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Caio Graco Bruzaca

Ataxia de Friedreich: ataxia recessiva, dificuldade para andar, diabetes, perda da coordenação e força das pernas perda; rigidez muscular; espasticidade.

Ataxia de Friedreich: ataxia recessiva

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A ataxia de Friedreich faz parte do complexo das doenças neurogenéticas. Dentro das doenças neurogenéticas, existem as relacionadas a alteração do movimento, em especial as ataxia hereditárias.

A Ataxia de Friedreich é uma condição genética determinda que afeta o sistema nervoso e causa problemas de movimento. As pessoas diagnosticadas com a ataxia de Friedereich apresentam dificuldade para andar, perda da coordenação das pernas, também conhecida como ataxia. Em geral, esta doença é progressiva, ou seja, piora com o tempo.

Além desta alteração neurológia, a ataxia de Friedreich pode manifestar-se em conjunto com outros sintomas. Inclui-se:  perda gradual de força e sensação a dores nos membros; rigidez muscular (espasticidade); e fala, audição e visão prejudicadas.

Além disso, indivíduos com ataxia de Friedreich podem apresentar acometimento em outros órgãos, em especial problemas cardíacos, como a cardiomiopatia hipertrófica, que aumenta o tamanho e enfraquece o músculo cardíaco, e com o passar do tempo, pode ser fatal. A diabetes também é outra comorbidade muito frequente, e menos comum a presença de escoliose.

Diferentemente das ataxias dominantes, como a doença de Machado-Joseph, a grande maioria dos casos de ataxia de Friedreich inicia-se com sinais e sintomas por volta dos 5 a 15 anos de vida. As primeiras características perceptíveis são a falta de coordenação e equilíbrio. Infelizmente, muitos casos apresentam-se em cadeira de rodas em torno de uma década após início dos sintomas.

A presença de mutações no gene FXN é causam ataxia de Friedreich. Este gene alterado faz com que a frataxina não funcione plenamente, sendo esta proteína importante para a mitocôndria.

Neste gene, há uma sequencia de tripletos GAA, e a partir da a expansão de tripletos pode manifestar a ataxia de Friedreich. Nesta doença, ocorre também o fenômeno da antecipação, semelhante a doença de Huntington e a síndrome do X-frágil.

O ideal é buscar sempre um médico geneticista, que em conjunto com o neurologista irá manejar o caso, bem como avaliar os melhores testes genéticos a serem realizados e realizar o aconselhamento genético.

Fenômeno da antecipação expansão de tripletos doença de Huntington Ataxia Hereditária Síndrome do X-frágil

Fenômeno da antecipação, o que é?

By | Genética Médica e Genômica | No Comments

Existem condições genéticas em que quando passados de pai para filho, os sinais e sintomas podem aparecer mais cedo. Esse fenômeno é chamado de antecipação. Existem condições que o fenômeno da antecipação ocorre mais, em especial as condições relacionadas a expansão de tripletos, como a doença de Huntington, a Ataxia de Machado-Joseph e a síndrome do X-frágil.

O fenômeno da antecipação ocorre na presença da expansão de tripletos. Entende-se expansão de tripletos o aumento do número de repetições de três nucleotídeos do DNA. A presença da expansão de tripletos é, em sua maioria, instáveis ​​e propensos a erros durante a divisão celular. 

Quando é passado de pai para filho, a quantidade de repetições dos tripletos pode mudar. Em muitos casos, a repetição de trinucleotídeos pode se expandir até que o gene pare de funcionar normalmente.

Este é o caso da expansão de tripletos CGG da região promotora do gene FMR1, a causadora da síndrome do X-frágil quando é superior a 200 (mutação completa) ou quando está entre 55-200 repetições (pré-mutação), na falência ovariana precoce; por exemplo.

Nas doenças neurogenéticas, em especial a doença de Huntington, a expansão dos tripletos de uma geração para outra, faz com que a condição se torne mais grave e apareça cada vez mais cedo.

Apesar da mesma condição ser causada pelo mesmo gene, a maioria das condições genéticas tem sinais e sintomas que diferem entre os indivíduos afetados, mesmo numa mesma família. Nem todas essas diferenças podem ser explicadas pela antecipação, como é o caso da variabilidade fenotípica da neurofibromatose tipo I. 

