Perda gestacional e alteração anatômica do útero: o que preciso saber?

A perda gestacional é definida como aquela perda em que o feto apresentou menos de 500 gramas ou 20 semanas. Possui um poder devastador no psicológico do casal, em especial da mulher. Existem causas que justifiquem a perda gestacional.
A investigação de perda gestacional inicia-se com o casal, sim, é importante que ambos os cônjuges sejam avaliados. Nunca aceite uma avaliação de perdas com a avaliação apenas da mulher.
Não são todas as mulheres que necessitam de avaliação anatômica do útero. Todas que já apresentaram uma perda gestacional já realização pelo menos uma vez na vida ultrassonografia transvaginal.
Para confirmação de uma gestação, como rotina da ginecologia, como exame preventivo anual. A ultrassonografia transvaginal é o exame de imagem que provavelmente será mais realizado na vida de uma mulher.
Por isto, a informação quanto a ter alteração uterina anatômica já vem na primeira pergunta sobre a sua vida menstrual. É frequente até ser interpelado com esta informação: tenho útero didelfo, útero bicorno ou unicorno.
A histeroscopia é o exame que avalia bem estas alterações, e é reservada em casos que realmente necessitam de intervenção. Não é comumente solicitado para todas as mulheres que tiveram perdas gestacionais, bem como possui indicações bem estabelecidas.
Via de regra, as alterações anatômicas do útero já são corrigidas pela cirurgia ginecológica, antes mesmo a tentante começar a tentar engravidar. E o ginecologista é o melhor médico para avaliar e tratar as alterações mullerianas ou do útero.
Ter uma perda gestacional já é o necessário para fazer a investigação. O médico geneticista necessita do auxílio do ginecologista para avaliação e manejo de mulheres com alterações anatomicas.

Caio Graco Bruzaca

Author Caio Graco Bruzaca

Médico geneticista pela Unicamp e Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM). Atuo em genética de casais (perda gestacional recorrente, infertilidade, casais de primos), medicina fetal, oncogenética e doenças raras.

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