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Caio Graco Bruzaca

Catarata congenita genetica causas teste do olhinho reflexo vermelho

Catarata congênita: causas e tratamento.

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A catarata congênita é a principal causa de tratável de cegueira. A catarata congênita é uma condição em que a criança nasce ou se desenvolve logo nos primeiros dias de vida. A lente do olho, ou o cristalino, fica opacificado em vez de perfeitamente transparente. O cristalino localiza-se na região anterior do olho, e focaliza a luz e as imagens captadas para a retina.

O cristalino é essencial para a visão, e se não for transparente, a visão ficará embaçada ou até mesmo ausente, como na cegueira. Em caso de catarata congênita, o sistema nervoso imaturo da criança não receberá a estimulação visual necessária, dificultando o desenvolvimento da visão e poderá ocorrer a perda permanente da visão.

Se a catarata congênita não envolver o olho como um todo, pode não afetar a visão de modo total, mas pode ocorrer o que se chama de ambliopia, um tipo de visão reduzida. Com o passar do tempo, o nervo ótico que comunica o cérebro e o olho afetado torna-se não funcional, o que pode levar a perda permanente e irreversível da visão.

Durante o berçário ou alojamento conjunto, nos primeiros dias de vida do bebê, é realizado o teste do olhinho, ou teste do reflexo vermelho. Este exame é o mais simples e realiza a triagem dos casos com catarata congênita. Existem pacientes que mesmo com teste do olhinho normal pode ter catarata congênita, e o pediatra é o médico que irá observar isto durante a puericultura, ou seja, o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança.

A catarata congênita pode afetar um ou ambos os olhos. Mesmo se ambos os olhos forem afetados, a catarata de um olho pode ser mais grave que a do outro olho. O tratamento da catarata deve ser realizado o quanto antes, através de uma microcirurgia ocular, realizada por um médico oftalmologista, e o acompanhamento deve ser constante.

Independente do tipo, o tratamento é o mesmo: cirúrgico. Entretanto do ponto de vista da genética médica é muito importante a descrição do tipo de catarata congênita: lamelar, nuclear, dentre outros subtipos. Quando estamos frentes a uma criança com catarata congênita, a primeira pergunta é: esta malformação maior é isolada ou sindrômica?

Síndrome quer dizer “coisa que vem junto”. Sempre avaliamos outros órgãos com exames de imagem: coração, sistema gastrointestinal, sistema nervoso central. E dependendo dos achados pode-se ter ideia se estamos frente a uma criança com catarata isolada ou sindrômica.

Cada tipo de catarata possui diversos padrões de herança e genes associados. A heterogeneidade genética é muito presente catarata congênita. Durante a avaliação genético-clínico é avaliado a família como um todo, avaliação de consanguinidade, entre outros para que seja possível a realização do aconselhamento genético.

Doença da urina do xarope do bordo leucinose teste do pezinho ampliado

Doença da urina do xarope do bordo: conheça a leucinose.

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A doença da urina do xarope do bordo, a leucinose, é uma doença rara, geneticamente determinada, que acomete recém-nascidos. É uma das doenças que é vista pelo teste do pezinho ampliado (ver link). Esta condição é mais frequente em populações específicas, como os judeus ashkenazis, populações isoladas em que há alta frequência de casamento entre primos.

Na doença da urina do xarope do bordo (leucinose), o corpo é incapaz de processar determinadas proteínas de origem animal, mais especificamente no processamento dos aminoácidos de cadeia ramificada. Entende-se como aminoácidos de cadeia ramificada a leucina, isoleucina e a valina, e são fruto da digestão de proteínas, em especial derivados animais (carnes, leite, ovo e derivados).

O nome doença da urina do xarope do bordo (leucinose) deriva do cheiro característico da urina dos recém-nascidos, muito adocicado, que lembra o xarope do bordo (maple syrup). Esta condição é caracterizada por dificuldade em se alimentar. Vômitos, letargia, epilepsia de difícil controle, distúrbios do movimento, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e deficiência intelectual. Se não tratada, a doença da urina do xarope de bordo (leucinose) pode levar a convulsões, coma e até mesmo a morte.

