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Caio Graco Bruzaca

Anencefalia defeito de fechamento do tubo neural

Defeito de fechamento do tubo neural: o que é a anencefalia?

By | Medicina Fetal | No Comments

O defeito de fechamento de tubo neural compreende um grupo de malformação congênita que inclui a espinha bífida e a anencefalia. A anencefalia é uma malformação congênita que que impede o desenvolvimento normal do cérebro e dos ossos do crânio. Esta alteração pode ser vista no pré-natal, inclusive na ultrassonografia de primeiro trimestre.

A anencefalia decorre de uma estrutura chamada de tubo neural. Quando ocorre uma falha durante o fechamento do tubo neural ocorre no polo superior, temos a anencefalia. O fechamento do tubo neural ocorre durante as primeiras semanas do desenvolvimento embrionário.

O tubo neural é um agrupamento de células que ao se desenvolverem, formam o cérebro e a medula espinhal. Devido a anencefalia ser causada por anormalidades do tubo neural, é faz parte do grupo denominado defeito de fechamento do tubo neural.

Com a falha no fechamento do tubo neural, o cérebro ainda em desenvolvimento e a medula espinhal são expostos ao líquido amniótico que envolve o feto no útero. A exposição do tecido faz com que o tecido do sistema nervoso se degenere.

Como resultado do defeito de fechamento do tubo neural, as pessoas com anencefalia perdem grandes partes do cérebro e do cerebelo, além da ausência da calota craniana. Essas regiões do cérebro são necessárias para pensar, ouvir, visionar, emocionar e coordenar movimentos.

Estas alterações do sistema nervoso são tão graves, quase todos os bebês com anencefalia morrem antes do nascimento ou em poucas horas ou dias após o nascimento. No Brasil esta é uma das três condições em que a interrupção da gravidez é permitida.

A anencefalia e o defeito de fechamento do tubo neural são decorrentes de uma herança multifatorial. Difere das alterações de cromossomos, como a síndrome de Down (); e das doenças gênicas como a neurofibromatose e a doença da urina do xarope do bordo. Nas doenças multifatoriais, há a interação entre o meio ambiente e alguma predisposição genética.

A única forma de prevenção da anencefalia e do defeito de fechamento do tubo neural é o uso do ácido fólico. O ácido fólico é a vitamina B9, e está presente em muitas frutas e verduras. As farinhas de trigo, mandioca são fortificadas com ácido fólico no Brasil. Infelizmente, por conta da industrialização dos alimentos, a dieta está cada vez mais pobre em ácido fólico.

O ideal é sempre se consultar ainda durante o período pré-natal (idealmente) ou após o nascimento da criança com anencefalia um médico geneticista. Irá ser realizado o aconselhamento genético assim como será explanada todas as informações relativas ao defeito de fechamento do tubo neural.

Teste genético de ancestralidade genealogia

O que é o teste genético de ancestralidade?

By | Genética Médica e Genômica | No Comments

A busca por suas origens é o primeiro grande passo de qualquer indivíduo. Todos um dia já passaram pela situação de realizar uma arvore genealógica. Buscar por seus antepassados e as origens de sua família faz parte do desenvolvimento de qualquer indivíduo, e a genética pode auxiliar nesta árdua missão, com o teste de ancestralidade.

O teste genético de ancestralidade, ou simplesmente teste de ancestralidade, é um teste genético em que as pessoas interessadas em história familiar (genealogia) obtêm informação além do que podem aprender com parentes ou da documentação em cartórios.

O teste genético de ancestralidade avalia a variações do DNA pode fornecer pistas sobre a origem dos ancestrais de uma pessoa e sobre as relações entre as famílias. Certos padrões de variação no DNA são partilhados entre pessoas de determinados grupos populacionais.

Quanto maior o grau de parentesco entre dois indivíduos, duas famílias ou duas populações, mais padrões de variação de DNA eles poderiam compartilhar.

O teste genético de ancestralidade possui muitas limitações e pouca aplicabilidade clínica. Os serviços que oferecem o teste genético de ancestralidade comparam os resultados do teste genético de um indivíduo a diferentes bancos de dados de testes anteriores. De acordo com o banco de dados, as estimativas de grupo populacional podem não ser consistentes de um serviço para outro.

