A síndrome de Rett é uma condição geneticamente determinada que afeta o cérebro, que ocorre quase que exclusivamente em meninas. Possui uma variabilidade genética ampla, mas normalmente está associada ao gene MECP2.
Dentro do espectro da síndrome de Rett, a forma mais comum e mais conhecida da condição é a síndrome de Rett clássica. A evolução é muito típica, após o nascimento, as meninas com síndrome de Rett clássica apresentam desenvolvimento normal nos dois primeiros anos de vida, antes do aparecimento dos sintomas.
Após este período inicial, referido como “normal”, as meninas com síndrome de Rett apresentam-se com problemas graves de linguagem e comunicação. Assim como, apresentam-se com problemas de aprendizado, coordenação e outras funções cerebrais.
Na primeira infância, as meninas com síndrome de Rett apresentam a perda intencional de suas mãos e iniciam com movimentos involuntários e repetitivos. Estes movimentos das mãos manifestam-se como torcer, lavar e bater palmas, normalmente seguindo a linha mediana do corpo.
Quanto ao crescimento, as meninas com síndrome de Rett apresentam-se com baixa velocidade de crescimento, além de mais da metade apresentam-se com microcefalia. Também é descrito sialorreia (cuspir ou babar em excesso), irritabilidade, convulsão, escoliose. Está descrito alteração em movimentação ocular, com olhar intenso ou piscar excessivo.
Existem formas da síndrome de Rett atípicas, incluindo-se as formas leves ou mais graves que a forma clássica. No espectro da síndrome de Rett, há outros genes que causariam o que se chama síndrome Rett-like (semelhante à Rett), inclusive podendo acometer meninos.
O ideal, sempre frente a um caso com suspeita de síndrome de Rett, é necessária a avaliação com médico geneticista para realização do aconselhamento genético, bem como definição do melhor manejo, estimativa de risco e poder oferecer possibilidades de tratamento aos pacientes.