A doença da urina do xarope do bordo (leucinose) é classificada de acordo com seus sinais e sintomas. A forma mais comum e mais grave da doença é a forma clássica, que inicia-se logo no primeiro dia de vida. As outras formas apresentam-se mais tardiamente, na infância, de forma mais branda, levando a atraso do desenvolvimento neuropsicomotor e deficiência intelectual, além de outros problemas de saúde.

O tratamento é uma fórmula proteica, isenta dos aminoácidos de cadeia ramificada, a leucina, isoleucina e valina. Além de uma dieta hipoproteica, evitando-se assim derivados animais (carne, leite, ovos e outros).

O ideal é sempre buscar um médico geneticista para realização do diagnóstico correto, e o manejo multiprofissional, em que necessita-se de um nutricionista que conheça a condição para correto manejo nutricional.

Sindrome de Down trissomia 21 cariótipo alterado aneuploidia

Síndrome de Down ou trissomia do 21, o que é?

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A síndrome de Down ou a trissomia do 21 é uma condição geneticamente determinada, relacionada a uma alteração cromossômica. Está associada à deficiência intelectual, uma aparência facial característica e tônus ​​muscular fraco (hipotonia) na infância. Todos os indivíduos com síndrome de Down apresentam atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, que evolui para deficiência intelectual de leve a moderada.

Antes de tudo, síndrome quer dizer coisa que vem junto. John Langdon Down foi um médico inglês que primeiro descreveu as características típicas da trissomia do 21. Esta condição não existe grau, ou o indíviduo tem ou não tem. Decorre de um cromossomo 21 a mais no cariótipo do indivíduo (ver link), ou seja, é uma aneuploidia.

Indivíduos com síndrome de Down podem ter uma variedade de malformações congênitas. A mais importante e que deve-se ter a preocupação nos primeiros dias de vida é a cardiopatia congênita. Também pode ter alterações gastrointestinais, entretanto estas são mais comuns.

Existe risco aumentado na síndrome de Down de ocorrer algumas condições médicas. A doença do refluxo gastroesofágico e a doença celíaca, por exemplo. Em um sexto dos pacientes com síndrome de Down tem hipotireoidismo congênito associado. Também há cuidados relativos a audição e visão, e uma minoria de indivíduos desenvolvem leucemia (um tipo de câncer de células sanguíneas).

O atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, ou seja, demorar para andar, firmar o pescoço e falar é uma preocupação muito importante na síndrome de Down, e não pode passar desapercebido. A fala e a linguagem de indivíduos com síndrome de Down desenvolvem-se mais lentamente. A síndrome de Down é a causa cromossômica mais frequente de deficiência intelectual, ou melhor, a dificuldade para desenvolver atividades de vida diária.

O tratamento que existe hoje para a síndrome de Down é a estimulação. Fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicopedagogia especializada é o verdadeiro tratamento para síndrome de Down. Quanto mais precoce, melhores as potencialidades podem ser atingidas pelo indivíduo, e menor será a distância entre suas limitações se comparado as limitações de um indivíduo comum .

Gosto de citar exemplos meus de pacientes atendidos: tenho um paciente com síndrome de Down que durante três anos foi operador de máquina de uma metalúrgica, hoje ele é cotado para ser jogador da seleção de futsal de síndrome de Down. Este paciente mal sabe ler e escrever, entretanto desempenhar sua função ele desempenha muito bem.

Hoje, além dos consultórios, faço parte da equipe do ambulatório de diagnóstico (ver link) da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (APAE-SP, ver link). E atendo diariamente muitos pacientes com síndrome de Down, além de realizar o aconselhamento genético dos seus pais.

Convenio Negou Exame Genetica ANS Negativa

O convênio negou meu exame genético, e agora?

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Muitas vezes o convênio nega exames de genética, ainda mais quando não é solicitado por médico geneticista. Exames genéticos na saúde suplementar são de uso restrito. A primeira inclusão de exames genéticos na saúde suplementar entrou na resolução normativa RN nº 338/2013, a partir 2014. Antes desta resolução apenas o cariótipo era coberto.