Apesar de estas condições serem geneticamente determinadas, fatores ambientais e de estilo de vida auxiliam a variabilidade fenotípica, embora muitos desses fatores não ainda tenham sido identificados. 

Cada indivíduo é único, na sua essência, e por isso devem ser avaliados um a um. Mesmo grupamentos familiares, em que é necessária avaliação em conjunto da família, sempre utilizo desse preceito para a definição dos melhores testes genéticos para cada indivíduo.

Participação no II Workshop Encodexa sobre teste genético pré-natal não invasivo NIPT. NIPT - Conceitos, Indicações e Aplicações Clínicas

II Workshop NIPT Encodexa

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No dia 02 de agosto de 2019, participei do II Workshop ECDX (Triagem Pré-Natal para Aneuploidias – NIPT), a convite do Dr. Pedro Castro, médico geneticista responsável pela Encodexa/Genoa. Na ocasião, mais de 100 médicos especialistas em ginecologia, medicina fetal e genética marcaram presença no evento, realizado pela Encodexa no Hotel Renaissance, em São Paulo (SP).

O público conferiu palestras de conceituados especialistas em genética e ginecologia. A minha palestra foi intitulada “NIPT – Conceitos, Indicações e Aplicações Clínicas” e foi ministrada pontualmente às 09:25 da manhã, com duração de 50 min. Esta palestra é sobre o NIPT, dos exames relacionados a medicina fetal, a fim de rastrear alterações cromomossômicas, como as trissomias e a síndrome de Down.

Ouve também, participação internacional com o Dr. Jose Pablo Marchili, médico ginecologista-obstetra de Buenos Aires (Arg), fundador da Veragen, em que palestrou sobre a sua experiencia no teste genético em seu país.

Foi uma grande oportunidade para discutir os avanços do exame pré-natal não invasivo e a evolução crescente da demanda no Brasil e no mundo.

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Riscos e limitações do teste genético

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Quando se realiza um teste genético podem existir riscos inerentes a técnica escolhida para coleta do material. Podem-se realizar testes genéticos a partir de medidas pouco invasivas, como uma simples coleta de sangue ou um esfregaço bucal (estilo CSA).

Pode ser obtido material genético, também a partir de biopsias, sêmen e até mesmo durante o pré-natal. Para biopsias, uma biopsia de pele pode ser traumática ou até mesmo deixar uma pequena cicatriz. Para a coleta de sêmen, necessita-se de um local adequado, com isolamento acústico, semelhante a realização do espermograma.

Já os procedimentos pré-natais, como amniocentese, cordocentese e biopsia de vilosidade coriônica, pode haver riscos ao feto, podendo, inclusive, a iniciar um trabalho de parto prematuro. Estes são os principais riscos físicos ao indivíduo.

Os testes genéticos trazem consigo muitas conseqüências psicossociais. Estas incluem desde alteração emocional, social e financeira, dependendo do resultado do exame. Existem pessoas que passam pelo luto, semelhante ao descrito por Kluber-Ross com: negação, raiva, barganha/negociação, depressão, aceitação,

A informação obtida a partir de um teste genético pode revelar dados sobre uma família, inclusive, informações sobre outros parentes. Cada indivíduo deve ser avaliado, e manejado a fim de que a informação obtida não gere sofrimento e, em casos extremos, até mesmo suicídio.

Durante as minhas consulta, sempre falo nos quatro princípios da bioética antes de solicitação de qualquer teste genético. Inclui-se a beneficência, a autonomia, a não maleficência e a justiça.

O aconselhamento genético é regido por estes princípios, e o teste que pode fazer algum mal deve ser evitado, se o malefício supera qualquer tipo de benefício, como os testes genéticos preditivos.

Sempre, antes da realização de qualquer teste genético, deve procurar com um médico geneticista, para ser solicitado testes genéticos corretos para cada caso.

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A biópsia líquida e o DNA tumoral circulante

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Com o avanço da tecnologia em exames genéticos, é possível separar o DNA livre no circulante no sangue do indivíduo. Antigamente acreditava-se que o DNA estava restrito ao núcleo das células, mas já é possível identificar material genético fora das células.

