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Caio Graco Bruzaca

É normal a menstruação atrasar?

By | Reprodução Humana | No Comments

Menstruação atrasada pode ter muitas causas. E claro a primeira delas é gravidez. Deve-se antes de iniciar a investigação excluir a possibilidade de gravidez, com um teste de beta-HGC. Considerando-se que o teste de gravidez está negativo, há muitas situações que devemos avaliar.

A primeira situação que devemos ter em mente é que a principal causa de irregularidade menstrual é a síndrome dos ovários policísticos (SOP). Esta consiste em sintomas como excesso de pelos e principalmente resistência insulínica.

Outra situação que pode estar relacionada são situações envolvendo hormônios, como problemas como a tireoide e a prolactina. A mulher com irregularidade menstrual deve ser exaustivamente investigada com exames hormonais e genéticos.

Dentre os exames genéticos, temos o cariótipo com banda G, que identifica por exemplo a síndrome de Turner. Nesta condição pode haver desde a amenorreia ou ausência total de menstrução à irregularidade menstrual.

Ainda pensando em síndromes genéticas, a falência ovariana precoce relacionada a síndrome do X-frágil pode levar a irregularidade menstrual por conta da menopausa precoce. Situações como esta são muito delicadas e necessitam de cuidado especial.

Dessa forma, caso seu ciclo menstrual esteja irregular, saiba que precisa ser avaliada, bem como, sempre que necessário, realize o aconselhamento genético com um médico geneticista para se ter o diagnóstico e conduta correta.

É normal a fertilização in vitro não dar certo de primeira?

By | Reprodução Humana | No Comments

Depende, a fertilização in vitro pode dar certo ou não. Antes de tudo, deve-se ter em mente que a fertilização in vitro (FIV) deve estar bem indicada ao seu caso. Cada casal tem suas próprias necessidades e indicações, e principalmente em si falando em dificuldade para engravidar.

A fertilização in vitro (FIV) possui uma série de peculiaridades que influenciam o beta positivo. A primeira situação a ser pensada é se o casal foi investigado com exames hormonais, espermograma e o cariótipo com banda G, exame este mandatório para todos os casais que irão fazer uma fertilização in vitro (FIV).

É necessário avaliar também a idade materna e paterna, bem como a realização de testes genéticos nos embriões, como o PGT-A para aneuploidias. É muito comum a realização de um tratamento de reprodução sem a realização de nenhum teste genético.

A janela de implantação também deve ser observada, assim como a qualidade embrionária, também chamada de morfologia do embrião. São pequenos detalhes na fertilização in vitro que fazem com que o tratamento pode ou não dar certo.

Dessa forma, caso seu tratamento de reprodução não dê certo, saiba que deve-se sempre investigar o casal assim como avaliar o tratamento realizado. E sempre realizar o aconselhamento genético com um médico geneticista para se ter o diagnóstico e conduta correta.

É normal ser baixo? E ter baixa estatura?

By | Doenças Raras | No Comments

Depende. Muitas crianças e até mesmo adultos apresentam-se com baixa estatura. Existem vários tipos de baixa estatura. A mais comum e frequentemente está associada a idas ao médico geneticista é a baixa estatura familiar.

Todas as vezes que estamos frente a uma pessoa, independente da idade, a sua altura está intimamente ligada a altura dos pais ou genitores. Existem cálculos bem estabelecidos para avaliação de altura de um indivíduo. Estes cálculos levam ao que chamamos de canal de crescimento.

O canal de crescimento é utilizado nas curvas de crescimento que toda criança é avaliada. Sim, depende muito dos pais, e principalmente, também da idade óssea. Quando todas estas variáveis estão intimamente ligadas, podemos estabelecer se há ou não baixa estatura.

Existem situações que envolvem displasias esqueléticas, tais como o nanismo ou acondroplasia. Casos como estes estão relacionados diretamente com mutações genéticas em múltiplos genes, e a altura final do individuo independe do canal familiar desta pessoa.

Dessa forma, sabendo-se sobre a questão da baixa estatura, deve-se sempre investigar o indivíduo em relação com sua família e realizar o aconselhamento genético com um médico geneticista para se ter o diagnóstico e conduta correta.

Teste Genético de compatibilidade de casais (CGT): sou portador de doença recessiva?

By | Reprodução Humana | No Comments

O aconselhamento genético pré-concepção é cada vez mais frequente. Muitos casais procuram informações sobre a genética de suas famílias e como esta genética se mistura com a de seus respectivos parceiros. A medicina de precisão trás consigo testes que poderiam ser realizados para dar mais gravidez com garantias ao casal.

Gravidez com garantias é diferente de risco zero de uma criança nascer com algum problema. A ideia é minimizar riscos e não zerá-los, infelizmente a genética médica ainda não é capaz de zerar todos os riscos para uma gravidez.

Minimizar riscos envolve, por exemplo afastar translocações equilibradas em um cariótipo com banda G de algum dos cônjuges. Ainda assim, outro exemplo são as doenças de hemoglobina, como a anemia falciforme e talassemias avaliados com a eletroforese de hemoglobina. São exames mínimos que todos casais deveriam fazer.

