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Caio Graco Bruzaca

Predisposição genética a uma doença é quando há uma probabilidade aumentada de desenvolver uma determinada doença a partir da genética do indivíduo.

Predisposição genética a uma doença: o que é?

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A predisposição genética a uma doença ocorre quando há uma probabilidade aumentada de desenvolver uma determinada doença a partir da genética do indivíduo. Também é chamada, menos frequentemente de suscetibilidade genética.

A predisposição genética é decorrente de diversas variações genéticas ou mutações gênicas  específicas. Em muitos casos, geralmente, são herdadas dos pais. A presença dessas alterações genéticas são fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento de uma doença, mas não é, isoladamente, a causa.

Existem pessoas, inclusive, que possuem uma variação genética predisponente nunca manifesta a doença. Enquanto outras, mesmo dentro da mesma família há muitas pessoas com a mesma doença.

A presença de mutações genéticas, podem ter efeitos grandes ou pequenos na probabilidade de desenvolver uma doença específica. O melhor exemplo é o caso das mutações no gene BRCA1 e BRCA2, no caso, a síndrome de câncer de mama e ovário hereditário.

Nesta síndrome de predisposição ao câncer, ocorre um aumento do risco de câncer. O mesmo vale para as mutações da protrombina e do fator V de Leiden, em que há risco aumentado para ocorrer trombose venosa profunda (TVP). Mesmo indivíduos com trombofilia podem passar a vida inteira sem ocorrer nenhum episódio tromboembólico.

As doenças comuns ou complexas possuem uma contribuição de todas as mutações genéticas em múltiplos genes. Cada gene possui um pequeno efeito, que podem em conjunto levar a suscetibilidade a doenças como obesidade, diabetes, doenças cardíacas e transtornos mentais.

Sempre se deve levar em consideração fatores ambientais e estilo de vida. Embora as doenças comuns ou complexas são descritas como multifatoriais, a composição genética do individuo não pode ser alterada, mas modificações ambientais e estilo de vida podem reduzir o risco de ocorrência destas doenças.

Para uma avaliação mais completa é sempre necessária avaliações periódicas com clínico geral, bem como nas diversas especialidades. A avaliação genética pode auxiliar, entretanto, testes genéticos indiscriminados, bem como aqueles com pouca evidencia científica não são boas ferramentas para prevenção de doenças.

Sexualidade é parte essencial na natureza humana, a sexualidade e deficiência intelectual deve ser vivida de forma plena para melhoria na qualidade de vida

Sexualidade e deficiência intelectual

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Antes de tudo, esse texto não é sobre relações sexuais, nem sobre sexo em si e sim sobre sexualidade. A sexualidade é uma parte essencial da natureza humana, independentemente de idade.

Para entender e apreciar a sexualidade, é necessária a informação e o apoio. A conversa é a principal ferramenta. Apenas conversando sobre o assunto é possível prevenir e poder viver a sexualidade em sua totalidade. Por conta disso, gera muitas dúvidas em pais e cuidadores de pessoas com deficiência intelectual.

As pessoas com deficiência intelectual vivem e experimentam o mesmo leque de pensamentos, atitudes, sentimentos, desejos, fantasias e atividades sexuais que qualquer outra pessoa.

A sexualidade tem aspectos psicológicos, biológicos e sociais e é influenciada por valores e atitudes individuais. A sexualidade de uma pessoa se desenvolve ao longo da infância e adolescência e é uma parte essencial de sua identidade.

A maneira como cada pessoa entende e interpreta sua sexualidade varia significativamente e muda com o tempo. A auto-estima saudável e o respeito por si e pelos outros são fatores importantes no desenvolvimento da sexualidade positiva.

A maioria das pessoas com deficiência intelectual pode ter relacionamentos pessoais gratificantes. No entanto, alguns podem precisar de apoio adicional para desenvolver relacionamentos, explorar e expressar sua sexualidade e acessar informações e serviços de saúde sexual.

Sexualidade é muito além do que fazer sexo. Existem casais de pessoas com, por exemplo, síndrome de Down, que a sexualidade é pegar nas mãos, andar juntos, casar, não necessariamente fazer sexo.

