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Caio Graco Bruzaca

Defeito de parede abdominal: onfalocele

By | Medicina Fetal | No Comments

Dentre os defeitos congênitos que podem ser observados ainda no período neonatal são os defeitos de parede abdominal. O defeito de parede abdominal é a presença de uma abertura no abdome, em que este tem uma abertura em que os órgãos podem ficar para o lado de fora da barriga do bebê.

Em geral a abertura da parede abdominal varia em tamanho, e pode ser identificada logo no primeiro trimestre de gravidez. Existe dois tipos de parede abdominal: a onfalocele e a gastrosquise. Neste texto só irei falar sobre a onfalocele

A onfalocele é o defeito de parede abdominal na região central da barriga do feto, no cordão umbilical. Em geral, órgãos abdominais, como intestino, estomago e fígado podem atravessar a abertura e ficar do lado de fora da barriga. Estes órgãos, em geral, ficam protegidos pela mesma membrana que cobre o cordão umbilical.

Em geral, fetos com onfalocele apresentam-se com restrição de crescimento intrauterino, além de apresentar risco aumentado de prematuridade. Associado a onfalocele, os fetos são em geral apresentam múltiplas malformações, incluindo-se cardiopatia congênita e alterações no pulmão.

Infelizmente, muitos fetos com onfalocele não conseguem sobreviver e muitos falecem ainda intrautero. Algumas síndromes genéticas e alterações de cariótipo tem como característica a presença de onfalocele. Por isto, está indicado a realização de testes genéticos pré-natais invasivos, como a amniocentese e a cordocentese.

A onfalocele, assim como a gastrosquise, necessitam de cuidados especiais aos nascimento. Por isto, é ideal, sempre frente a um caso de gestação com alteração, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e auxiliar na tomada de decisão sobre a gestação.

Créditos da imagem: Autorização do modelo e de propriedade assinada arquivada com a Shutterstock, Inc.

 

Produção independente mãe solteira reprodução humana inseminação artificial fertilização in vitro FIV sêmen de doador óvulo de doadora mãe e filho

Produção independente e reprodução humana

By | Reprodução Humana | No Comments

Com a sociedade cada vez cobrando por desempenho e graduação, a vida pessoal e a vida reprodutiva cada vez mais é deixada de lado. Hoje, muitas mulheres adiam a gestação, seja por questões educacionais e profissionais, ou por falta de um parceiro.

Você sempre se imaginou ser mãe? Porque deveria esperar por um príncipe encantado? A cada dia, muitas mulheres solteiras recorrem à reprodução assistida para poder realizar o sonho da maternidade e de ter um bebê.

A produção independente sempre existiu, muitas vezes por um pai omisso ou um parceiro que não assumiu a criança. Mas este texto é relativo a mulheres que buscam a maternidade, sem a necessidade de ter um parceiro.

Se você deseja assumir a maternidade e ter um bebê, independentemente de ter um parceiro, as tecnologias de reprodução assistida poderão lhe auxiliar. É possível contratar um serviço de reprodução humana e utilizar banco de sêmen.

No Brasil, está disponível bancos de sêmen nacionais e internacionais. A diferença seria quanto aos padrões étnicos, bem como as informações sobre o doador. Também é possível fazer teste genético no doador, semelhante ao teste genético para casais de primos. Há bancos de sêmen que já fazem testes genéticos prévios, incluindo-se o cariótipo.

Pode se realizar a inseminação artificial ou fertilização in vitro (FIV), dependendo de cada caso. Caso você ainda não esteja pronta para iniciar uma família, pode ser realizado o congelamento dos óvulos, para preservação de fertilidade. Esta tecnologia também está disponível.

Caso a decisão seja partir para produção independente utilizando reprodução assistida, é interessante a realização de acompanhamento psicológico concomitantemente as consultas. Também é importante a avaliação com geneticista, bem como o aconselhamento genético antes do tratamento.

Minha altura e minha genética

By | Genética Médica e Genômica | No Comments

Toda aula de biologia, algum professor teve que responder a seguinte pergunta: qual a influência da genética na altura do indivíduo? Acredita-se que em cerca de 80% da altura de uma pessoa esteja relacionada a sua genética. Entretanto, não se sabe exatamente como e quais genes estariam envolvidos na determinação da altura de uma pessoa.