Como exames pré-nupcionais e pré-concepcionais, sorologias, espermograma, hormonais já são rotina de muitos casais. Realizar o aconselhamento genético deve também fazer parte desta rotina. E o teste genético de compatibilidade de casais (CGT) deveria também fazer parte.

O teste genético de compatibilidade de casais (CGT) deve ser sempre oferecido aos casais. É um sequenciamento gênico das principais doenças recessivas, com o objetivo de dar Match, ou seja, avaliar se ambos cônjuges são portadores de alguma alteração genética.

Com esta informação em mãos, é possível oferecer os riscos reprodutivos, e inclusive oferecer indicar o melhor opção para gravidez ao casal e principalmente minimizar os riscos.

A avaliação de todo casal deve ser feita com o médico geneticista. Vale ressaltar que antes de tentar engravidar e principalmente se há histórico de doenças genéticas na família é necessário o aconselhamento genético.

Não consigo engravidar, o que está acontecendo?

By | Reprodução Humana | No Comments

Muitos casais quando decidem a realização do sonho de ter um bebê podem passar por dificuldade para engravidar. Não conseguir engravidar é uma queixa frequente na genética médica. Mas o que pode estar acontecendo?

O conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS) de infertilidade conjugal é um ano de tentantivas sem uso de método anticonceptivo. Apesar disto, sempre recomendo o início da investigação assim que o casal desejar. Mas para isto é preciso entender alguns conceitos.

Apesar de ser meio obvio, para ter uma gravidez é preciso de um espermatozoide, um tuba uterina pérvia (o caminho) e um óvulo. Partindo desta tríade, observa-se que existem fatores de ambos os lados do casal.

A avaliação do casal é fundamental para o correto diagnóstico e manejo. Não é possível avaliar apenas a mulher. Antes de falar em tratamento de reprodução, alta e baixa complexidade, deve-se ter em mente que o casal foi extensamente investigado.

Ainda falando sobre investigação, o homem precisa verificar como está o sêmen, bem como seus exames hormonais. Já a mulher precisa avaliar tuba uterina, hormonais e endometriose. E claro, não podemos esquecer da importância do cariótipo com banda G de ambos.

Esta investigação é realizada durante o aconselhamento genético. Sim, o médico geneticista é um grande coringa nesta avaliação, aliado ao ginecologista e o urologista. Muita das vezes, o casal é avaliado unilateralmente, mas precisa ser feita a investigação em conjunto.

A avaliação do casal infértil e indicação da conduta clínica a ser tomada com este casal pode ser feita com o médico geneticista. Vale ressaltar que antes de qualquer tratamento de reprodução humana é necessário o aconselhamento genético.

Síndrome dos Ovários policísticos: irregularidade menstrual e dificuldade para engravidar.

By | Reprodução Humana | No Comments

Dentre os fatores que fazem com que uma mulher não consiga engravidar é o fator ovulatório. Entende-se como fator ovolatório tudo relacionado ao ciclo menstrual e a não conseguir ovular. Uma das causas de fator ovulatório é a falência ovariana precoce ligada à síndrome do X-frágil, e a síndrome dos ovários policísticos (SOP).

A síndrome dos ovários policísticos, pelo próprio nome diz, está relacionada a um ovário com aspecto polimicrocístico, em que na ultrassonografia, observa-se múltiplos cistos além do folículo dominante. Manifesta-se com hiperandrogenismo laboratorial ou clínico.

O hiperandrogenismo é uma condição relacionada a aumento de hormônios masculinos (testosterona), em que pode ser observado em exames laboratoriais de sangue. Algumas mulheres com síndrome dos ovários policísticos apresentam aumento de pelo (hirsutismo), em buço, costas e membros.

Outro sinal importante é o aumento da resitencia a insulina, com quadro de pré-diabetes  e obesidade. A mulher com síndrome dos ovários policísticos apresenta também irregularidade menstrual e muitos ciclos sem liberação dos óvulos. Isto está intimamente ligada a dificuldade de engravidar, pois mesmo com a relação sexual completa, o espermatozoide não encontra o ovulo.

É uma indicação para realização de tratamento de reprodução humana, e é mandatório o cuidado e manejo da paciente com síndrome dos ovários policísticos, antes de qualquer tratamento. Vale ressaltar que antes de qualquer tratamento de reprodução humana é necessário o aconselhamento genético.

Falência ovariana precoce: entenda a síndrome do X-frágil

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Muitas mulheres apresentam baixa reserva ovariana, e apresentam resultados não tão bons durante um ciclo de reprodução assistida. Muitas vezes, a menopausa ocorre precocemente, ou seja, acontece por volta dos 30 anos e não aos 50 como é de se esperar.

A avaliação com hormônio antimulleriano, hormonais como FSH e LH e as ultrassons de contagem de folículos antrais mostram-se alterados, e principalmente, o ciclo menstrual começa a falhar, ou mesmo ficar irregular.

A irregularidade menstrual é um grande aliado na avaliação do ciclo menstrual de uma mulher. A partir deste sinal, pode-se estar frente a um fator ovulatório e com dificuldade de engravidar. Muitas mulheres evoluem rapidamente para o climatério, com todos os sintomas, inclusive os fogachos.