Da mesma forma que há a sexualidade positiva, temos que tomar cuidado com situações de risco. A pessoa com deficiência intelectual é mais vulnerável, a por exemplo: abuso sexual. Tive um paciente com síndrome de Williams, e pela personalidade muito amigável, acabou sendo abusado sexualmente na parada de ônibus por um rapaz que “deu em cima”.

Assim como esta situação. Já tive outra paciente com síndrome velocardiofacial, em que frequentemente era submetida a abusos sexuais frequentes no bar próximo a sua casa.

A educação sexual inicia-se em casa, mas a escola tem um papel fundamental na formação e passagem dessas informações. Sempre que atendo adolescentes, em especial com deficiência intelectual, durante o aconselhamento genético, falo sobre como viver plenamente sexualidade.

Deficiência da proteína S; dosagem da proteína S; trombofilia hereditária; perdas gestacionais, abortamento habitual, trombose venosa profunda (TVP).

A deficiência da proteína S: uma trombofilia hereditária

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A deficiência de proteína S é uma condição que altera a coagulação do sangue do individuo. É uma das trombofilias hereditárias. Neste grupo, inclui-se a deficiência da proteína C, as mutações da protrombina e do fator V de Leiden.

As pessoas com deficiência da proteína S apresentam, como qualquer outra pessoa com trombofilia, risco aumentado para desenvolver coágulos sanguíneos, o que pode levar a trombose venosa profunda (TVP).

A falta ou deficiência da proteína S faz com que ocorra maior possibilidade de trombos nas veias do indivíduo, sendo fator de risco para a formação da trombose. O trombo “viaja” pela corrente sanguínea, chegando a veias mais finas ou menos calibrosas, e podendo inclusive levar ao tromboembolismo pulmonar (TEP) e levar a risco de vida.

Durante a gravidez, a ausência da proteína S pode levar a formação de trombose placentária, caso ocorra coágulos sanguíneos nas veias placentárias. Este fenômeno é causa frequente de perda gestacional, em especial a partir de 10 semanas, semelhante ao que ocorre com a síndrome do anticorpo antifosfolípide.

Isoladamente, apresentar falta ou deficiência de proteína S não leva a trombose. Somado a outros fatores, como idade, cirurgia, imobilização, viagens de longa duração, uso de anticoncepcionais e presença de outras trombofilias pode ocasionar a trombose. Por isto, muitas pessoas mesmo com níveis indetectáveis de proteína S podem nunca desenvolvem um coágulo sanguíneo anormal.

Dessa forma, o diagnóstico da deficiência da proteína S é realizado durante a avaliação multiprofissional, em equipe envolvendo o médico hematologista, o cirurgião vascular e o médico geneticista. Este último realiza o aconselhamento genético, bem como a solicitação dos exames complementares corretos.

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Como é uma consulta com médico geneticista?

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Uma consulta com médico geneticista, ou simplesmente, aconselhamento genético, é um serviço de saúde em que o indivíduo obtém informações e apoio e está indicada a pessoas que têm, ou podem estar em risco de alguma condição genética.

Durante uma consulta, o médico geneticista pode consultar com um indivíduo, um casal ou famílias inteiras a fim de para discutir diagnosticar, confirmar ou descartar uma condição geneticamente determinada. Por fim poder oferecer riscos genéticos.

A consulta com médico geneticista envolve, como qualquer outra especialidade, desde o ouvir o paciente, o exame físico completo e a solicitação de testes genéticos específicos para cada caso. Não são todas as pessoas que tem indicação de realização de testes genéticos, e muitos deles inclusive possuem cobertura pelos convênios.

Após o diagnóstico, é realizada a apresentação do prognóstico, ou seja, como será a história natural da doença genética, quais as possibilidades terapêuticas. A consulta com médico geneticista é pela Associação Médica Brasileira (AMB), uma das mais demoradas, estimando-se pelo menos uma hora de consulta, e podendo inclusive a ser mais do que isso.

