Trombofilia e Gestação: Entenda os Riscos, Diagnóstico e Cuidados Essenciais

A gestação é um período repleto de transformações no corpo da mulher, exigindo atenção redobrada à saúde materna e fetal. Entre as diversas condições que podem impactar a gravidez, a trombofilia vem ganhando destaque por sua associação com complicações gestacionais, como abortos recorrentes, pré-eclâmpsia e parto prematuro. Apesar de preocupante, a trombofilia pode ser controlada com acompanhamento médico adequado, permitindo uma gravidez segura e saudável.

A trombofilia é uma condição caracterizada pela tendência anormal à formação de coágulos sanguíneos. Pode ser hereditária, quando está relacionada a alterações genéticas como o Fator V de Leiden, ou adquirida, como no caso da Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide (SAF). Em uma gestante, essa hipercoagulabilidade pode comprometer o fluxo sanguíneo para a placenta, afetando diretamente o desenvolvimento do feto.

Durante a gravidez, o organismo naturalmente aumenta a capacidade de coagulação como mecanismo de proteção contra hemorragias no parto. No entanto, quando essa tendência é exacerbada por uma trombofilia, há maior risco de trombose venosa profunda, restrição de crescimento fetal, descolamento prematuro da placenta e perdas gestacionais. Por isso, a detecção precoce e o tratamento adequado são fundamentais.

O diagnóstico da trombofilia é feito por meio de exames laboratoriais específicos, muitas vezes indicados em casos de histórico familiar, abortos espontâneos de repetição ou eventos trombóticos prévios. Entre os principais exames estão a dosagem de proteínas C e S, antitrombina III, mutações genéticas (como a do gene da protrombina) e anticorpos antifosfolípides. Esses testes ajudam a definir o tipo e o grau da trombofilia, permitindo a escolha do tratamento mais adequado.

O tratamento durante a gestação geralmente inclui o uso de heparina de baixo peso molecular e, em alguns casos, ácido acetilsalicílico em baixa dose, sempre sob orientação médica. A abordagem individualizada e o acompanhamento com um obstetra especializado em gestação de alto risco são determinantes para o sucesso do tratamento e para o bem-estar da mãe e do bebê.

Embora a trombofilia represente um desafio, é importante reforçar que, com o devido controle, a maioria das mulheres com a condição pode ter uma gestação tranquila e sem complicações graves. A chave está na informação, no diagnóstico precoce e em um pré-natal bem conduzido.

Em conclusão, compreender a relação entre trombofilia e gestação é essencial para promover a saúde materna e prevenir complicações que, muitas vezes, poderiam ser evitadas com um olhar mais atento. Se você tem histórico pessoal ou familiar de trombose, ou enfrentou perdas gestacionais inexplicadas, converse com seu médico. O diagnóstico pode mudar completamente o rumo de uma gestação futura.

Texto escrito pelo Dr. Caio Bruzaca, corrigido e revisado utilizando-se de ferramentas de inteligência artificial.

Caio Graco Bruzaca

Author Caio Graco Bruzaca

Médico geneticista pela Unicamp e Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM). Atuo em genética de casais (perda gestacional recorrente, infertilidade, casais de primos), medicina fetal, oncogenética e doenças raras.

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