Não é necessário saber muito sobre história para saber que a maioria das populações humanas migrou muitas vezes ao longo de sua história e se misturou a grupos próximos. As estimativas de grupo populacional baseadas em testes genéticos podem diferir das expectativas de um indivíduo.

Em grupo populacional mais restrito, possui menor variabilidade genética, devido ao tamanho do grupo e à história, a maioria dos membros possui muitas variações do DNA em comum. Por exemplo, devido à baixa variabilidade genética, pode ser difícil distinguir pessoas que têm um ancestral comum relativamente recente, como primos em quinto grau, do grupo como um todo.

O teste genético de ancestralidade é oferecido por várias empresas, especialmente no exterior, no modelo teste genético direto ao consumidor (ver link). Entretanto estes testes genéticos não são utilizados na prática clínica, possuem finalidade mais “recreativa” do que um teste genético em que vai mudar a saúde de um indivíduo; vide os testes genéticos que são utilizados para provar ser judeu (ver link).

Descubra suas origens agora

Como todo teste genético, reforço a necessidade do aconselhamento genético e avaliação de um médico geneticista para ser realizado.

Microdeleção do Cromossomo Y AZF AZFa AZFb AZFc Infertilidade Masculina

Microdeleção do cromossomo Y como causa de infertilidade masculina.

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A microdeleção do cromossomo Y  é  uma condição geneticamente determinada, rara, que afeta a produção dos espermatozóides e é uma das causas de infertilidade masculina (ver link). Possuir uma microdeleção do cromossomo Y significa que é difícil ou impossível para os homens afetados terem filhos.

O testiculo de um homem afetado pode não produzir nenhum espermatozóides maduros (azoospermia) ou menos do que o número usual de espermatozóides (oligospermia) ou espermatozóides com formato anormal ou que não se movem adequadamente.

Homens com microdeleção do cromossomo Y não apresentam outros sinais ou sintomas relacionados à condição, apenas infertilidade.  Alguns homens com microdeleção do cromossomo Y podem ter oligospermia grave, ou seja, menos de 5 milhões de espermatozóide por mililitro de esperma, e podem eventualmente gerar um filho naturalmente.

As tecnologias de reprodução assistida (ver link) podem ajudar outros homens afetados; a maioria dos homens com microdeleção do cromossomo Y pode haver alguns espermatozóides, dependenda região deletada.

São três as regiões de azoospermia (AZF, do inglês, azoospermia factor):

AZFa: também conhecida como síndrome de células de Sertoli, em que há aplasia de células germinativas. Para os homens com microdeleção da AZFa, é virtualmente zero a chance de encontrar espermatozóide, mesmo na microdissecção testicular (TESE).

AZFb; parada de maturação espermática, em que há formas prematuras de espermatozóide, entretanto nenhum espermatozóide maduro. Assim como na AZFa, a AZFb não é possível utilizar espermatozóides do homem com microdeleção do AZFb.

AZFc: hipoespermatogêneses, neste caso há produção pouca de espermatozóides, com contagem inferiores a 5 milhões de espermatozóides por mililitro de sêmen. Pode ser feito fertilização in vitro do tipo ICSI, com espermatozóide do ejaculado, ou até mesmo realizar a microdissecção testicular (TESE)

O ideal é buscar um médico geneticista que irá realizar o diagnóstico correto e assim poder, em conjunto com médico especializado em reprodução humana, qual o tratamento é melhor indicado para cada caso.

Teste genético direto ao consumidor ancestralidade 23andMe

O que é o teste genético direto ao consumidor?

By | Genética Médica e Genômica | No Comments

O teste genético direto ao consumidor são comercializados diretamente aos clientes via televisão, anúncios impressos ou pela Internet, e os testes podem ser comprados on-line ou em lojas, incluindo farmácias e supermercados.

Na prática médica, exames complementares são solicitados por profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, nutricionistas, aconselhadores genéticos. A equipe multiprofissional determina quais exames são necessários. Solicitam o teste genético de um laboratório, coletam e enviam a amostra, interpretam os resultados do teste e compartilham os resultados com o paciente.