A altura da pessoa é determinada por uma herança complexa, em que há influência do meio ambiente e a genética do indivíduo. É possível tentar prever a altura do indivíduo a partir da altura dos pais, o chamado canal de crescimento. Entretanto dizer exatamente qual a altura final de uma pessoa não é tão simples.

O calculo do canal de crescimento é realizado sempre que avaliamos crianças e adolescentes. Utiliza-se a somatória da altura do pai e da mãe em centímetros, se sexo masculino, soma-se a 13 cm; se menina diminui-se a 13 cm. Este valor divide-se por dois e entra com intervalo de mais ou menos 8,5 cm, este é o chamado canal de crescimento.

As combinações genéticas dos pais podem fazer com que, apesar de irmãos, ambos tenham altura completamente diferentes. Além da genética, existem outros mecanismos biológicos que influenciam a altura, como hormônios e o início da puberdade.

Além das questões genéticas e biológicas, a altura também é influenciada pela vida intrauterina. O estado nutricional da mãe durante a gravidez, assim como fumou e exposição de teratógenos. Crianças bem nutridas, ativas e saudáveis serão mais altas do que crianças com dieta pobre, com infecções recorrentes e assistência médica inadequada.

Questões socioeconômicas como renda, educação e ocupação também poderiam afetar indiretamente a altura. Assim como questões étnicas. Em geração, acesso a alimentos nutritivos, cuidados de saúde está mais relacionado a altura do indivíduo, bem como de seus filhos.

De qualquer forma, apenas utilizando as características de um casal, é possível prever qual seria o canal de crescimento, entretanto não é possível determinar exatamente a altura final de um futuro filho do casal, assim como não há testes genéticos específicos para estes fins.

Créditos da imagem: Autorização de modelo arquivada com a Shutterstock, Inc.

Célula organela citoplasma citoesqueleto núcleo mitocôndria retículo endoplasmático ribossomo lisossomo peroxissomo complexo de Golgi membrana plasmática

O que é uma célula?

By | Genética Médica e Genômica | No Comments

Quem já teve oportunidade de passar em consulta comigo, possivelmente ouviu a explicação sobre o que seria uma célula. Sempre falo que nosso corpo é formado por células, e a célula é como se fosse um tijolo, e nós somos grandes prédios.

A célula é a estrutura primordial de todos os seres vivos. O nosso corpo possui bilhões e bilhões de células. Cada uma tem funções únicas, como defesa (linfócitos), carregar oxigênio (hemácias), pensar (neurônios), movimentar (células musculares).

Dentro das células está guardado o nosso material genético e as organelas, como pequenos órgãos, semelhante a nós que temos o coração, pulmão, cérebro. As principais partes de uma célula:

Citoplasma

Dentro das células, o citoplasma é constituído por uma geleia denominada citosol, onde ficam o núcleo e todas as organelas.

Citoesqueleto

É o esqueleto da célula, formado por fibras que compõem a estrutura celular.

Retículo endoplasmático

É responsável pelo processamento das moléculas criadas pela célula, além de transportar estas moléculas.

Complexo de Golgi

É o empacotador das moléculas além de ser o responsável para transportar para fora da célula.

Lisossomos e peroxissomos

São responsáveis para reciclagem e digestão da célula. Por terem função muito especial, há doenças relacionadas a disfunção destas duas organelas.

Mitocôndria

Mitocôndria é a usina energética da célula e possui DNA próprio. Devido a sua importância, há muitas doenças genéticas relacionadas.

Núcleo

O núcleo da célula é onde fica o DNA, o DNA é compactado em cromossomos, e os genes são suas unidades de funcionais.

Membrana plasmática

A membrana plasmática é responsável pelo revestimento externo da célula, sua delimitação. É nela que ocorre a osmose e a passagem de moléculas e materiais para dentro da célula.

Ribossomos

São os leitores das receitas do material genético para criação de novas proteínas.

Como eu me preparo para uma palestra ministrar aula montar slide apresentação público linguagem comunicação informação congressos eventos simpósios

Como eu me preparo para uma palestra?