As consultas em genética ocorrem na maioria das vezes em consultório médico e menos frequentemente em hospitais, a especialidade genética médica é muito ambulatorial, sendo a atividade hospitalar muito restrita, especialmente a avaliações de interconsultas/pareceres de outras especialidades.

Durante minhas consultas, tento sempre utilizar de linguagem simples, uso de exemplos lúdicos para poder transmitir bem a mensagem do que é a doença genética e como esta vai mudar a vida do indivíduo. Também utilizo muito de empatia, ou seja, me colocar no lugar do outro, independentemente da situação, visto que um atendimento humanizado é fundamental para uma boa relação médico-paciente.

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Participação no evento Estadão: Think DASA

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No dia 05 de setembro de 2019, participei do evento Estadão Think DASA. Este evento patrocinado pela DASA, tinha como público alvo CEO de startups, profissionais de saúde, gestão e leitores do jornal O Estado de São Paulo.

Na ocasião, discutiu-se inovação e excelência médica como diferencial. Como sou um médico que sempre está em busca de inovação para um melhor cuidado ao paciente, aproveitei a situação para estar a parte do uso de novas tecnologia na transformação da gestão e do atendimento em saúde.

Sempre pensando em como a tecnologia pode contribuir para o avanço na relação entre médico e paciente, assisti as rodas de discussões, bem como me posicionei frente a novos desafios no cuidado do paciente.

Também foram muito discutidos os avanços da medicina sobre a informação do paciente. O uso de prontuários unificados, além da importância da integração de dados entre toda a cadeia de saúde, o que inclui laboratório, hospitais os médicos.

Em um outro momento, foram apresentado os desafios tecnológicos e os serviços digitais, a transformação da cultura para um mindset digital. O mindset digital nos remete, inclusive, a Integração dados, uso de prontuários Blockchain visando a segurança da informação do paciente e por fim impactos de redução de custos.

A ultima parte deste evento discutiu-se os impactos da inteligência artificial no diagnóstico precoce. O uso de novas tecnologias na tomada de decisão médica para a definição diagnóstica e terapêutica, na otimização de processos de gestão e de atendimento; e como todos esses processos são validados com embasamento científico.

Nesse evento, foi possível eu aprender também com profissionais de outra áreas, como o Lailton Araujo, professor secundarista de Biologia, em que conversamos muito sobre uso de tecnologia e genética.

Angioedema hereditário inchaço pelo corpo sem coceira edema generalizado muitos familiares com inchaço familiar inchaço generalizado mutação SERPING1 F12

Inchaço no corpo, pode ser angioedema hereditário

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O angioedema hereditário é uma condição genética caracterizada por inchaço no corpo. O inchaço (angioedema) ocorre diversas vezes no indivíduo, com episódios recorrentes, intermitente a ausência de inchaço.

Os episódios de inchaço (angioedema) podem ocorrer em qualquer parte do corpo. No corpo, apresentam-se mais frequentemente nos membros, face, trato intestinal e vias aéreas.

Existem vários desencadeadores para que o inchaço inicie. Trauma ou estresse menor pode desencadear um ataque, mas na maioria dos casos ocorre sem um gatilho conhecido, ou seja, idiopático. 

Quando os episódios de inchaço no corpo envolve o trato gastrointestinal, causam dor abdominal, náusea e vômito. Caso ocorra inchaço e edema nas vias aéreas pode atrapalhar a respiração e até mesmo levar a um risco de vida.

Há pessoas que além do inchaço, podem apresentar vermelhidão sem coceira, também chamada erupção cutânea não pruriginosa ao redor do inchaço.

Em muitos casos, os primeiros sintomas do angioedema hereditário inicia-se na infância e podem piorar na adolescência. A maioria dos episódios dura entre três a quatro dias, e tem um intervalo de uma a duas semanas. Mesmo dentro de uma mesma família, a frequência, duração e gravidade do inchaço podem variar.

Existem três tipos de angioedema hereditário, chamados tipos I, II e III. Possuem como diferença suas causas e níveis da proteína denominada inibidor C1 no sangue. Mutações nos genes SERPING1 e F12 são observados em famílias com angioedema hereditário.