O teste genético direto ao consumidor, os clientes enviam à empresa uma amostra de sangue ou saliva, e recebem seus resultados diretamente de um site seguro ou em um relatório por escrito. Não há intermediários e não há aconselhamento genético.

O teste genético direto ao consumidor fornece às pessoas acesso a suas informações genéticas sem necessariamente envolver um profissional de saúde. No exterior, atualmente, há dezenas de empresas oferecem testes genéticos diretos ao consumidor para diversas finalidades.

O teste genético direto ao consumidor mais popular utilizam as variantes genéticas para fazer previsões sobre a saúde, fornecer informações sobre traços comuns e oferecer pistas sobre a ancestralidade de uma pessoa.

O número de empresas que fornecem testes genéticos diretos ao consumidor está crescendo, juntamente com a variedade de condições de saúde e características cobertas por esses testes.

Sempre defendo a tese de que antes de a realização de qualquer teste genético, deve ser realizado aconselhamento genético pré e pós-teste genético, alem de uma indicação formal de um médico geneticista.

Infelizmente, mesmo no exterior, há pouca regulamentação dos laboratórios que vendem teste genético direto ao consumidor. É importante avaliar a qualidade dos serviços disponíveis antes de realizar qualquer teste. No Brasil não há regulamentação quanto a estes testes e não são facilmente encontrados para compra.

TN aumentada translucência nucal

Translucência nucal aumentada, o que está de errado no meu bebê?

By | Medicina Fetal | No Comments

A translucência nucal ou TN, é uma medida realizada durante o pré-natal. Faz parte do primeiro ultrassom especial que é realizado entre 11 e 14 semanas de gravidez.

A medida da translucência nucal é um exame imprescindível durante o pré-natal, que aliado a exames de sangue, tem como objetivo o rastreamento do bebê, na busca de problemas genéticos como síndrome de Down ou trissomia 18. Existe o teste pré-natal não invasivo (NIPT), irei falar em outro post (ver link)

Existem condições genéticas em que podem ter o bebê pode ter pescoço ligeiramente mais espesso do que outros bebês, o ultrassom examina essa área para determinar o risco de um bebê.

A medida da translucência nucal pode não lhe dar um diagnóstico definitivo, mas pode ajudar o casal a decidir se deseja a realização de outros exames complementares.

Se o teste descobre que a nuca é mais espessa do que a média e aliado aos exames de sangue, incluindo o pré-natal não invasivo (NIPT), o casal é geralmente encaminhado para aconselhamento genético.

Durante o aconselhamento genético, é sugerido a realização de exames invasivos, entre eles a biópsia de vilosidades coriônicas (CVS) ou amniocentese para confirmar o diagnóstico a partir de um cariótipo convencional ou microarray (ver link).

Às vezes, o ultrassom pode mostrar que o pescoço do bebê é mais espesso do que a média, mas os resultados dos exames complementares podem excluir as aneuploidias, em especial a síndrome de Down.

Se este for o caso, seu bebê pode ter um problema cardíaco (ver link) ou outros problemas, médico geneticista em conjunto com o médico fetal, provavelmente, poderá solicitar mais exames para tentar elucidar o diagnóstico.

A maior vantagem da medida da translucência nucal durante a ultrassonografia de primeiro trimestre é ser completamente não-invasiva.

Alguns casais já optam por obtê-la automaticamente, visto que os resultados poderão tranquilizá-los de que seus bebês estão se desenvolvendo normalmente; ou ganhar tempo e ter ferramentas para assim poder considerar suas opções se algum problema for detectado.

Vale ressaltar que este exame de ultrassonografia de primeiro trimestre é recomendado para todas as mulheres, não só aquelas com idade materna avançada (ver link), sempre sugiro durante a emissão do relatório a realização deste exame de triagem.

Sempre procure uma equipe multidisciplinar com obstetra, um médico fetal e um geneticista para realização correta do diagnóstico e posterior conduta do caso.

Piebaldismo

O que é piebaldismo?