By | Congresso e Palestra | No Comments

Frequentemente sou chamado para dar uma palestra ou uma aula. Essas aulas e palestras tem múltiplos assuntos sobre genética médica, em especial, perdas gestacionais, infertilidade, reprodução humana, testes genéticos.

Inicialmente, para poder realizar uma palestra, eu devo planejar o que vai ser comunicado. O ato de comunicar é um ato de duas vias, quem fala e quem ouve a mensagem a ser passada.

O planejamento do que será apresentado inicia-se a partir da definição do tema e do público. Estas são duas chaves primordiais para que a palestra seja bem-sucedida e para que “brancos” não ocorram.

A análise de público é muito importante, visto que identificar quem ouvirá a palestra influencia diretamente da forma de como será a passagem da informação. Deve ter em mente que meu público é muito variado, posso dar uma palestra para médicos geneticistas, profissionais de outras áreas, alunos de graduação e pacientes.

Cada publico exige uma linguagem diferente, uma postura diferente, para que a mensagem alcance o foco, assim como o seus interesses próprios inerentes do grupo social. Não adianta falar muitos nomes técnicos a um público formado por pacientes e associações. Assim como não adianta usar linguagem muito básica para uma plateia de especialistas.

A palestra tem que apresentar um tema específico, ou seja, bem delimitado. Ter começo, meio e fim. O melhor exemplo é a minha palestra sobre perdas gestacionais. Apresento o problema, as causas do problema, as consequências do problema e por fim as possíveis soluções.

Quando se trata de saúde, é muito difícil esgotar um assunto em poucos minutos, mas tento ser o menos prolixo possível. Por isso, sempre defino o objetivo da apresentação. Baseado em um tripé: público-alvo, nível de conteúdo/linguagem e quantidade de tempo.

A apresentação ou slides é uma particularidade minha, sempre utilizo alguns padrões de formatação e fotos com licença do banco de imagens pago Shutterstock®. Sempre utilizo de Smart art e artifícios visuais, visto que o ser humano é essencialmente visual.

Após uma série de palestras anteriores e posteriores a minha, prender a atenção é o mais difícil. Como já fui elogiado, sou muito autentico, e gosto de expor, assim como nos meus textos, a minha prática como médico geneticista.

Por mais que seja aterrorizante para uns, a prática de dar aula é como aprender a dançar, no começo a pessoa treme, não consegue falar direito. Com o passar do tempo, começa a se acostumar em fazer palestras.

Defeito de parede abdominal: gastrosquise

By | Medicina Fetal | No Comments

Dentre os defeitos congênitos que podem ser observados ainda no período neonatal são os defeitos de parede abdominal. O defeito de parede abdominal é a presença de uma abertura no abdome, em que este tem uma abertura em que os órgãos podem ficar para o lado de fora da barriga do bebê.

Em geral a abertura da parede abdominal varia em tamanho, e pode ser identificada logo no primeiro trimestre de gravidez. Existe dois tipos de parede abdominal: a gastrosquise e a onfalocele. Neste texto irei falar apenas sobre gastrosquise.

A gastrosquise é um defeito na parede abdominal que ocorre à direita do cordão umbilical. Dessa forma, o intestino fica para o lado externo do abdome. Diferentemente da onfalocele, não há membrana que cubra os órgãos expostos na gastrosquise.

A gastrosquise é em sua maioria uma condição isolada. Ou seja, não apresenta-se com outros defeitos congênitos e raramente está associada a condições genéticas. Mas bebês com gastrosquise podem apresentar ainda restrição de crescimento intrauterino (RCIU) e prematuridade.

Pela ausência da membrana que recobre os órgãos intestinais, pode ocorrer contato direto do líquido amniótico e os órgãos gastrointestinais. Ao nascimento há crianças que necessitam de suporte parenteral.

A gastrosquise, assim como a onfalocele, necessitam de cuidados especiais aos nascimento. Por isto, é ideal, sempre frente a um caso de gestação com alteração, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e auxiliar na tomada de decisão sobre a gestação.

Créditos da imagem: Autorização do modelo e de propriedade assinada arquivada com a Shutterstock, Inc.