O ideal, sempre frente a um caso com angioedema hereditário, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.

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O que é farmacogenômica?

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Durante o cuidado de saúde, muitas vezes é necessário uso de remédios e fármacos. Sempre se tenta individualizar o tratamento, para que ele seja específico do indivíduo. Com este intuito, utilizando-se de ferramentas de análise do material genético do indivíduo, iniciou-se o estudo da farmacogenômica.

A farmacogenômica utiliza os conceitos de como os genes poderiam afetar a resposta do indivíduo a algum medicamento. Engloba o estudo da farmacologia e a medicina genômica. Tem como objetivo desenvolver medicamentos e doses cada vez mais eficazes e seguras, a partir da composição genética do indivíduo.

A maioria dos medicamentos e remédios hoje são distribuídos em farmácias a partir de um padrão único, por exemplo: a dipirona 500mg ou 1g. Apesar disso, o fármaco não age da mesma forma em todos os indivíduos. A maioria dos tratamentos de hoje são de acerto e erro; ou seja, não é possível prever quem se beneficiará, não responderá ou apresentar efeitos colaterais.

A partir dos conhecimentos das novas tecnologias de análise do DNA, está sendo possível compreender como a diferença entre o material genético dos indivíduos afetam a resposta do corpo aos medicamentos. A diferença entre o DNA dos indivíduos poderão ser utilizadas para prever se um medicamento será eficaz ou prevenir efeitos colaterais em um indivíduo.

Já existem alguns genes bem estabelecidos que estão relacionados a ação de medicamentos, como a resistência ao clopidogrel, a sensibilidade ou resistência a varfarina e a predisposição a hipertermia maligna.

Apesar dos avanços da medicina de precisão, já existe teste farmacogenético comercialmente disponíveis, inclusive muitos diretamente ao consumidor. Ainda é muito incipiente o uso deste tipo de teste genético na prática clínica. A aplicabilidade e seu uso ainda é muito limitado e restrito. Hoje, este tipo de teste apresentam muitos riscos e limitações.

Para o uso racional de testes genéticos, é sempre necessária avaliação com médico geneticista. A avaliação genética pode auxiliar, entretanto, testes genéticos indiscriminados, bem como aqueles com pouca evidencia científica não são boas ferramentas para predizer qual o melhor tratamento para o indivíduo.

Termo de consentimento livre e esclarecido TCLE é um documento oficial em que o indivíduo concorda a realização de teste genético, pesquisa ou procedimento

Termo de consentimento livre e esclarecido: por que devo me preocupar?

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Durante a consulta com médico geneticista, após as explicações antes do teste genético a ser realizado, o paciente concorda na realização do teste genético. Muitos testes genéticos necessitam que o individuo realmente entenda o procedimento, bem como: benefícios, conseqüências e limitações.

Durante o aconselhamento genético pré-teste, o paciente dá o seu consentimento para a realização do exame. Este consentimento pode ser feito a partir da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). É muito semelhante aos TCLE de pesquisas clínicas.

As palavras “consentimento livre” remete ao fato que o indivíduo é de livre e espontânea vontade, voluntário, para decidir sua escolha em fazer ou não o procedimento, bem como se retirar a qualquer momento da realização deste. O termo esclarecido significa que o indivíduo possui informações suficientes para tomada de decisão sobre o teste.

Os documentos de TCLE, segundo a lei brasileira, só podem ser assinadas por maiores de 18 anos (adultos) e que são capazes de tomar decisões médicas por si mesmos. Para crianças e pessoas incapazes de gerir sua própria saúde (como na deficiência intelectual e idosos), o consentimento deve ser feito pelos pais ou responsáveis legais.

Normalmente, a assinatura do TCLE para testes genéticos é realizado nos laboratórios comerciais, antes da coleta do exame. Existem laboratórios que exigem a assinatura do médico geneticista que prescreveu o exame, como o laboratório do Centro de Pesquisa de Genoma Humano e Células Tronco da USP.

