A endometriose é uma das três principais causas de infertilidade feminina. O termo endometriose deriva seu nome da palavra endométrio. O endométrio é o revestimento do útero que corpo da mulher produz a cada mês esperando um embrião. Em outros posts há informações sobre infertilidade masculina (ver link), exames genéticos solicitados durante a investigação (ver link).
Se não houver a fecundação e a gravidez não ocorrer, irá ser eliminado o endométrio, o sangramento que ocorrerá no período menstrual.
Existem mulheres em que o tecido do endométrio percorre o final da tuba uterina e por fim entra no abdômen. Em algumas mulheres, o tecido do endométrio se ligará a outros órgãos, formando a endometriose.
Os hormônios produzidos durante o ciclo menstrual estimulam o tecido do endométrio, e as partes que estão fora do útero começa crescer e mais tarde a se desprender, assim como funciona o tecido de dentro do útero.
Entretanto, como o sangramento e a queda de tecido do endométrio não consegue sair do corpo, provocando inflamação e irritação do tecido local. Via de regra esta inflamação provoca a dor que os pacientes experimentam com a endometriose.
A endometriose possui diversos sintomas. Os sintomas mais comuns incluem dor antes e durante a menstruação (dismenorreia), relação sexual dolorosa (dispaurenia), dificuldade para engravidar (infertilidade), dor ou outras alteração na micção ou evacuações e fadiga. Existem mulheres, em que a endometriose apresenta-se sem nenhum sintoma, em torno de 15 a 20% das mulheres com endometriose.
A endometriose também está associada a outros distúrbios imunológicos, incluindo asma, eczema e fibromialgia. A gravidade da endometriose não está associada a quantidade de dor ou o número de sintomas. A exemplo, têm mulheres com endometriose leve e sintomas graves, enquanto outras têm endometriose grave e assintomática.
A inflamação e irritação causadas pela endometriose podem gerar dificuldade para engravidar e até infertilidade. A inflamação crônica dificulta a retirada e o transporte do óvulo para a tuba uterina.
Em casos mais graves, a endometriose começa a causar aderência (fator tuboperitoneal de infertilidade), e os órgãos pélvicos ficam presos um ao outro, resultando em diminuição da função. A endometriose também pode bloquear a função as tubas uterinas.
O diagnóstico é realizado a partir de exames de imagem, como a ressonância nuclear magnética de pelve, a ultrassonografia transvaginal que pode mostrar o endometrioma e o uso de videolaparoscopia. Durante este procedimento, pode ser feito o diagnóstico e tratar a endometriose.
Sempre relato que a melhor forma de tratar a endometriose é a gestação. Visto que a gravidez realmente melhora a endometriose. Entretanto, quando a endometriose é tão grave, a tal ponto de impedir a concepção e gerar infertilidade, é necessária a realização de videolaparoscopia e até mesmo o uso de tecnologia de reprodução assistida (ver link).
Uma vez o nascimento da criança, a amamentação diminui o crescimento da endometriose, assim como a utilização de pílulas anticoncepcionais.
O ideal é buscar uma equipe multidisciplinar, com médico ginecologista e médico geneticista para que em conjunto realizem o diagnóstico correto e posteriormente indique o melhor tratamento a ser realizado.