados ectodérmicos são: pele, unhas, cabelo, dentes e glândulas sudoríparas (que produzem suor). Como grupo complexo e heterogêneo, já foram descritas mais de 100 tipos de displasias ectodérmicas. Neste post irei falar apenas relativa a displasia ectodérmica hipoidrótica ligada ao X ou síndrome de Christ-Siemens-Tourene.

A maioria das pessoas com displasia ectodérmica hipoidrótica tem uma capacidade reduzida ou nenhuma de suar. Estas pessoas possuem glândulas sudoríparas com função reduzidas ou simplesmente não funcionam adequadamente.

A sudorese ou o suar é uma forma que o corpo faz para controlar sua temperatura. Com a produção do suor, este evapora da pele e consequentemente esfria o corpo. A sudorese reduzida ou nula leva a uma temperatura corporal perigosamente alta (hipertermia), particularmente em clima quente. A hipertermia pode causar problemas de saúde potencialmente fatais.

As pessoas com displasia ectodérmica hipoidrótica tendem a ter couro cabeludo e pelos corporais finos e esparsos, sinal conhecido como hipotricose. O cabelo é frágil, de crescimento lento e de cor clara. A displasia ectodérmica hipoidrótica também é caracterizada por vários dentes ausentes, dentição atrasada ou dentes malformados.

Algumas pessoas com displasia ectodérmica hipoidrótica têm características faciais distintas. É uma condição clinicamente reconhecível, e qualquer médico geneticista ao olhar já identifica este diagnóstico. O crescimento e desenvolvimento é normal, e a inteligência é normal, não tendo nenhum tipo de prejuízo cognitivo.

Sempre falo a importância da construção da auto-estima para pessoas com qualquer tipo de condição geneticamente determinada. O ideal antes de qualquer diagnóstico é a realização da avaliação genético-clínica com médico geneticista para realização correta do diagnóstico e posterior aconselhamento genético.

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Casamento consanguíneo: quando parentes se casam

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O casamento entre parentes ou o casamento consanguíneo é uma queixa frequente na genética médica. Seja casamentos entre primos, ou até mesmo com grau de parentesco menor a consulta com médico geneticista é indispensável.

Uma vez que possuímos um ancestral em comum, seja avós, bisavós ou até mesmo de uma região, é possível que alelos raros de genes se encontrem. Fatores socioculturais e isolados geográficos contribuem consideravelmente para ocorrência de casamento entre parentes.

Do ponto de vista legal, na Lei do Brasil, não há impedimento a casamento entre parentes até primos em primeiro grau. Entende-se primo em primeiro grau quando o pai de um dos cônjuges é tio do outro cônjuge. Graus de parentescos maiores que primos é necessária a avaliação com médico geneticista para o casamento civil ter validade.

Do ponto de vista religioso, as religiões judaico-cristãs não proíbem casamentos entre primos. A própria igreja católica durante séculos fez vista grossa com casamento entre parentes. Religiões orientais como o islamismo não fazem nenhum contragosto, inclusive há muitas populações de povos árabes em que o grau de casamento entre parentes é alto.

No Brasil, há três regiões em que o casamento de primos possuem frequência alta, incluem-se o nordeste, o sul de Minas Gerais e o norte do Paraná. Por conta de questões socioculturais e por muitas vezes estarem localizados em isolados geográficos.

O maior exemplo de isolado geográfico em que ocorre o casar com primo é a Ilha de Lençóis no município de Cururupú, Maranhão. E com a alta taxa de casamento entre parentes, há a maior ocorrência de doenças raras, no caso o albinismo oculocutâneo.

Uma vez que um casal tem um ancestral em comum, ocorre maior probabilidade de ocorrência das doenças autossômicas recessivas, por exemplo a doença da urina de xarope do bordo e as doenças vistas no teste do pezinho.

Durante o aconselhamento genético, é realizado a arvore genealógica do casal, a fim de entender melhor o grau de parentesco. Além disso é avaliado se há outro casamento entre primos, além de avaliar se há casos de crianças que nasceram com algum problema.

A história familiar detalhada e a avaliação de doenças genéticas ou hereditárias são as principais ferramentas que um médico geneticista utiliza durante a avaliação de casais.

Sempre reforço a necessidade de qualquer casal de primos a realização do aconselhamento genético com um médico geneticista a fim da realização de exames complementares e por fim definir os riscos de ocorrência de doenças genéticas nos filhos do casal.

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