Laqueadura: como ser mãe novamente após ser ligada

A laqueadura também conhecida como ligadura de trompas, é um método de esterilização definitivo. Ou seja, é um método que exige a decisão da mulher e/ou do casal quanto a ter ou não filhos.
A laqueadura como método definitivo de esterilização, tem poder anticoncepcional quase de 100%. No Brasil, é exigido que tenha pelo menos 25 anos ou dois filhos vivos. Não é recomendada a realização durante uma cesárea. É obrigatória o consentimento do cônjuge assim como é na vasectomia.
Para mulheres que realizaram a ligadura de trompas, existem algumas possibilidades para conseguirem recuperar a fertilidade, ou seja, para serem mães novamente:
– Fertilização in vitro (FIV): nesta técnica não depende das tubas uterinas para a gravidez. Necessita-se da indução de ovulação, captação dos óvulos e posterior transferência do embrião pronto. O maior impeditivo é o custo.
– Reversão da Laqueadura: nesta técnica depende muito do tipo de cirurgia feita na laqueadura, bem como a habilidade do ginecologista. Não existe garantia que realmente o casal venha a engravidar naturalmente, bem como o alto custo envolvido semelhante a FIV.
Caso o casal venha a decidir por uma reversão de laqueadura, deve-se ter em mente que a qualidade seminal, ou seja, o sêmen do atual cônjuge deve estar sem nenhum tipo de alteração. Bem como com uma boa reserva ovariana. Ou seja, não basta só fazer a cirurgia.
Uma grande ressalva a mulheres que realizaram a ligadura de trompas é que a inseminação artificial e o coito programado não podem ser realizados, pois a tuba uterina deve estar perfeita. Visto que a cirurgia da ligadura da trompa é exatamente o oposto de torna-la pérvia.
A avaliação e indicação de uma mulher que realizou laqueadura e deseja ser mãe novamente deve ser feita com o médico geneticista e o ginecologista, com experiência em reprodução humana. Vale ressaltar que antes de qualquer tratamento de reprodução humana é necessário o aconselhamento genético.

Caio Graco Bruzaca

Author Caio Graco Bruzaca

Médico geneticista pela Unicamp e Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM). Atuo em genética de casais (perda gestacional recorrente, infertilidade, casais de primos), medicina fetal, oncogenética e doenças raras.

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