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O piebaldismo é uma condição geneticamente determinada caracterizada por mechas brancas no cabelo e manchas brancas na pele. O piebaldismo é caracterizado pela ausência de células chamadas melanócitos em certas áreas da pele e cabelo. Estas células denominadas de melanócitos. Produzem o pigmento melanina, que contribui para a coloração do cabelo, dos olhos e da cor da pele.

A falta de pigmentação leva a manchas de pele e cabelos mais claros que o normal. O sinal mais comum do piebaldismo presente é uma mecha branca de cabelo. Os cílios, as sobrancelhas e a pele sob o topete também podem estar despigmentados.

Os indivíduos afetados com piebaldismo, possuem outras manchas não pigmentadas da pele, geralmente aparecendo simetricamente em ambos os lados do corpo. Na maioria dos casos, as áreas não pigmentadas estão presentes desde o nascimento e não aumentam em tamanho ou número. Pode afetar qualquer área do corpo.

Na região das manchas brancas, há um risco maior de queimaduras solares e câncer de pele relacionado à exposição excessiva ao sol. Algumas pessoas com piebaldismo são autoconscientes sobre a aparência das manchas não pigmentadas, que podem ser mais perceptíveis em pessoas de pele mais escura. Além desses possíveis problemas, essa condição não afeta a saúde do indivíduo afetado.

O piebaldismo é uma doença geneticamente determinada, em que há alteração nos genes KIT ou o SNAI2. O padrão de herança é autossômico dominante, ou seja, um indivíduo afetado possui 50% ou ½ de chance de ocorrer na prole.

O ideal é buscar um médico geneticista para elucidação deste diagnóstico, visto que há outras condições que podem se confundir om o piebaldismo.

Insônia familiar fatal

Insônia familiar fatal: o que causa?

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A insônia familiar fatal não é caracterizada apenas com insônia. Ela é considerada uma doença genética rara priônica, e é causada por uma mutação no gene PRNP.

A insônia familiar fatal causada pela mutação no gene PRNP já foi descritas apenas em duas famílias no Brasil. O gene PRNP, gene causador de duas doenças priônicas hereditárias. São duas as doenças priônicas hereditárias: a insônia familiar fatal e a doença Gerstmann-Straussler-Scheinker. Ambas são raríssimas, com ocorrência estimada e um para 100 milhões de habitantes.

A insônia familiar fatal é uma doença hereditária. Se o indivíduo não tem histórico familiar é improvável que tenha esta condição. Existem causas muito mais comuns de insônia: transtornos psiquiátricos, em especial a depressão e a ansiedade.

A insônia familiar fatal é uma doença autossômica dominante, com mutação no gene PRNP. O risco  de ocorrência na prole de um individuo com mutação no gene PRNP é de 50% ou 1/2.

Vale ressaltar que apesar do nome, o indivíduo não morre única e exclusivamente da insônia. Ha outros sintomas que estão associados que podem afetar a vida do individuo.

O suspeitar da insônia familiar fatal inicia-se com a avaliação do neurologista e do psiquiatra para afastar as causas comuns de insônia.

O diagnóstico etiológico é realizado a partir da avaliação genético-clínica e solicitação de exames complementares por um médico geneticista.

Assim como a maioria das doenças genéticas, não há um tratamento específico e o manejo se dá a partir de sintomáticos para melhorar a qualidade de vida do indivíduo.

Cardiopatia congênita malformação cardíaca defeito cardíaco congênito

Cardiopatia congênita: os problemas do coração do bebê.

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A cardiopatia congênita ou os defeitos congênitos do coração, são problemas do coração do bebê. Alterações da estrutura do coração que estão presentes desde o nascimento. A cardiopatia congênita pode levar a alteração do fluxo normal de sangue através do coração. Dentre todas as malformações congênitas, a cardiopatia congênita é o tipo mais comum.

Há diversos tipos de cardiopatia congênita. A cardiopatia congênita pode  envolver as paredes internas do coração, as válvulas do coração ou os grandes vasos sanguíneos que transportam sangue cardíaco: artérias aorta e pulmonar e as veias pulmonares e as veias cavas.