A identificação do DNA livre propiciou a realização do teste genético pré-natal não invasivo (NIPT) e a biópsia líquida. A biópsia líquida é o teste genético de rastreamento de câncer em indivíduos sãos. A partir do DNA livre tumoral (ctDNA) encontrado no plasma da corrente sanguínea é possível apresentar se há ou não DNA proveniente de câncer.

A medida que o tumor cresce, as células novas substituem as antigas. As células antigas morrem e são quebradas, liberando-se assim DNA na corrente sanguínea.

A quantidade de DNA livre tumoral varia entre os diversos indivíduos e depende do tipo de tumor, sua localização e estadiamento do câncer.

A detecção de DNA livre tumoral a partir da biópsia líquida poderia ser utilizada nos seguintes casos:

  • Detecção e diagnostico um câncer pré-sintomático. A partir do desenvolvimento do tumor, o DNA livre tumoral é diferente do DNA do indivíduo. Em um futuro próximo, será possível evitar a realização de uma biópsia, principalmente quando o tumor é localizado em difícil acesso, como no câncer de sistema nervoso central.
  • A partir do DNA livre circulante será possível a orientação para um tratamento cada vez mais personalizado, visando a medicina de precisão. Entretanto, para este fim, a biópsia líquida ainda tem seu uso restrito a centros de pesquisa.
  • No acompanhamento do tratamento, a diminuição ou ausência da fração livre de DNA tumoral poderia indicar remissão do câncer.

A biópsia líquida é diferente da investigação de câncer hereditário, bem como pesquisa de mutação nos genes BRCA1 e BRCA2. O ideal é sempre procurar o seu médico antes da realização de qualquer teste genético, bem como procurar um médico geneticista para o devido aconselhamento genético.

Síndrome de Prader-Willi, obesidade, deficiência intelectual, compulsão alimentar, birra, hipotonia, mãos e pés pequenos, diabetes tipo 2

Síndrome de Prader-Willi: obesidade e deficiência intelectual.

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A síndrome de Prader-Willi é uma doença genética caracterizada por obesidade e deficiência intelectual. A principal característica desta síndrome é a dificuldade em controlar a saciedade e a compulsão alimentar, por isto a obesidade.

A síndrome de Prader-Willi é uma condição genética que afeta muitas partes do corpo. Apresenta-se com hipotonia (tônus muscular fraco), atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, e paradoxalmente, dificuldade de alimentação, dificuldade de ganho de peso no primeiro ano de vida.

A partir da infância, o indivíduo apresenta um apetite insaciável, com compulsão alimentar, birra por comida, o que leva a comer muito com excessos crônicos, também conhecidos como hiperfagia. A obesidade é uma característica típica da síndrome de Prader-Willi.

Além da obesidade, a presença de mãos e pés pequenos e micropênis também é característica da síndrome de Prader-Willi. Pessoas com esta condição apresentam-se com diabetes tipo II, decorrente da síndrome metabólica da obesidade.

Muitas pessoas com síndrome de Prader-Willi apresentam deficiência intelectual leve a moderado e dificuldade de aprendizagem escolar. Apresentam muitos problemas comportamentais, como birra, teimosia, explosões de temperamento, comportamento compulsivo. Podem apresentar ainda distúrbio do sono, incluindo apnéia.

O ideal, sempre frente a um caso com síndrome de Prader-Willi, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.

Síndrome de Williams: deficiência intelectual; personalidade amigável; dismorfismos; estenose aórtica supravalvar; hipercalcemia; FISH; deleção 7q11.23.

Sindrome de Williams: deficiência intelectual e personalidade amigável

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A síndrome de Williams é uma condição genética que afeta o desenvolvimento e muitas partes do corpo.  É causada pela perda de uma parte do cromossomo 7, conhecida como deleção 7q11.23, identificado pela técnica do FISH. Pode-se apresentar com atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, deficiência intelectual leve a moderada ou problemas de aprendizado. Apresenta ainda características únicas de personalidade, com personalidade muito amigável, características faciais distintas e problemas cardiovasculares e cardíacos.