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Incompetência istmocervical: perda gestacional de segundo trimestre

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As perdas gestacionais são dividas de acordo com a idade gestacional. As perdas de primeiro trimestre, estão muito relacionadas a alteração cromossômica e gestação anembrionada. Também há causas como trombofilias e alteração de tireoide. Irei falar apenas sobre perdas gestacionais segundo trimestre, relativas a alteração anatômica.

A alteração anatômica mais relacionada a perdas gestacionais de segundo trimestre é a incompetência istmocervical. A incompetência istmocervical não tem sua incidência conhecida, e seu diagnóstico é meramente clínico.

Entende-se como incompetência istmocervical a “fraqueza” do colo uterino em si manter fechado durante todo o período da gestação. Ou seja, de uma forma simples de explicar, após o crescimento do bebê, de gramas para quilos, este fica muito “pesado” e assim abre precocemente o colo uterino. Com a abertura precoce do colo uterino, inicia-se um trabalho de parto prematuro.

O diagnóstico da incompetência istmocervical é baseado na história clínica de: perda de segundo trimestre, precedido por ruptura prematura da bolsa e presença de dilatação uterina. De forma mais simples, um trabalho de parto muito prematuro, por volta das 16-20 semanas. Infelizmente, dificilmente este bebê sobreviverá, por conta de ocorre o entrar em trabalho de parto muito prematuro, apesar de ser um bebê absolutamente saudável, sem malformações.

Não há como identificar a incompetência istmocervical em uma mulher que nunca engravidou. Apenas é possível suspeitar após primeiro episódio de parto prematuro. Após esta primeira perda gestacional, é possível realizar a prova da vela para avaliar a abertura colo uterino.

Para incompetência istmocervical há um tratamento específico: a cerclagem. A cerclagem seria um ponto cirúrgico no colo, por volta de 12-14 semanas, visando dificultar a abertura precoce do colo de útero.

O ideal, frente a qualquer caso relativo a perda gestacional de segundo trimestre é sempre ser avaliado por uma equipe multidisciplinar, em especial a avaliação com médico geneticista.

Sequenciamento completo do exoma mapeamento genético sequenciamento exoma clínico doenças raras diagnóstico medicina de precisão mutação genética

Sequenciamento completo do exoma: mapeamento genético do indivíduo inteiro

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Existem diversos tipos de testes genéticos. O sequenciamento gênico inclui os painéis gênicos, o sequenciamento de gene único e por fim o sequenciamento completo do exoma e o sequenciamento completo do genoma.

Na prática clínica do médico geneticista, especialmente no estudo das doenças raras, após esgotada a investigação de alterações de cromossomos, e ainda sim não foi possível fechar o diagnóstico, pode ser solicitado o sequenciamento completo do exoma.

Este tipo de exame genético, seria o mais próximo do “mapeamento genético do indivíduo inteiro”, ou seja, é possível sequenciar absolutamente todos os genes. Quando se sequencia apenas a parte codificante, ou seja, aquela que tem as receitas das proteínas, região denominada éxons, temos o exoma do indivíduo.

Da mesma forma, acredita-se que a maioria das mutações gênicas causadoras de alguma doença ocorre em éxons, a técnica mais válida para prática clínica seria o sequenciamento completo do exoma.

O sequenciamento completo do exoma é realizado com a mesma técnica dos painéis gênicos, o sequenciamento de nova geração, ou NGS da sigla em inglês. Com o avanço das tecnologias, foi possível entregar um resultado mais preciso e em menos tempo ao menor custo. Infelizmente, a maioria dos diagnósticos realizados pelo sequenciamento do exoma não muda o tratamento do indivíduo, mas pode responder a grande dúvida de qual doença rara que a pessoa tem.

Apesar de muitas doenças de genética poderem ser identificadas com o sequenciamento completo do exoma, a maioria das informações obtidas por este teste ainda são possuem um significado, ou seja, ainda não sabemos exatamente o que querem dizer ou se tem alguma aplicabilidade clínica, as chamadas variantes de significado incerto (VUS). Além disso,  o sequenciamento completo do exoma possui riscos e limitações e é comum o aparecimento dos achados incidentais neste tipo de exame.

Infelizmente, na saúde suplementar este exame ainda não tem cobertura obrigatória pela ANS, segundo a RN nº428/2018 e infelizmente não irá entra no ROL da ANS de 2020. No SUS, a Conitec orientou a não incorporação da tecnologia, entretanto saiu uma portaria do ministério da saúde sobre a incorporação do sequenciamento completo do exoma no SUS para deficiência intelectual.