Há cardiopatia congênita que não necessita de tratamento, sendo sua conduta apenas acompanhamento. Entretanto há casos mais graves em que requerem tratamento logo após o nascimento. O tratamento pode ser desde uso de medicação, internação em UTI neonatal, e até mesmo cirurgia cardíaca e transplante cardíaco.

Com o avanço do diagnóstico pré-natal, com exames como ultrassonografias obstétricas e o ecocardiograma fetal, o diagnóstico intra útero mudou muito a evolução da malformação cardíaca. Sendo diagnosticada intra útero, pode-se prever que tipo de parto e até mesmo a necessidades que o bebê necessitará nos primeiros dias de vida.

Os exames de imagem pós-natal também melhoraram. O cuidado do pediatra neonatologista em avaliar o coração, seja com o estetoscópio, com o teste do coraçãozinho ou até mesmo com o ecocardiograma. O diagnóstico e o tratamento de cardiopatia congênita melhorou.

Por conta disso, cada vez mais, os bebês com cardiopatia congênita estão sobrevivendo, e tendo uma vida o mais normal possível. Inclusive, atualmente, há muitos adultos estão vivendo com malformação cardíaca.

Quando se fala em cardiopatia congênita, há diversos tipos de malformações cardíacas. Estas podem variar desde simples à complexa.

Cardiopatia congênita simples: a persistência do forame oval, o defeito do septo atrial e defeitos do septo ventricular. Muitas vezes é assintomático, não apresentando sintomas e podem não necessitar de nenhum tipo de intervenção.

Entretanto há cardiopatia congênita complexa: a hipoplasia do ventrículo esquerdo, tetralogia de Fallot, anomalia conotruncal, coarctação de aorta, dentre outras. Podem manifestar sintomas graves e potencialmente fatais.

Os bebês nascidos com uma cardiopatia congênita complexa na maioria das vezes apresentam baixos níveis de oxigênio logo após o nascimento. Podem necessitar de suporte de UTI neonatal e necessitam de cirurgia cardíaca ou até mesmo transplante cardíaco no primeiro ano de vida.

A cardiopatia congênita decorre do não desenvolvimento adequado do coração, quando o bebê ainda está intra útero. Deve-se verificar se o bebê possui cardiopatia isolada ou sindrômica. Necessita de uma avaliação genético-clínica ao nascimento, com a solicitação dos exames adequados, tanto exames de imagem quanto de genética na época correta.

Muitos casos de cardiopatia congênita são isolados, entretanto podem ser sindrômicos. As mais conhecidas é as trissomias, em especial a síndrome de Down (ver link), a síndrome de Turner e a síndrome da deleção do 22q11.2 ou de DiGeorgi. É comum que ocorram cardiopatia congênita por causa de alterações no DNA da criança. Estas alterações genéticas podem ou não ter vindo dos pais.

Muitos casos de cardiopatia congênita isolada são esporádicos, ou seja, não são herdados dos pais. Entretanto há casos em que são causados ​​por genes específicos, herdados dos pais.

O ideal é buscar sempre um médico geneticista para avaliação genético-clínico do caso e posterior realização de aconselhamento genético, para avaliar cada caso e poder oferecer os riscos de recorrência ao casal.

Osteogênese imperfeita doença dos ossos de vidro

Osteogênese imperfeita: conheça a doença dos ossos de vidro.

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A osteogênese imperfeita é um grupo de condições genéticas que afetam principalmente os ossos. Osteogênese imperfeita significa defeituosa formação dos ossos. Também é conhecida como doença dos ossos de vidro.

A principal característica da osteogênese imperfeita são os ossos que se quebram com facilidade. Traumatismos leves ou sem causa aparente podem levar a fraturas em ossos que deveriam ser bem resistentes: como fêmur, tíbia e úmero.

São comuns as múltiplas fraturas e, em casos graves, podem ocorrer antes mesmo do nascimento, ainda no momento intra útero. Casos mais leves podem envolver apenas algumas fraturas ao longo da vida de uma pessoa.

Há mais de oito formas reconhecidas de osteogênese imperfeita. São designadas por algarismos romanos, do tipo I até o tipo VIII. Os tipos podem ser distinguidos por seus sinais e sintomas, embora suas características se sobreponham. O número do tipo não quer dizer a sua gravidade.