Os exames genéticos exigem além do conhecimento técnico destas tecnologias, a realização de aconselhamento genético antes e após o teste genético ser realizado. Até mesmo exames mais simples e consagrados é necessário a realização do aconselhamento genético.

Muitas vezes os exames genéticos podem levar a um diagnóstico de uma condição. Entretanto muitas vezes estes exames podem levar a dúvidas e até mesmo informações não solicitadas.

Observando as vantagens e as desvantagens dos exames genéticos, e suas necessidades, além do uso racional destas tecnologias, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), restringiu a cobertura obrigatória destes exames mediante solicitação apenas realizadas por médico geneticista.

Desta forma a ANS na ocasião da RN nº 338/2013 lançou a Nota N.º 876/2013/GEAS/GGRAS/DIPRO/ANS, está descrito:

“O objetivo do estabelecimento dos critérios para os 22 itens abaixo listados é o uso adequado das tecnologias nos procedimentos, já constantes do rol “Análise molecular de DNA” e “Pesquisa de Microdeleções e Microduplicações por FISH”, permitindo a elegibilidade de pacientes que irão se beneficiar desses procedimentos e a utilização desses recursos de forma racional. Para tanto, fica definida a utilização dos procedimentos, conforme o Anexo da presente nota.”

Desde então nas resoluções normativas seguintes 387/2015 e 428/2017 (atual), fica descrito no primeiro caput do item nº 110 “Análise molecular de DNA; pesquisa de microdeleções/microduplicações por FISH (fluorescence in situ hybridization); instabilidade de microssatélites (MSI), detecção por PCR, bloco de parafina.” subitem 1. “Cobertura obrigatória quando for solicitado por um geneticista clínico”.

Vale ressaltar que não são todos os exames genéticos que tem cobertura pela ANS, e não é porque o médico geneticista solicitou que o convênio irá realizar, existem critérios bem estabelecidos para tal. Quando o paciente procura um médico geneticista para essa “troca de pedido de exame”, nem sempre acontece. Primeiro será realizada uma avaliação genético-clínica e após se necessário será realizado o pedido.

Dessa forma, no dia-a-dia do médico geneticista há essa demanda, entretanto com a devida avaliação genético-clínica e a realização do aconselhamento genético, será utilizado de forma racional e adequada para cada caso a realização dos exames de genética.

Mancha café-com-leite neurofibromatose

Manchas café-com-leite, pode ser neurofibromatose.

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A neurofibromatose é uma genodermatose, ou seja, uma condição geneticamente determinada que acomete a pele além do sistema nervoso. A neurofibromatose pode afetar, principalmente, a forma em que as células nervosas se formam e crescem. A neurofibromatose é uma condição que passa de pai para filho, ou em metade dos casos, pode acontecer por causa de uma mutação nova em seus genes. Caso você tenha esta condição, você pode passá-la para seus filhos.

Nesta condição, pode ocorrer o aparecimento de lesões que crescem a partir dos nervos. Em sua maioria, os tumores são benignos. Existem três tipos de neurofibromatose:

A neurofibromatose tipo 1 (NF1) ou doença de von Recklinghausen causa alterações na pele. O principal sinal são as manchas café-com-leite, além dos neurofibromas cutâneos (semelhantes a verrugas) e a presença de harmatomas em íris (nódulos de Lisch).

A neurofibromatose tipo 1 (NF1) geralmente inicia-se na infância. Às vezes os sintomas estão presentes no nascimento. Esta é a forma mais comum dos casos, e na maioria dos casos a doença é benigna; e não gera transtornos ao indivíduo. Vale ressaltar que as imagens encontradas no Google são a exceção e não a regra.

Já a neurofibromatose tipo 2 (NF2) causa perda auditiva, zumbido nos ouvidos e mau equilíbrio. Os sintomas geralmente começam na adolescência. A schwannomatose causa dor intensa. É o tipo mais raro.

Os médicos diagnosticam os diferentes tipos com base nos sintomas. Há critérios clínicos estabelecidos para que haja o diagnóstico. Na maioria dos casos o teste genético é dispensável, mas também pode ser usado para diagnosticar a neurofibromatose.