Os indivíduos com síndrome de Williams podem apresentar dificuldade com tarefas visuais-espaciais, como montar quebra-cabeças e desenhar. Em geral, apresentam bom desenvolvimento em tarefas que envolvem linguagem falada, música e aprendizado por repetição (memorização mecânica).

Uma característica única na síndrome de Williams é a personalidade amigável, extremamente envolvente e extrovertida. Por isto, todo cuidado é pouco, as pessoas com síndrome de Williams são muito “dadas” e por isso, vão com qualquer um. Podem ainda apresentar o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). É frequente a presença de ansiedade e fobias em pessoas com síndrome de Williams.

A síndrome de Williams apresenta-se com características faciais (dismorfismos) distintas, incluindo : testa larga, nariz curto com ponta larga, bochechas cheias e boca larga com lábios carnudos, dentes pequenos, espaçados, tortos ou ausentes. É uma das síndromes clinicamente reconhecíveis, como a síndrome de Down, ou seja, apenas olhando as características da criança o diagnóstico é fechado.

A principal preocupação médica com a síndrome de Williams são os problemas cardíacos, inclui-se a estenose aórtica supravalvar. Esta é o estreitamento da aorta: dificultando o transporte do sangue do coração para o resto do corpo. Se não tratada, pode levar à falta de ar, dor no peito e insuficiência cardíaca. Também é frequente a presença de pressão alta.

Pode apresentar em algumas pessoas com síndrome de Williams a presença de tecido conjuntivo (tecido que suporta as articulações e órgãos do corpo), como problemas nas articulações e pele mole e frouxa. As pessoas afetadas também podem ter níveis aumentados de cálcio no sangue (hipercalcemia).

O ideal é buscar sempre um médico geneticista que irá realizar o diagnóstico correto, bem como manejar o caso, solicitar os testes genéticos a serem realizados e, por fim, realizar o aconselhamento genético.

Créditos da imagem destacada: Williams Syndrome Association.

Síndrome de Kartagener, discinesia ciliar primária: infeções respiratórias, inversão dos órgãos, situs inversus totalis e dificuldade para engravidar

Síndrome de Kartagener: a discinesia ciliar primária

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A síndrome de Kartagener ou discinesia ciliar primária é caracterizada por infeções respiratórias, inversão dos órgãos do corpo (situs inversus totalis) e dificuldade para engravidar (infertilidade).

Na síndrome de Kartagener, todos os sinais e sintomas são causados ​​por alterações nos cílios e flagelos das células, não confundir com os cílios dos olhos. Os cílios que estou falando são projeções microscópicas em forma de “pelos” que estão presentes na superfície das células.

Os cílios estão presentes nos revestimentos das vias aéreas, no sistema reprodutivo e em outros órgãos e tecidos. Já os flagelos são estruturas semelhantes à cauda, ​​semelhantes aos cílios, estão em especial nos espermatozóides, e servem para se movimentarem.

No trato respiratório, os cílios auxiliam a movimentação do muco em direção a garganta a partir de seus movimentos para frente e para trás. O andar do muco auxilia a eliminação de líquidos, de bactérias e de partículas dos pulmões.  Pessoas com síndrome de Kartagener apresentam problemas respiratórios desde o nascimento e fazem com que desencadeie problemas respiratórios de repetição.

A outra característica típica destes indivíduos é a posição invertida dos órgãos do tórax e do abdome. É o que chamamos de situs inversus totalis, ou inversão total do corpo. O coração e o estomago, que normalmente ficam do lado esquerdo, invertem-se e tornam-se do lado direito, o mesmo ocorre com o fígado que se posiciona-se nesta síndrome do lado esquerdo. A inversão dos órgãos não afetam a sua funcionabilidade.

A síndromed de Kartagener pode ocorrer a infertilidade, pois ocorre a dificuldade na movimentação da cauda do espermatozóide e dos cílios da tuba uterina. Nesse caso, no espermograma todos os espermatozóides são imóveis. Nas mulheres, ocorre não funcionamento adequado da tuba uterina. Em ambos é indicativo para realização de fertilização in vitro.