A osteogênese imperfeita tipo I é a forma mais branda e o tipo II é o mais grave. Outros tipos de osteogênese imperfeita desta condição têm sinais e sintomas que caem em algum lugar entre esses dois extremos. Cada vez mais, a utilização de radiografias e exames genéticos é usada ​​para definir as diferentes formas de osteogênese imperfeita.

As formas mais leves de osteogênese imperfeita, incluindo a tipo I, caracterizam-se por fraturas ósseas na infância e adolescência, que frequentemente resultam de pequenos traumatismos.

As fraturas ocorrem com menos frequência na idade adulta. Pessoas com formas leves da doença geralmente têm uma tonalidade azul ou cinza na esclera. A esclera é a parte do olho é branca. Pode desenvolver perda auditiva na idade adulta. A estatura final normalmente não é comprometida.

Outros tipos de osteogênese imperfeita são mais graves, causando frequentes fraturas ósseas que podem começar antes do nascimento e resultam de pouco ou nenhum trauma.

As outras características dessas condições incluem: esclera azulada, baixa estatura, perda auditiva, problemas respiratórios e alteração dentária chamado dentinogênese imperfeita.

As formas mais graves de osteogênese imperfeita, particularmente do tipo II, podem incluir uma caixa torácica anormalmente pequena e frágil e pulmões pouco desenvolvidos. Lactentes com essas anormalidades apresentam problemas de risco de vida ao respirar e muitas vezes morrem logo após o nascimento.

O ideal para o diagnóstico correto da osteogênese imperfeita é buscar um médico geneticista. Este irá realizar a avaliação genético-clínica, solicitação dos exames complementares e posterior aconselhamento genético. Vale ressaltar que a prevenção de fraturas é a maior preocupação neste grupo de doenças.

Aumento de heterocromatina, inversão do nove, o que são?

By | Genética Médica e Genômica | No Comments

Aumento de heterocromatina, inversão do nove, aumento da região de satélite são resultados comuns no cariótipo. O cariótipo com banda G é o exame de genética mais solicitado, em diversas situações. Nas perdas gestacionais (ver link para: trombofilia, alteração de cariótipo dos pais, alteração de tireóide, gestação anembrionada, luto materno e luto paterno), no estudo das doenças raras, deficiência intelectual, autismo, trissomias, em especial a síndrome de Down, dentre outros.

Antes da solicitação do cariótipo com banda G, deve-se realizar o aconselhamento genético para explicar para que serve e o que é o cariótipo com banda G. Assim como muitos exames, existem resultados que podem assustar à primeira vista. Um deles é o aumento da heterocromatina nos cromossomos 1, 9, 16 e Y.

Um cromossomo é dividido em eucromatina, ou seja, a região codificante do material genético e a heterocromatina, em que não tem material codificante. O aumento da heterocromatina ou sua diminuição é quando na avaliação ao microscópio, a heterocromatina encontra-se aumentada, formando dois cromossomos heteromórficos.

Apesar dos nomes serem muito técnicos, esse resultado é uma variação da normalidade, e inclusive nos últimos manuais de laudo de cariótipo, não devem mais ser citados. Este resultado gera dúvida em outras especialidades, em especial na ginecologia e obstetrícia, durante a investigação de dificuldade para engravidar e nas perdas gestacionais.

Outra variante do cariótipo com banda G são as inversões. A inversão pericêntrica do nove é muito frequente. Mais de 1% da população possui esta “alteração”, entretato, estudos comprovam que não há associação entre a inversão pericêntrica do nove ou de outro cromossomo e alguma patologia, ou seja, são variações da normalidade.

O mesmo é para aumento da região de satélites dos cromossomos acrocêntricos (13,14,15,21 e 22). Também são variações da normalidade e não devem ser considerados no estudo de alguma condição, infertilidade ou abortamento habitual.

Vale ressaltar que o exame do cariótipo com banda G é um exame de genética e necessita de um médico geneticista para que haja a devida avaliação genético-clínica, a indicação e posterior a devida interpretação. Para que o diagnóstico correto seja feito e aconselhamento genético seja efetivo.

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