Esta condição é uma doença crônica, progressiva e imutável, ou seja, não há cura. O acompanhamento clínico e o tratamento pode ajudar a controlar os sintomas. Dependendo do tipo de doença e da gravidade, o tratamento pode incluir cirurgia para remoção de neurofibromas cutâneos, além de acompanhamento clínico e prevenção de ocorrência de alguma comorbidade associada a neurofibromatose.

Cariotipo FISH Array-CGH CGH-Array Chromosome Microarray Citogenética

Cariótipo com banda G, CGH-Array, SNP-Array, FISH, o que são os exames da citogenética?

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O Cariótipo com banda G, CGH-Array, SNP-Array, FISH são exames frequentes solicitados na genética médica. São os chamados exames de citogenética. A citogenética é o estudo dos cromossomos e seu papel na hereditariedade. É avaliado a forma, o número as características sobre cromossomos.

A citogenética compõe o estudo da estrutura e composição dos cromossomos, incluindo os métodos que o geneticista utiliza para analisar cromossomos. Além de alterações nos cromossomos associadas à doença, os papéis que os cromossomos desempenham na determinação do sexo e mudanças nos cromossomos durante a evolução.

O que são cromossomos? São estruturas encontradas no núcleo da célula. Eles guardam e protegem a informação genética. Os cromossomos são compostos de: DNA e proteína combinados. Cada cromossomo contém muitos genes. Como sempre falo aos pacientes, todo mundo é metade da mãe e metade do pai, por isso os cromossomos vêm em pares. São numerados de 1-22 (autossomos); X e Y (sexuais).

Na investigação de diversas etiologias, é necessário lançar mão de testes genéticos, em especial na dismorfologia/doenças raras, estudo da deficiência intelectual, das perdas gestacionais de repetição e da infertilidade conjugal. Vamos falar sobre os exames:

  1. Cariótipo convencional com banda G de sangue periférico (TUSS: 40.50.10.51): este teste avalia os cromossomos em número, forma e distribuição. É o exame que avalia se há por exemplo trissomia livre do cromossomo 21 (na síndrome de Down). É o exame base de toda a genética, mas tem grandes limitações: depender de cultura celular, depende de citogeneticista experiente e baixa resolução.
  2. Hibridização por fluorescência in situ (FISH) (TUSS: 40.50.32.32): este teste visa regiões específicas de todo o genoma. Por exemplo o FISH para X e Y na avaliação de síndrome de Turner, ou pesquisa da deleção do 22q11.2 na síndrome de Di George. Deve-se ter em mente que o médico geneticista tem uma hipótese diagnóstica específica. Não necessita de cultura e pode ser utilizado para avaliação de mosaiismo.
  3. Pesquisa de microrrerranjos por hibridização genômica comparativa (CGH-Array) (TUSS: 40.50.32.40): este exame visa o rastreamento pré ou pós natal de todo o genoma em busca de alterações cromossômicas submicroscópicas, ou seja, que o cariótipo convencional não consegue visualizar. É o padrão-ouro no exterior para avaliação de deleções e duplicações cromossômicas.
  4. Pesquisa de microrrerranjos por polimorfismos de nucleotídeo único (SNP-Array) (TUSS: 40.50.32.40): é muito semelhante ao CGH-Array, a única diferença é a técnica laboratorial e a resolução.

O ideal sempre que estiver frente a solicitação destes testes genéticos é entender para serve, quais suas limitações e quais seriam as implicações dos diagnósticos a serem pesquisados. Sempre devem ser solicitados por médico geneticista, pois apenas este e interpretar os testes genéticos e realizar o aconselhamento genético.

Tireoide perda gestacional de repetição

Perda gestacional pode ser tireoide?

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A perda gestacional de repetição ou o abortamento habitual possui diversas causas, já previamente descritas (ver cariótipo  e trombofilia). Dentre as condições de saúde materna, tanto psicológica (ver link) quanto outras não diagnosticadas ou mal controladas podem levar a perda gestacional.

