A perda gestacional recorrente é um desafio que acomete muitos casais, sendo uma fonte significativa de sofrimento físico e emocional. Entre as diversas causas associadas a essa condição, a deficiência da proteína C surge como um fator trombofílico relevante que pode contribuir para o desenvolvimento de abortos espontâneos, especialmente aqueles que ocorrem de forma repetida.
A proteína C é uma proteína anticoagulante natural, fundamental para a regulação do sistema de coagulação sanguínea. Ela atua inibindo a formação de coágulos ao degradar os fatores de coagulação Va e VIIIa, prevenindo assim a trombose. Quando há deficiência de proteína C, esse mecanismo de controle fica comprometido, aumentando o risco de formação de coágulos dentro dos vasos sanguíneos.
Na gestação, essa alteração pode levar à formação de trombos na circulação materno-fetal, prejudicando a irrigação da placenta e o desenvolvimento do feto. Essa insuficiência circulatória pode resultar em complicações como perda gestacional precoce, restrição de crescimento fetal, pré-eclâmpsia e descolamento prematuro da placenta.
O diagnóstico da deficiência da proteína C é realizado por meio de exames laboratoriais que avaliam os níveis e a funcionalidade dessa proteína no sangue. Esse diagnóstico é especialmente indicado em mulheres com histórico de trombose ou perdas gestacionais recorrentes sem causa aparente.
A identificação precoce da deficiência da proteína C permite a adoção de medidas terapêuticas para prevenir a formação de coágulos durante a gravidez. O tratamento costuma envolver o uso de anticoagulantes, como a heparina de baixo peso molecular, que são seguros para a gestante e ajudam a manter o fluxo sanguíneo adequado na placenta.
Além do tratamento medicamentoso, o acompanhamento médico próximo é essencial para monitorar a saúde materna e fetal, permitindo intervenções rápidas em caso de complicações e aumentando as chances de uma gestação bem-sucedida.
Em síntese, a deficiência da proteína C é um importante fator de risco para a perda gestacional, especialmente em mulheres com histórico de abortos de repetição. O diagnóstico preciso e o manejo adequado dessa condição são fundamentais para oferecer suporte e aumentar as possibilidades de uma gravidez saudável.
Texto escrito pelo Dr. Caio Bruzaca, corrigido e revisado utilizando-se ferramentas de inteligência artificial.