Existem diversas causas de falência ovariana precoce. A principal causa é a pré-mutação do gene FMR1, relacionada a síndrome do x-frágil. A região promotora do gene FMR1 esta relacionada aos tripletos CGG. Lembrando-se o fenômeno da antecipação, há um valor que varia de 28 até mais de 200 repetições.

A zona cinzenta e principalmente a pré-mutação está relacionada a falência ovariana precoce. Um sinal de famílias com síndrome do x-frágil é ter vários meninos com transtorno do espectro autista (TEA) e mulheres com menopausa precoce. O teste genético é sempre indicado para todas as mulheres com baixa reserva ou mesmo que pararam de menstruar cedo.

A avaliação e indicação de qualquer teste genético pode ser feita com o médico geneticista. Vale ressaltar que antes de qualquer tratamento de reprodução humana é necessário o aconselhamento genético.

Teste DNA: entenda a perícia para o teste de paternidade

By | Genética Médica e Genômica | No Comments

Após a realização do teste de paternidade, e se ainda assim, houver dúvidas quanto a paternidade de uma criança, é muito importante a realização de perícia médica para complementar os laudo dos testes de DNA.

A perícia médica para o teste de DNA é feita como uma consulta com médico geneticista credenciado pela justiça para realização. Não é qualquer médico geneticista que pode assinar com valor legal esta perícia, e mais do que isto, a expertise do laboratório de genética deve sempre ser levada em consideração.

Diferentemente da consulta com médico geneticista, o médico perito não está interessado em história de doenças ou mesmo prevenção de câncer hereditário, e sim em avaliar os testes realizados por diversos laboratórios, e assim, dar validade aos testes realizados. Pode inclusive ser solicitado novos testes de DNA entre os envolvidos.

Reforço que o teste de DNA é um exame jurídico. O seu resultado é decisivo na vida de uma criança, de uma família, e envolve heranças e pensões. Realize este tipo de avaliação com profissionais capacitados para tal

Teste de paternidade post morten: surgiram irmãos que não conheço

By | Genética Médica e Genômica | No Comments

É cada vez mais comum o aparecimento de parentes pós falecimento de um pai. Não iremos falar sobre casos extraconjugais, e sim, na confirmação de paternidade pós falecimento de um suposto pai.

Muitas vezes, as famílias não tem seu próprio DNA de seus integrantes guardados em bancos de DNA. O que dificulta muito a realização da confirmação da paternidade. Os filhos que ainda não tiveram o registro dos pais na certidão de nascimento, podem tentar comprovar a paternidade.

O teste de paternidade post morten pode ser feito de duas maneiras. A mais simples, é comparando este DNA dos filhos registrados com os não registrados. E a via mais complicada envolve exumação de cadáver.

Ambas as situações são muito complexas e exigem conhecimento técnico e perícia médica para ser concluídos. Exige um profissional, médico geneticista e perito judicial, com muita expertise para que os laudos sejam bem feitos e aceito pela justiça.

Reforço que o teste de DNA é um exame jurídico. O seu resultado é decisivo na vida de uma criança, de uma família, e envolve heranças e pensões. Realize este tipo de avaliação com profissionais capacitados para tal

Perda gestacional e alteração anatômica do útero: o que preciso saber?

By | Perdas gestacionais | No Comments

A perda gestacional é definida como aquela perda em que o feto apresentou menos de 500 gramas ou 20 semanas. Possui um poder devastador no psicológico do casal, em especial da mulher. Existem causas que justifiquem a perda gestacional.
A investigação de perda gestacional inicia-se com o casal, sim, é importante que ambos os cônjuges sejam avaliados. Nunca aceite uma avaliação de perdas com a avaliação apenas da mulher.
Não são todas as mulheres que necessitam de avaliação anatômica do útero. Todas que já apresentaram uma perda gestacional já realização pelo menos uma vez na vida ultrassonografia transvaginal.
Para confirmação de uma gestação, como rotina da ginecologia, como exame preventivo anual. A ultrassonografia transvaginal é o exame de imagem que provavelmente será mais realizado na vida de uma mulher.
Por isto, a informação quanto a ter alteração uterina anatômica já vem na primeira pergunta sobre a sua vida menstrual. É frequente até ser interpelado com esta informação: tenho útero didelfo, útero bicorno ou unicorno.
A histeroscopia é o exame que avalia bem estas alterações, e é reservada em casos que realmente necessitam de intervenção. Não é comumente solicitado para todas as mulheres que tiveram perdas gestacionais, bem como possui indicações bem estabelecidas.
Via de regra, as alterações anatômicas do útero já são corrigidas pela cirurgia ginecológica, antes mesmo a tentante começar a tentar engravidar. E o ginecologista é o melhor médico para avaliar e tratar as alterações mullerianas ou do útero.
Ter uma perda gestacional já é o necessário para fazer a investigação. O médico geneticista necessita do auxílio do ginecologista para avaliação e manejo de mulheres com alterações anatomicas.

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