A doença da tireoide não diagnosticada é um desses problemas associados ao aborto espontâneo em alguns estudos, incluindo o hipotireoidismo subclínico. Dado que os sintomas da doença da tireoide/hipotireoidismo são muitas vezes menos óbvios, e muitas vezes imperceptível, muitas mulheres com perda gestacional recorrente se perguntam se podem ter uma condição de tireóide não tratada.

A doença da tireoide é, na verdade, um conjunto de diferentes condições, em vez de uma única entidade. Há diversas informações quanto ao que pode ser um fator de risco em aborto espontâneo.

Diversos estudos em abortamento habitual associam o risco aumentado para perda gestacional em mulheres com altas concentrações séricas de anticorpos tireoidianos (tireoperoxidase ou tireoglobulina), incluindo aqueles que são eutireoidianos.

A autoimunidade tireoidiana também tem sido relacionada à infertilidade sem causa aparente e à falha na implantação em tratamentos de reprodução assistida (ver link).

Doença da tireoide mal controlada (hipo ou hipertiroidismo) está associada à infertilidade e à perda gestacional. Excesso de hormônio tireoidiano aumenta o risco de aborto independente da disfunção metabólica materna, vale ressaltar que valores do TSH (hormônio tireoestimulante) superiores a 2,5 uU/ml no primeiro trimestre aumenta a chance de perda gestacional.

Sempre falo durante o aconselhamento genético que não desejamos uma gravidez a qualquer custo e sim o mais saudável possível, e o controle da tireoide são indispensáveis. O ideal em caso de perda gestacional de repetição é sempre ser avaliado por médico geneticista para tentar explicar a causa e após verificar possibilidades terapêuticas.

Crouzon Apert Craniossinostose Cranioestenose

Craniossinostose ou cranioestenose, o que é a fusão prematura de suturas cranianas?

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A craniossinostose é uma malformação congênita em que o ossos do crânio do bebê se fecham cedo, também é conhecido como fechamento prematuro das suturas ou cranioestenose. A presença de suturas cranianas abertas fazem com que o cérebro do bebê cresça naturalmente. Quanto ocorre a craniossinostose, o fechamento das suturas ocorre antes do termino do crescimento do cérebro da criança.

Em torno do terceiro ano de vida, os ossos do crânio do bebê começa a se unir, momento que as suturas tornam-se osso. Em um bebê om craniossinostose, o fechamento de uma ou mais suturas ocorre muito mais cedo. Isso pode limitar ou retardar o crescimento físico do cérebro do bebê.

Quando ocorre o fechamento prematuro das suturas, e ocorre a fusão dos ossos cranianos muito cedo, a cabeça do bebê para de crescer naquele ponto. Nas outras partes em que ainda há suturas abertas a cabeça do bebê continuará a crescer. Quando isto ocorre, o crânio pode ter uma forma anormal, embora o cérebro tenha seu tamanho habitual.

Quando mais de uma sutura se fecha, o cérebro pode não ter espaço suficiente para crescer, o que pode inclusive levar a aumento da pressão intracraniana.

Existem muitos casos de cranioestenoses isoladas, entretanto há condições geneticamente determinadas que levam a craniossinostose. As mais comuns estão relacionadas ao gene FGFR2, são: síndrome de Apert e síndrome de Crouzon. Algumas condições maternas também podem ser fatores de risco para ocorrência de craniossinostose, como uso de medicamentos e hipotireoidismo.

O ideal é buscar um médico geneticista para avaliação e verificar se estamos frente a uma craniossinostose isolada, ou a algum quadro sindrômico. Além da realização do aconselhamento genético e orientações quanto as condutas e cirurgias a serem programadas para evitar deformações cranianas ou outras sequelas.

ELA familiar familial esclerose lateral amiotrófica genética hereditária

ELA familiar: a esclerose lateral amiotrófica genética

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A esclerose lateral amiotrófica (ELA) pode ser genética. A maioria dos casos não são doenças geneticamente determinadas. A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença crônica, progressiva e imutável, causada pela morte do neurônio motor.