Na dúvida, sempre procure um médico geneticista antes da realização de quaisquer teste genético, bem como a realização do aconselhamento genético pré e pós teste.

Defesa de mestrado genética médica reprodutiva na Unifesp

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No dia 01 de outubro de 2019 ocorreu a minha defesa do mestrado acadêmico. Iniciei o meu mestrado em 2017, e após dois anos de muito estudo, e árduo trabalho tanto clínico quanto laboratorial, escrevi minha dissertação intitulada “Caracterização molecular de oligozoospermia grave e azoospermia não obstrutiva”, com orientador Prof. Dr. Renato Fraietta, co-orientador Prof. Dr. Ciro Dresch Martinhago, na subárea de genética médica reprodutiva; realizado no Programa de Pós Graduação em Medicina (Urologia) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O tema da dissertação de mestrado está relacionado a infertilidade masculina, os genes responsáveis pela produção de espermatozoides que estão no novo painel de predisposição genética a aneuploidias, que caso alterado, em homens pode causar infertilidade e em mulheres pode causar perdas gestacionais precoces.

A banca foi composta pelos Prof. Dr. Daniel Suslik Zylbersztejn, Prof. Dr. Edson Borges Junior e Prof. Dr. Décio Brunoni. Apresentei minha dissertação no tempo correto, e após iniciou a arguição. Segundo as regras do programa, foi um debate com os professores da banca. Fui aprovado com unanimidade e mais uma grande etapa da minha vida foi encerrada, abrindo as portas para novas oportunidades.

Sou muito grato a todos que participaram da minha dissertação, tanto durante a execução e fazendo parte da plateia. Também sou grato a minha esposa Wânnia Bruzaca e todos os meus familiares. Agradeço a Chromosome Medicina Genômica pelo financiamento e execução da biologia molecular.

Na foto, da esquerda para direita: Eu (Caio), Renato, Edson, Décio e Daniel.

Variante de significado incerto vus sequenciamento completo do exoma painel genético mutação genética indeterminada alteração no exoma clínico gene DNA

Variante de significado incerto (VUS) o que é?

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Nem todas as alterações genéticas são causadoras de doença genética. A grande maioria das mutações não tem impacto nenhum na saúde ou no desenvolvimento do indivíduos. Muitas mutações podem alterar a sequencia do DNA, mas nem todas alteram a função da proteína.

Frequentemente, as mutações genéticas que poderiam causar uma doença genética são reparadas por certas enzimas antes que o gene seja expresso e uma proteína alterada seja produzida. Cada célula vias de correção a fim de que enzimas reconhecem e reparam erros no DNA. O reparo do DNA é um processo importante na proteção do corpo contra doenças genéticas.

Uma mesma pessoa pode apresentar muitas alterações genéticas, mas nem todas afetam a saúde. Por isto, o diagnóstico de doenças genéticas pode não ser tão fácil. Existem muitas alterações genéticas em que não se sabe exatamente o que afetam o indivíduo. Estas alterações são chamadas de variantes de significado incerto (VUS).

Quando se solicita testes genéticos, como painéis genéticos, sequenciamento completo do exoma e o sequenciamento completo do genoma, às vezes, nenhuma mutação patogênica (causadora de doença) é encontrada. Entretanto, são encontradas diversas alterações em outros genes cuja relação com uma possível doença genética é desconhecida.

Cada situação é vista de forma diferente, uma variante de significado incerto (VUS) nos casos de câncer hereditário pode ser interpretado de uma forma, e nos casos de deficiência intelectual de outra forma. Por isto, os testes genéticos possuem riscos e limitações.

Cada caso deve ser individualizado, e a variante deve ser pesquisada nas diversas bases de dados, como o ClinVar® ou o Varsome®. É um grande desafio durante o diagnóstico de doenças genéticas a real função das variantes encontradas no DNA.

O ideal, antes de ser solicitado, bem como abrir o resultado de um teste genético, deve-se ter uma consulta com médico geneticista, este irá poder interpretar e explicar as alterações encontradas.

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