O ideal, sempre que suspeitado desta condição a avaliação com médico geneticista, para o correto diagnóstico e o manejo. Assim como a devida realização do aconselhamento genético para definir não só os riscos reprodutivos, bem como a avaliação do prognóstico do indivíduo.

Esclerose tuberosa manchas brancas pelo corpo genodermatose mutação TSC1 e TSC2 convulsão transtorno espectro autista tumores benignos alteração da pele

Manchas brancas pelo corpo: pode ser esclerose tuberosa

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A esclerose tuberosa é uma genodermatose. As genodermatoses são condições genéticas que afetam a pele, inclui-se a neurofibromatose tipo I nesse grupo. A esclerose tuberosa está relacionada ao crescimento de numerosos tumores benignos em muitas partes do corpo.

Os tumores benignos podem ocorrer em muitos locais do corpo, incluindo a pele, cérebro, rins e outros órgãos, em alguns casos levando a problemas de sérios de saúde.

Em aproximadamente metade dos casos, indivíduos com esclerose tuberosa podem apresentar atraso no desenvolvimento, deficiência intelectual e transtorno do espectro autista. Esta condição possui alta variabilidade, sendo seus sinais e sintomas variando de pessoa para pessoa.

Como qualquer genodermatose, a esclerose tuberosa apresenta-se com alterações na pele. As manchas brancas pelo corpo, ou manchas hipocrômicas são características da esclerose tuberosa. Também podem apresentar outras alterações na pele e nas unhas. Angiofibromas faciais são comuns desde a infância.

A esclerose tuberosa apresenta-se com alterações no sistema nervoso central. Pode causar convulsões, alterações de comportamento como agitação, hiperatividade. Tumores benignos cerebrais podem aparecer em pessoas com esclerose tuberosa, estes podem causar complicações graves ou até mesmo risco de vida.

Tumores em outros órgãos podem ocorrer em pessoas com esclerose tuberosa, incluindo-se tumor renal, coração, pulmão e olhos. Deve-se ter acompanhamento pelo menos semestral para rastreamento de tumores.

O ideal, sempre frente a um caso com esclerose tuberosa, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.

Síndrome velocardiofacial síndrome de Digeorge ou síndrome da deleção do 22q11.2 cardiopatia tonotruncal fenda labio-palatina transtorno psiquiátrico

Sindrome velocardiofacial: conheca a síndrome da deleção 22q11.2

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A síndrome velocardiofacial ou a síndrome da deleção 22q11.2 é causada pela perda de um pedaço do cromossomo 22. A microdeleção ocorre na região 22q11.2, bem próxima a deleção que ocorre na síndrome de Phelan-McDermid. É a síndrome de microdeleção mais comum.

A síndrome da deleção do 22q11.2 apresenta-se como um conjunto de sinais e sintomas que podem afetar qualquer parte do corpo. Apesar da mesma alteração genética, as características dessa síndrome variam amplamente, inclusive dentro de membros afetados da mesma família.

As avaliações relativas a cardiopatia congênita (alteração conotruncal) estão presentes desde o nascimento. Podem ocorrer alterações craniofaciais, incluindo lábio leporino e fenda labiopalatina, além de dismorfismos característicos.

A síndrome velocardiofacial apresenta alterações no sistema imunológico, manifestando-se com infecções de repetição. Também é conhecida como síndrome de Digeorge. O acometimento em outros órgãos inclui problemas respiratórios, alteração renal, dificuldade alimentar, problemas gastrointestinais e perda auditiva. Em alguns casos é possível observar baixa estatura e alterações em ossos da coluna.

Do ponto de vista de desenvolvimento, a síndrome de deleção do 22q11.2 apresenta-se com atraso do desenvolvimento, alguns casos inclusive com deficiência intelectual. Na vida adulta, apresentam risco aumentado de ocorrência de transtornos mentais, como a esquizofrenia, depressão, ansiedade e transtorno afetivo bipolar.

Ainda do ponto de vista cognitivo e social, alguns casos apresentam-se com transtorno do espectro autista e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.

O ideal, sempre frente a um caso com suspeita de algum quadro sindrômico, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.

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