Na maioria das vezes o paciente em esclerose lateral amiotrófica (ELA) demora anos para conseguir diagnosticar a doença. A forma esporádica (mais comum) possui uma evolução rápida de poucos anos.

A esclerose lateral amiotrófica (ELA) familiar é causada por alteração no gene VAPB. No gene VAPB a mutação mais frequente é a c.C166T/p.P56S. Esta mutação é genuinamente brasileira, não sendo descrita em nenhum outro lugar no mundo.

A diferença entre a forma esporádica e a hereditária ou familiar são duas: o tempo de progressão da doença e a presença de vários familiares com a mesma doença. A forma hereditária tem uma evolução mais branda dos sintomas, demorando anos para que esta evolua. Já a forma esporádica é rápida e em poucos anos já deixa sequelas irreversíveis.

Existe apenas uma medicação específica para a esclerose lateral amiotrófica: o riluzol. Há estudos fase II e fase III de novas drogas além de uso de células tronco, mas esta doença ainda não tem cura. Existem diversas associações de pacientes, dentre elas o Movimento em defesa dos direitos das pessoas com Esclerose Lateral Amiotrófica (MOVELA, ver link).

Na forma familial ou hereditária da esclerose lateral amiotrófica (ELA), existe a possibilidade de passar para a próxima geração a mutação causadora da doença. Assim como muitas doenças monogênicas, pode ser feito o teste genético pré-implantacional (ver link), a partir de um embrião obtido com uso de tecnologia de reprodução assistida (ver link).

O ideal como em toda doença de manifestação neurológica é a realização do diagnóstico correto, a partir da equipe com um neurologista que irá realizar avaliação clínica do caso.

O médico geneticista, que irá avaliar se é ou não a forma hereditária ou familiar da esclerose lateral amiotrófica (ELA); e assim solicitar os testes genéticos indicados.

Doença de Huntington, o que é?

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A doença de Huntington é uma doença genética, hereditária que causa perda progressiva das células nervosas no cérebro.

A doença de Huntington tem um amplo impacto nas habilidades funcionais de uma pessoa. Resulta em distúrbios de movimento (coreia), perda cognição e está associado a diversos transtornos psiquiátricos.

A maioria das pessoas com a doença de Huntington desenvolvem os sinais e sintomas por volta da quarta e quinta década de vida. Entretanto pode ocorrer antes ou depois desse período.

Quando diversos familiares é afetado com a doença, pode-se haver o risco de desenvolvimento da mesma. Nesta doença pode ocorrer o fenômeno da antecipação. Em que apesar de os pais e avós desenvolverem a doença de Huntington mais tardiamente, de uma geração para outra a doença pode se manifestar em idade mais precoce.

Não há tratamento específico para esta condição, os medicamentos disponíveis auxiliam no controle dos sintomas da doença de Huntington, em especial o uso de psicotrópicos para os transtornos psiquiátricos. Não há tratamentos que previnem o declínio físico, mental e comportamental associado a doença.

Há diversos casos que vem encaminhado para o consultório por conta de testes genéticos para a doença de Huntington. Entretanto, quando indicado por um neurologista este exame a um paciente assintomático. A avaliação do médico geneticista é necessária, tendo um cuidado especial, visto que estamos falando sobre testes preditivos.

Teste preditivo é um exame genético para paciente que ainda não manifestou a doença, a Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM) emitiu uma diretriz (ver link) que explica quando e quais seriam as indicações para realização deste teste.

Diferentemente do que acontece com câncer hereditário, na doença de Huntington não há nenhuma medida a ser feita caso seja diagnosticado antes de manifestação da doença. Isto pode gerar um estresse psíquico ao paciente, e por isso deve-se conduzir de forma muito cuidadosa, com o auxilio de uma equipe multiprofissional que tenha experiência com testes preditivos.

O ideal para a realização do diagnóstico é o trabalho em conjunto do médico geneticista e do neurologista. Estes avaliarão a clínica e a indicação do teste genético correto. A equipe multiprofissional que irá manejar os sinais e sintomas para melhorar a qualidade de vida do paciente com doença de Huntington.

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