Sempre que for realizar qualquer teste genético, leia minuciosamente o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) antes da realização do teste. Apesar das letras muito pequenas e rodapés, é importante ler antes de assinar, para poder assegurar todos os seus direitos na realização do teste genético.

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A fenilcetonúria e o teste do pezinho

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A fenilcetonúria (PKU) é um doença genética rara que aumenta os níveis de uma substância chamada fenilalanina no sangue. Fenilalanina é um aminoácido essencial e é obtido a partir do que comemos. A fenilalalina é encontrada em todos os derivados animais, em especial leite e derivados; e adoçantes.

A pessoa com diagnóstico de fenilcetonúria não consegue digerir bem a fenilalanina, e apresenta níveis elevados no sangue desta substancia. A presença da fenilalanina em níveis aumentados no organismo são tóxicos para a pessoa, especialmente ao cérebro.

Pessoas com fenilcetonúria (PKU) não tratada, ou seja, com níveis elevados de fenilalanina podem apresentar atraso do desenvolvimento neuropsicomotor e até mesmo deficiência intelectual. O nome fenilcetonúria (PKU) é derivado da urina característica destas pessoas.

Pessoas com fenilcetonúria (PKU) apresentam, quando não tratados, convulsões, alterações de comportamento (com agitação psicomotora) e transtornos psiquiátricos. Apresentam ainda tendendcia a ter pele e cabelos mais claros que os familiares.

A fenilcetonúria (PKU) é um dos erros inatos do metabolismo tratáveis. Foi a primeira a ser triada no teste do pezinho, inclusive hoje é muito improvável encontrar uma criança com os sintomas da fenilcetonúria (PKU).

O tratamento é iniciado assim que o indivíduo é diagnosticado com fenilcetonúria (PKU). Consiste em uma dieta restrita a alimentos com baixo teor de fenilcetonúria (PKU), ou seja, com mínimo de derivados animais e adoçantes. Entretanto, por apresentar dietas ricas em carboidratos, muitas crianças com fenilcetonúria (PKU) apresentam obesidade, mas apresentam vida muito próxima do normal.

O ideal, sempre frente a um caso com fenilcetonúria ou alguma outra alteração no teste do pezinho, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.

deficiência de biotinidase, erro inato do metabolismo, biotina, teste do pezinho, triagem neonatal, atraso do desenvolvimento, convulsão.

Deficiência de biotinidase: um erro inato do metabolismo tratável.

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A deficiência de biotinidase é um erro inato do metabolismo. Entende-se como erro inato do metabolismo uma doença genética em que há alteração em uma via metabólica conhecida. É uma das doenças do teste do pezinho.

A deficiência de biotinidase é uma doença genética em que o corpo não consegue reciclar a vitamina biotina. Ou seja, há uma baixa quantidade de biotina no indivíduo.

Se não identificada precocemente e não tratada, os sinais e sintomas da deficiência de biotinidase aparecem nos primeiros meses de vida, mas podem se manifestar mais tardiamente na infância.

O indivíduo com deficiência de biotinidase pode apresentar quadro com hipotonia (tônus muscular fraco), problemas respiratórios, perda da audição e visão, ataxia (dificuldade de andar) e até mesmo convulsão.

A biotina é importante para composição de cabelos e pele. Na deficiência de biotinidase pode apresentar com erupção cutâneas, alopecia (perda de cabelo) e até mesmo candidíase de repetição (infecção por fungos).

Quando não iniciado o tratamento precocemente, é possível que a criança com deficiência de biotinidase apresente atraso do desenvolvimento neuropsicomotor e até mesmo deficiência intelectual.

A deficiência de biotinidase é tratada com suplementação de biotina, a vitamina em falta no organismo. De todos os erros inatos do metabolismo tratáveis, esta condição é a mais fácil de tratamento, visto que no teste do pezinho básico, inclusive o do SUS, já se identifica esta condição.

O ideal, sempre frente a um caso com deficiência de biotinidase ou alguma outra alteração no teste do pezinho, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.

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